Eu me lembro de ter caído na gargalhada na primeira vez que li a tirinha
do Overman, no jornal “O Dia” (já que sou do Rio de Janeiro), mas
originalmente eram publicadas no jornal Folha de São Paulo, e foram mais
de 400 tiras lançadas….
Passei a acompanhar religiosamente, chegava a recortar o jornal e montar meu próprio painel com a “aventuras” do herói.
Eu sempre fui fã do Laerte, o pai dessa criança. Mas, como não ser? O
cara é genial numa das coisas mais difíceis que existem: contar uma
história em três ou quatro quadros. Laerte Coutinho é um nome consagrado
dos quadrinhos brasileiros, sobre quem muito pouco é necessário dizer,
pois é muito conhecido do público leitor. No fim da década de 80
publicou tiras e histórias em quadrinhos nas revistas Chiclete com Banana (editada
por Angeli), Geraldão (editada por Glauco) e Circo, todas da Editora
Circo, que mais tarde lançaria sua própria revista (Piratas do Tietê).
Em 1985 lançou seu primeiro livro, “O Tamanho da Coisa”, uma coletânea
de suas charges.
Em 2009, Laerte foi convidado para participar do álbum MSP 50 em homenagem aos 50 anos de carreira de Mauricio de Sousa ,
e criou uma história protagonizada por Franjinha e seu cachorro Bidu.
Ele também atuou como roteirista, tendo colaborado em diversos programas
da Globo. Escreveu scripts para os programas humorísticos TV Pirata e
para as primeiras temporadas de Sai de Baixo. Ainda na área de humor
escreveu para o quadro Vida ao Vivo que ia ao ar durante o Fantástico,
em 1997, e também contribuiu com os roteiros do programa infantil TV Colosso .
O
Overman de Laerte é um super herói brasileiro, apesar do nome em
inglês, e é justamente nisso que mora grande parte da graça: ele é uma
paródia escrachada de todo o arquétipo heroico das americanas Marvel e DC.
Ele usa uniforme colante, capa, máscara, é super forte e pode voar. E
sua vida é uma sucessão de tragédias cômicas que fazem a alegria dos
leitores.
A identidade do Overman é um segredo secretíssimo, tanto que nem ele mesmo sabe quem é…
Overman tem um ajudante chamado “Ésquilo” (assim mesmo, com acento), e
eles dividem uma vaga de pensão no Ipiranga. É ele quem faz o remendo
nos fundilhos do uniforme do herói. Overman passa os dias combatendo o
crime (à sua maneira) e vivendo as desventuras de ser essa criatura
incrivelmente rodeada de nonsense, mas sem nunca deixar de acreditar que
é o maior dos maiores. (Embora tenha algumas crises de auto-estima, mas
nada que seu terapeuta não resolva).
Como todo bom herói, Overman tem sua própria galeria de vilões, e entre eles destacam-se, o Maníaco Flatulento, o Passador de Trote, a Louva-Deusa, Grande Rabo e Super Vítima, além de ninguém mais ninguém menos que Space Ghost ,
embora não seja exatamente um vilão, mas Overman insiste em dizer que
teve o design de seu uniforme roubado por este personagem da
Hanna-Barbera.
Nas tiras do personagem, vemos que ele é imune ao sexo, exceto nas
sextas-feiras, quando o herói sai a noite para aliviar as tensões. E não
poupa ninguém! É um perigo!
Em 2003, foi lançado “Overman – o Álbum, o Mito”, pela editora Devir,
(48 páginas coloridas), depois de dez anos sem histórias longas inéditas
de Laerte. O álbum reúne as primeiras tiras de Overman, apresentas
numa seleção de 150 tiras, agrupadas segundo temas específicos,
enfocando o local de moradia do herói, seus inimigos, seus vícios, suas
dificuldades pessoais, sua vaidade, entre outros. Muitíssimo divertido,
como não poderia deixar de ser… essencial para qualquer fã de bons
quadrinhos!
Também
chegaram a ser produzidas numa parceria entre a Ancine e o Cartoon
Network algumas vinhetas com o personagem que foram exibidas no Adult
Swim, e hoje podem ser facilmente encontradas no Youtube.
Saiba mais sobre Overman e os outros personagens do autor no site oficial dele:
http://www.laerte.com.br/
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