quinta-feira, 31 de maio de 2012

O Sobrevivente



O Sobrevivente - Arnold SchwarzeneggerA muito tempoestava com vontade de rever o filme dos anos 80 baseado no livro "O Concorrente" (The Running Man, no original) de Stephen King. Estrelado por Arnold Schwarzenegger, o filme O Sobrevivente de 1987 é uma Sessão da Tarde datada, é verdade, mas ainda tem alguma coisa interessante naquela crítica à televisão e a sociedade mundial.

Em um futuro distante, os Estados Unidos estão divididos por zonas e a televisão é controlada pelo governo. A arte é censurada e o programa de maior sucesso se chama "The Running Man", onde prisioneiros fogem de "caçadores" em uma corrida mortal. Nesse mundo, encontra-se Ben Richards (Arnold Schwarzenegger), um ex-soldado piloto de uma missão de massacre que se recusa a matar inocentes e, com isso, é preso e utilizado como bode expiatório do ocorrido para a população. Assim, ele acaba sendo enviado para o programa de televisão junto a dois companheiros de cadeia William Laughlin (Yaphet Kotto) e Harold Weiss (Marvin J. McIntyre), se envolvendo ainda com a garota Amber Mendez (Maria Conchita Alonso), e juntos, terão que sobreviver a vários caçadores e às manipulações da mídia.
O Sobrevivente - Arnold SchwarzeneggerTem um pouco de tudo aqui. A base parece mesmo ser 1984 de George Orwell, mas é possível comparar com histórias comoJogos VorazesGladiador e Gamer, por exemplo. Há aqui uma crítica clara à sociedade e a manipulação da televisão. Tão clara que chega a ser didática em alguns pontos, como na conversa dos integrantes da "resistência", falando da alienação dos dias atuais, do câncer que é a televisão. Isso sem falar dos estereótipos como o apresentador Damon Killian (Richard Dawson), sem escrúpulos e sem coração, sempre visando a alta audiência e o lucro.

A manipulação da televisão também é maximizada, beirando ao ridículo. Tudo soa falso, desde as reações da plateia até os vídeos encenados. Mas, é interessante a forma como o filme de Paul Michael Glaser demonstra a visão completamente entregue daquele público crente, que facilmente está torcendo pelo caçador e de repente se irrita porque ele não foi morto. Ou que vibra com determinadas derrotas no jogo sem raciocinar o que de fato aconteceu. Serão sempre massa de manobra, não importa o que aconteça.
O Sobrevivente - Arnold SchwarzeneggerAgora, apesar de os elementos estarem ali, o filme possui várias falhas técnicas, a começar pelo roteiro onde nada flui naturalmente, as etapas da jornada de Ben Richards são todas manipulações baratas, principalmente pela forma como a direção trabalha esse texto. A cena nohelicóptero é teatral, a situação na cadeia é até bem realizada, mas demora muito e não justifica tanto, as primeiras cenas de Ben com a garota Amber é pastelão, tudo parece apenas desculpas para juntar os dois e os outros companheiros naquelejogo televisivo. A própria construção das motivações e mudanças de pensamentos de Amber são mal feitas, assim como as mudanças de reações da platéia. A virada do jogo de Ben não é tão bem construída quanto a da garota de Jogos Vorazes, por exemplo. Além disso, o filme tem uma montagem pouco funcional e a trilha sonora é das mais irritantes, com um som techno dos anos 80 que quebra o clima de várias cenas.O Sobrevivente - Arnold SchwarzeneggerArnold Schwarzenegger era estrela em plena ascensão aqui, após filmes como ConanExterminador do Futuro eO Predador, mas sua atuação é tão caricata quanto o resto do texto e personagens. Agora há de se fazer justiça que a responsabilidade não é apenas de sua frágil atuação. Chega a ser irritante em alguns momentos, principalmente pela construção do seu personagem completamente típico, um soldado justo e bondoso que se torna o vilão aos olhos da população manipulada, mas vai provar seu valor. Interessante perceber que, até quando parece interessante, a construção de Paul Michael Glaser parece seguir uma cartilha. Em determinado momento, o personagem de Schwarzenegger precisa falar com osmanipuladores através de uma câmera que está presa na parede, ou seja, eles o veriam em um ângulo inclinado de cima para baixo, diminuindo o personagem. Ele, então, arranca a câmera e a coloca na altura da cintura para poder falar sendo gravado em um ângulo de baixo para cima, ou seja, superior. Uma forma cartilhar de demonstrar que o jogo estava sendo virado, mas ainda assim, um movimento interessante.

O Sobrevivente é isso, um filme datado, com vários problemas técnicos, mas que esconde dentro dele uma história interessante que poderia ser melhor explorada. O que de certa forma foi, em todos os outros filmes que o sucederam. Atualmente, funciona mais como curiosidade.

O Sobrevivente (The Running Man, 1987 / EUA)
Direção: Paul Michael Glaser
Roteiro: Steven E. de Souza
Com: Arnold Schwarznegger, Maria Conchita Alonso e Yaphet Kotto.
Duração: 101 min.

Top 5 - Filmes de Herói Que ninguém viu e você nem sabia ou sabia que existiam



Não é de agora que os estúdios tentam emplacar os filmes de super heróis. Os mega sucessos como Batman e Os Vingadores é recente. Anteriormente a isso, foram gravados muitos outros filmes, que ninguém viu.

Hoje nós vamos conchecer os 5 Filmes de Herói Que Ninguém Viu E Você Nem Sabia Que Existiam! Curte ai!

5-Filme: Supergirl

O filme até não é... não na verdade é sim é bem ruim. Apesar de ser um filme bem violento (para os padrões da época), ele é o típico "filme de mulherzinha", tem o romance e tem as bruxas. 




4-Filme: Liga da Justiça da América

Você acha que o filme d'Os Vingadores é inovador por juntar um super time de heróis?? Que nada a DC já fez isso a pior coisa que a DC já fez na história. Na "trama" a Gelo começa a desenvolver os seus poderes e os maiores heróis da Terra, Flash, Lanterna Verde (que as vezes fica azulado), Ajax, Fogo e Átomoque grupo de merda precisam ajuda-lá a controlar os seus poderes para vencer o "terrível" Homem do Tempo.




3-FIlme: O Surfista Prateado

Esse filme é um verdadeiro mistério. Primeiro de tudo ele é um curta, que NINGUÉM sabe de onde veio. Um dia simplesmente ele apareceu no youtube. O que se sabe é que ele é oficial da Marvel. Não se sabe porque ele foi feito nem porque foi descartado.




2-Filme: Dr. Estranho

Esse filme deveria ser "o filme que deu origem a série", mas a resposta do público foi tão negativa que o projeto foi simplesmente arquivado. O filme veio na cola do sucesso da série do Hulk, para tentar seguir a linha de sucesso, o que não aconteceu.




1-Filme: Quarteto Fantástico

Se você acha que o filme da Jéssica Alba é ruim, esqueça, ele é ótimo. Essa versão feita alguns anos antes sim é tosca. Na verdade o Coisa é até muito bem feito. E da uma olhada no elenco, todo mundo, até o Tocha, tem cara de "coxinha".




Gostou? Não gostou? Não concorda com nada do que eu disse? Deixe seu recado. Quer entrar em contato conosco, dar a sua sugestão de assunto que gostaria de ver por aqui: blogdoselback@blogdoselback.com.br . Espero que tenham gostado, até o próximo post, divirtam-se e até logo. 

Novo Trailer de O Legado Bourne


O Legado Bourne (The Bourne Legacy), quarto filme da franquia, agora estrelado por Jeremy Renner teve seu segundo trailer divulgado, assista!

 A trama acompanha um novo assassino recrutado pelo governo, em um projeto secreto que parece ser a versão aprimorada do Programa Treadstone da trilogia. The Bourne Legacy usa apenas o título do último livro da série escrita por Robert Ludlum, a trama é toda original.
 Direção de Tony Gilroy e roteiro de Tony e Dan Gilroy.  Edward Norton, Rachel Weisz, Joan Allen, Corey Stoll, Oscar Isaac, Scott Glenn, Stacy Keach, Sheena Colette, Michael Chernus, Michael Papajohn, Nilaja Sun, Michael Berresse e Eli Harris completam o elenco.
A estreia acontece no dia 3 de agosto nos EUA.

Pôster de Frankenweenie, nova animação de Tim Burton


Frankenweenie, nova animação em stop motion 3D dirigido por Tim Burton teve um novo e bonito pôster divulgado, confira.
O filme conta a história de Victor, um garoto que usa o poder da ciência para trazer seu melhor amigo, o cãozinho Sparky, de volta à vida, após vê-lo ser atropelado. Como no processo Victor teve que fazer pequenos ajustes no cachorro, ele tenta esconder sua criação em casa. Mas Sparky consegue escapar, e os colegas de escola do garoto, juntamente com seus professores e o restante da cidade, aprendem que uma nova chance para a vida pode acabar sendo algo monstruoso.
Com o roteiro de John August (Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas ), o longa, que será filmado em preto e branco e renderizado em 3D, conta com a voz de quatro atores que já trabalharam com o diretor: Winona Ryder (Os Fantasmas se Diverterm, Edward Mãos de Tesoura), Catherine O´Hara, (Os Fantasmas se Divertem, O Estranho Mundo de Jack), Martin Short (Marte Ataca!) e Martin Landau (Ed Wood, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça).
A estreia tá prevista para dia 5 de outubro nos EUA.

Por que quadrinhos jamais serão respeitados pela sociedade

Nota Inicial: Este artigo tem base no excelente ensaio sobre a modernidade dos quadrinhos perante a sociedade, escrito em 2011 por Julian Darius para o site Sequart.
Desde a estreia do primeiro Blade, O Caçador de Vampiros (1998), os estúdios de Hollywood caminharam para a ampliação orgânica da produção de blockbusters super-heróicos. Nos dias de hoje, quase 15 anos desde que Wesley Snipes desembainhou sua espada para caçar seus semelhantes, parece que os fãs de quadrinhos e a própria forma de arte adquiriram grande respeito e notoriedade perante a mídia não especializada.
                 
Blade foi o ponto de partida para o início (e reinício) de muitas franquias cinematográficas super-heroicas, tais como Homem-Aranha, Batman, Superman, Vingadores e uma série de outros títulos, bem ou mal sucedidos. Salvo exceções, de modo geral estes filmes são aqueles grandes e imbecis blockbusters e cheios de furos de roteiro. Mas são lindos, coloridos, com efeitos impressionantes e mulheres perfeitas para protagonizar com o herói. [Nota, obviamente filmes como Superman – O Retorno e Batman – O Cavaleiro das Trevas definitivamente não estão nesta categoria, pois se utilizaram de personagens para passar uma mensagem artística na forma audiovisual.]
                               
Fãs aparecem nos noticiários constantemente, geralmente travestidos de seus personagens favoritos, ovacionando anúncios em convenções e fazendo algazarra, tratados como “aqueles nerds esquisitos que gostam de se fantasiar” – o que só faz gerar mais buzz e alguns milhares de dólares nos gordos bolsos da indústria do entretenimento. Francamente, será esta a única forma de “respeito” que um leitor de quadrinhos de verdade vai ganhar? Veja, gostar de super-heróis não é gostar de quadrinhos.
Um fã inveterado de batalhas épicas, crossovers infinitos, reinícios cronológicos anuais e ávido debatedor em fóruns para decidir quem é o mutante mais poderoso da Marvel certamente não é, nem de longe, fã de quadrinhos – é só um adorador de gente fantasiada. O que não é um problema, claro, mas são duas categorias totalmente distintas.
Voltando brevemente a três décadas atrás, é fácil entender a busca por respeito (como forma de arte) dos quadrinhos e seu respaldo pra isso. Foi um tempo em que os artistas não fizeram trabalhos sérios apenas por serem diferentes, mas também por buscarem uma forma de sofisticação em uma mídia calcada na mesmice.
Pouco antes disso, na década de 1970, houve um início de maturação, seja com temáticas adultas e contestadoras inseridas nos contextos super-heroicos (tais como a passagem de Dennis O’Neil e Neal Adams pelo Lanterna Verde junto do Arqueiro Verde, ou com Stan Lee no Homem-Aranha), ou com uma própria busca pela ampliação artística na forma de se fazer gibis.
A partir deste ponto, nomes como Alan Moore, Frank Miller, Neil Gaiman e Grant Morrison (e muitos outros) começaram tresloucadamente a experimentar a mídia como forma, consequentemente exibindo estes resultados como arte de verdade. A partir daí editoras, criadores e fãs começaram uma campanha para mostrar que quadrinhos também eram coisa séria. Eram arte. Havia provas para fazer valer este movimento todo com tantas obras seminais surgindo na criativa década de 1980.
                         
Pouco importava se era legal ver o Batman velho e mal humorado agindo com a intensidade de um jovem determinado numa cidade dominada pelo caos – o que importava, na verdade, era a revolução narrativa proposta pela história, tanto em contexto como em visual. Como ninguém tinha pensado em algo tão simples como fazer uma cena quebrada quadro a quadro, sendo que o último (no momento da grande revelação) causa tremores no leitor? Miller fez. E este é só um minúsculo exemplo da quebra de limites da mídia que esta história apresenta, que vão da psicologia ao usa da sátira apurada do próprio momento social do mundo naquele período.
O mesmo pode ser dito de Watchmen e sua forma sofisticada de ser narrada. Minucioso como é, Moore trabalhou incessantemente com Dave Gibbons para fazer da obra não apenas desconstrutora do gênero, mas dividiu seu foco também em cada pedaço de ironia social, cada trecho da podre Nova York da época e alcançou um inédito jogo de justaposição de imagens junto de Gibbons que se tornou referência para o gênero durante os anos seguintes. A utilização de métodos psicológicos reais e a incorporação de citações social e politicamente imortalizadas enriqueceram ainda mais a obra, jogando-a rapidamente no topo das produções sequenciais.
                          
Ainda falando de Moore, se por um lado ele focou na criação super-heroica calcada numa base realista psicológica invejável, por outro o autor mostrou que também consegue discutir política com seriedade em V de Vingança. Independente do foco anarquista do protagonista, o que causa reflexões no leitor são as inúmeras críticas ao regime quase fascista que dominou a Inglaterra sob a mão de ferro de Margaret Thatcher.
Enfim, o ponto é: as obras existiam. O revisionismo da mídia se provou uma maneira real de ter os quadrinhos como forma de arte. E eles mereciam ser reconhecidas assim, tal qual a literatura, a música etc. Mas num momento, infelizmente, isso se perdeu. Vieram os anos 1990 e seu imenso poder de devastação cultural, especialmente nesta mídia. Estes grandes nomes foram utilizar suas qualidades em outras mídias ou selos de menor alcance popular para ampliar a experimentação e libertarem-se das amarras editoriais que permeiam o ciclo natural dos gibis de heróis. De repente, um vácuo tomou conta das revistas mainstream.
                      
Foi então que a superfície dos clássicos supracitados tornou-se a base para uma grande onda de histórias pobres, calcadas apenas no cool e não no conteúdo ou na forma. Havia personagens tão cool quanto Rorschach nas novas histórias, mas nenhum deles estava inserido num contexto tão sério e rico.
No mundo real, as convenções atraíam mais e mais pessoas, dando lugar aos fantasiados de plantão. De repente, o objetivo do movimento para tornar reconhecida uma mídia pela qual todos eram apaixonados, passou por uma bizarra mutação, virando um grande bloco de nerds que não demandavam respeito nenhum pela forma: apenas pela aparência cool e pelo universo fictício e maniqueísta dos super-heróis. Eles, se divertindo nas frentes das câmeras da CNN, tornaram-se um obstáculo para os que levavam a coisa a sério.
Jeff Albertson, o Cara dos Quadrinhos dos Simpsons, é a epítome de tudo isso. Ele é aquele cara gordo, que coleciona quadrinhos como se junta cards de baseball e action figures mal acabados. Um adulto que esqueceu de crescer, mas desenvolveu toda sua arrogância por conhecer detalhes mínimos de cronologias com as quais, na verdade, ninguém se importa. E hoje esse cara é aceito como um “esquisitão” na sociedade. O que, automaticamente, causa a ilusão do “respeito”. Ou seja, a mídia, ao invés de continuar buscando novas formas de se desenvolver e manter sua sofisticação sempre atualizada, preferiu ficar estagnada no “ser cool”. Já a não especializada tem nisso um prato cheio, pois pode mostrar todos esses esquisitões fantasiados. Afinal, o que seria do mundo moderno sem um bando de esquisitos na televisão? O Cara dos Quadrinhos era uma paródia. Hoje ele é o modelo a ser seguido.
Foi então que os quadrinhos se subdividiram e as coisas ficaram esquisitas. De um lado tem-se clássicos utilizando a mídia como forma de expansão cultural, geralmente ficando no nível underground hoje em dia – e são estes, vê só, que podem ficar na sua estante junto de Guerra e Paz. Outros, a maioria e onde gira o dinheiro da indústria, são apenas produtos de sub-cultura nerd visto como “da hora”.
                        
O resultado de tudo isso é um ciclo cada vez menor e mais superficial de duração das revistas. A cada ano as editoras inventam algum “evento” para atrair público. Matam personagens. Ressuscitam-nos logo em seguida. Status quo permanecem inalteráveis  – ou quando são mudados de forma ousado, a grande horda de “comic book guys” protesta para que tudo volta a ser como era antes. Afinal, quem gosta de mudanças? Mas a verdade é que isso é uma farsa comercial que vicia.
Eventos não são Eventos. Apenas para um pequeno nicho de fãs fervorosos histórias como A Noite Mais Densa e O Cerco são considerados eventos. Matar o Capitão América ou jogar o Batman perdido no tempo não são, nem de longe, eventos. Como comparar isso a, por exemplo, encontrar uma obra perdida de William Shakespere ou colocar as mãos no roteiro que Stanley Kubrick tinha para um filme sobre Napoleão Bonaparte?
Entenda, os lançamentos da Vertigo e da Image nos anos 1990 foram eventos, pois abriram novas portas para uma indústria muito acostumada a publicar as mesmas coisas com uniformes diferentes.
                                   
Grant Morrison concluir uma série transgressora como Os Invisíveis depois de meses doente e até desaparecido foi um evento, por concluir mais uma obra que experimentou os limites da mídia, tal qual Watchmen (Alan Moore e Dave Gibbons), O Cavaleiro das Trevas (Frank Miller e Klaus Janson) e Sandman (Neil Gaiman e vários artistas) fizeram poucos anos antes. Assim também foi a Crise nas Infinitas Terras, que não foi tão sofisticada, mas apresentou uma possibilidade única: reunir herói para refazer toda a cultura de um universo – consequentemente, de uma das maiores empresas do ramo editorial americano.
Em escalas menores, o surgimento de Alex Ross com Marvels proporcionou um evento, pois trouxe olhos curiosos a uma mídia que mostrava, pela primeira, pinturas realistas em suas páginas – isso sem contar a própria sofisticação narrativa de Kurt Busiek na obra mostrando tudo sob a ótica do mundo real com as mudanças sociais proporcionadas por seres fantasiados.
O reconstrucionismo proposto pelo mesmo Moore no selo America’s Best Comics, sob o guarda-chuva da Wildstorm, foi um evento – além de retrabalhar uma série de idéias super-heroicas, o autor levou a literatura pesada para a mídia, fazendo milhares de fãs buscarem algumas das mais imortais obras da cultura mundial para entenderem melhor a experiência que ele estava oferecendo.
                               
Ao seu lado, no mesmo selo, estavam Warren Ellis, remoldando a cultura super-heróica com base na contracultura e no absurdismo, tal qual seu colega (e amigo pessoal) Grant Morrison fizera anos antes com a Liga da Justiça ao lado de Mark Waid. Não são grandes exemplos literários, mas são histórias espertas, com base em coisas que vão além do universo dos fantasiados.
Crise de Identidade é outro exemplo de eventos contemporâneos. Não pela forma, que é batida, mas por mostrar, pela primeira vez, heróis da DC Comics como seres tridimensionais enfrentando conflitos que a sociedade moderna enfrenta todos os dias. Não importa se houve erros de continuidade ou uma caracterização ou outra que não coube – isso só importa aos comic book guys. Ela virou, notícia, é claro. Foi premiada. Aclamada. Reimpressa. Como obras de outrora ainda são.
                         
O DC Relaunch também foi um grande evento. Além de, mais uma vez, mudar a cultura editorial, pela primeira na história uma editora zerou absolutamente todas as suas revistas a fim de torná-las acessíveis a um mercado novo, reiniciando as contagens de clássicos como Action Comics e Detective Comics; além disso, abriu de vez as portas do desconhecido ao assumir o risco de se colocar disponível no formato digital com a mesma velocidade que no papel, fazendo com que uma série de concorrentes seguissem o mesmo caminho.
Obviamente os “eventos” acontecerão neste novo universo DC (Trinity War), mas eles só podem ser chamados assim na terra da hipérbole. A cultura é essa e qualquer pessoa sabe como é difícil se livrar de maus hábitos. Os editores preferem incentivar este tipo de explosão comercial temporária; os artistas, ao invés de ousarem de suas qualidades e levantarem a bandeira da liberdade criativa preferem acatar tais decisões – afinal, eles também são fãs. E que alegria melhor que brincar com seus personagens em histórias esquecíveis para virarem filme depois? O trabalho de um artista não é prestar um serviço ao fã, mas a si mesmo e suas capacidades.
                      
Enquanto não houver obras vitais para revitalizar a forma, as fórmulas fáceis perdurarão. Há uma grande barreira a ser vencida, e ela não parece estar enfraquecendo. Foi disso que Alan Moore falou ano passado, gerando, como sempre, muita controvérsia. Ele estava certo. Ninguém tenta nada novo – e quando tenta, passa despercebido. É natural que Jason Aaron tenha se sentido ofendido, afinal, ele foi um dos poucos que tentou algo diferente ao mostrar a realidade dos descendentes indígenas na América atual – e Moore falou de uma forma muito generalizada e ácida, condenando todos como paus mandados sem criatividade. Mas, olhando por outro lado, fora Escalpo, o que Aaron fez mesmo? Wolverine? Sério?
                               
O que falta é comprometimento. Não em cumprir prazos, mas em empurrar a mídia pra frente. Torná-la relevante. Colocá-la em círculos literários, como aconteceu há 30 anos atrás. Virar base para filmes artísticos, não para “o novo blockbuster que amanhã todo mundo já esqueceu”.
Por fim, parece existir pouca luz no fim do túnel para a indústria. As revistas continuarão superficiais e sendo reiniciadas de tempos em tempos. Mundos vão morrer. Mas vão renascer amanhã, você sabe. Do jeitinho que você se lembrava. Os comic book guys gritarão em alegria quando isto acontecer. Hollywood fará mais alguns milhões. E você, que quer um quadrinho literário, vai pagar caro por um material underground, pois é a única forma de um artista que sabe de suas capacidades criativas conseguir viver hoje em meio ao produto de massa.
                            
Ou divirta-se com Hollywood. O que poderia ser mais cool?
Fonte HQ Rock

Por que odiamos tanto os DLCs?

Resident Evil: Operation Raccoon City – DLC com Spec Ops chega em abril e pode ser gratuito

Basta olhar os comentários das notícias recentes  em qualquer site de games do Brasil, para perceber qual é o assunto polêmico do momento. Na mesma medida em que os DLCs se tornam uma realidade cada vez mais constante na indústria de games, também se tornam alvo de reclamações direcionadas, principalmente, a uma suposta ganância das empresas.
A discussão invadiu o mundo Resident Evil com Operation Raccoon City e o sexto game da série. O primeiro contou com uma série de pacotes de armas exclusivos de edições especiais ou lojas específicas, enquanto o segundo já tem mapas especiais para o modo Mercenaries servindo como brindes de pré-venda.
Entre gritos que acusam a Capcom de ser mercenária e estar utilizando uma tática desonesta para com seus fãs, há um grande espaço para discussão. Não dá pra amaldiçoar completamente o lançamento de DLCs, ao mesmo tempo em que também não é possível apoiar completamente a prática em alguns casos. Aqui, não há opinião certa e errada. Só é preciso entender como tudo funciona antes de aplaudir ou destruir.

Contendo o aumento nos gastos

O mercado atual de games tem um funcionamento muito parecido com o da indústria do cinema. Com os avanços da tecnologia, desenvolver um jogo se tornou muito caro. Para recuperar os muitos milhares de dólares gastos na produção de um grande título, as empresas dependem cada vez mais de números expressivos de vendagem para que possam fechar a conta no azul.

Por que odiamos tanto os DLCs?
Setor de games usados de uma filial da rede americana GameStop.

O problema é que esse fenômeno acontece em um ensejo que tem suas peculiaridades. Aumentar o preço dos títulos é uma decisão impopular e arriscada, pois os games para PlayStation 3 e Xbox 360, por exemplo, já são vendidos a US$ 59,99, um valor nada baixo. Com isso, o mercado de usados – que oferece jogos a valores bem mais baixos – ganha força nos EUA e Europa, enquanto a pirataria ainda domina os mercados emergentes.
Frente a esse dilema, uma das soluções encontradas pelas desenvolvedoras foi usar a infraestrutura online dos consoles e PCs para expandir a experiência dos games comprados em loja. Mediante pagamento, jogadores de todo o mundo poderiam ter acesso a capítulos adicionais, extras exclusivos e outros adicionais que tornavam os já caros títulos mais completos e atrativos.
As grandes redes varejistas também viram na novidade uma forma de fidelizar seus clientes. Perante a ameaça cada vez maior dos jogos digitais, as lojas começaram a firmar acordos com desenvolvedoras, garantindo vantagens especiais para quem realizasse a pré-compra dos títulos em sua rede. Os brindes, claro, eram DLCs exclusivos.
Como se tratam de expansões de fórmulas e utilizam engines já existentes, o custo de desenvolvimento de um adicional desse tipo é baixo. Sendo assim, os DLCs se tornaram um método bastante eficaz para multiplicar o faturamento oriundo dos jogos lançados em disco e se tornaram um dos principais motores do crescimento da distribuição digital de jogos. Foi aí que a coisa começou a piorar.

Perdendo a noção


Por que odiamos tanto os DLCs?

A aceitação dos DLCs iniciais pelo público e os baixos custos envolvidos na produção deles deram início a uma verdadeira corrida do ouro, na qual o alvo eram os bolsos dos jogadores. No rol de DLCs, os extras consistentes passaram a ser substituídos por pequenos adicionais que traziam muito pouco valor. Uma simples alteração nas cores de roupas de personagens ou na tonalidade de armas – o “efeito metralhadora dourada” – era suficiente para que as desenvolvedoras já cobrassem. Qualquer trocado passou a valer a pena.
Em um determinado momento, os conteúdos adicionais passaram a ser anunciados antes mesmo dos títulos chegarem às lojas. Não dá para ser ingênuo a ponto de acreditar que esse tipo de extra tinha seu desenvolvimento iniciado apenas depois dos lançamentos, mas, pelo menos, se tinha a impressão de que estávamos levando para casa um produto completo. Esse, porém, não era mais o caso.
De forma a monetizar ainda mais os games, as desenvolvedoras também adotaram a prática de lançar novas edições de seus títulos, reunindo fisicamente todos os DLCs. As chamadas versões Gold, Complete ou Game of the Year também irritavam quem comprou no lançamento, pois uma edição muito mais completa estava disponível pelo mesmo preço pouco depois. Quem adquiriu o título e os extras saiu no prejuízo.
A crítica aqui, porém, muitas vezes é simplesmente egoísta. Edições integrais de games que os jogadores já possuem são execradas, com a desenvolvedora sendo taxada de mercenária, enquanto aquelas que o usuário ainda não comprou são dignas de grandes comemorações. O problema só existe, de verdade, quando o conteúdo extra é lançado apenas no formato físico, como foi o caso de Ultimate Marvel Vs. Capcom 3.

Criticando pelos motivos errados


Por que odiamos tanto os DLCs?

Principalmente na comunidade brasileira, criou-se uma tendência a criticar a Capcom o tempo todo. A cada DLC anunciado, a cada nova edição divulgada, gamers de todo o país comparecem em fóruns e áreas de comentários taxando a empresa de mercenária e gananciosa, ocasionando um “mimimi” generalizado. Por algum motivo misterioso, o mesmo tratamento não é dado a outras desenvolvedoras que também agem de maneira semelhante.
Em reportagem, o site Destructoid concluiu que é preciso gastar US$ 870 (cerca de R$ 1630) para ter todos os DLCs de Mass Effect 3. Os conteúdos adicionais foram atrelados pela Electronic Arts à compra de artigos como bonecos, capas de console, cases para celular e toda sorte de produto licenciado. Todos anunciados antes mesmo da chegada do título às prateleiras.
A Activision também conta com uma abordagem agressiva de DLCs para seu principal título, Call of Duty: Modern Warfare 3. De forma a alavancar as assinaturas de seu serviço CoD Elite, a empresa criou entregas mensais de missões extras ou mapas para o modo multiplayer do game. Quem não quer ser um pagante deve esperar um pouco mais e tem a opção de pagar mais caro pelo conteúdo em um momento posterior.
Recentemente, a Rocksteady e a Warner Bros. anunciaram uma edição Game of The Year para o game Batman: Arkham City. O mesmo está prestes a acontecer com Uncharted 3: Drake’s Deception. As versões – que reúnem todos os DLCs lançadas até hoje – foram motivo de comemoração pelos fãs e não de ódio, como aconteceu com Resident Evil 5 Gold Edition.
Talvez por sermos fãs de Resident Evil e acompanharmos a empresa muito mais de perto do que as outras, temos a tendência de sermos mais críticos em relação a ela. Em comparação com a EA e a Activision, porém, ela nem abusa tanto assim dos conteúdos para download. Na maioria das vezes, as duras críticas às ações da empresa – e apenas a ela – não são justificáveis e representam uma dinâmica comum no mercado atual.

Por que odiamos tanto os DLCs?
O DLC de Jill já estava no disco de Marvel Vs. Capcom 3 que chegou às lojas.

Por outro lado, há um fator pelo qual a Capcom merece todas as críticas possíveis. Em muitos dos grandes lançamentos recentes da empresa, como Resident Evil 5, Marvel Vs. Capcom 3 e Street Fighter X Tekken, foi descoberto que os conteúdos adicionais que chegariam como DLC após o lançamento do game já estavam presentes no disco.
Sendo assim, no momento em que o jogador adquiria o extra pela rede online, ele não estava comprando o conteúdo, e sim, um código que destravava algo que ele já possuía desde que comprou o game. Foi o caso com o modo Versus, de RE5, ou com os 12 personagens extras do crossover com a Namco Bandai, por exemplo.
A Capcom se justifica afirmando que a prática reduz o tempo de download e os custos de infraestrutura online. Na opinião da empresa, não há diferença alguma entre o conteúdo estar presente no disco e ser baixado, já que aquele extra específico nunca fez parte da edição original do game. A prática obrigou a desenvolvedora a prestar explicações perante o Better Business Bureau, espécie de PROCON americano.

O ódio é maior ao sul do mundo

O mercado de games brasileiro tem uma dinâmica um pouco diferente da existente nos Estados Unidos e Europa. Por aqui, todo e qualquer anúncio relacionado a DLCs é alvo de críticas e até mesmo conteúdos gratuitos são recebidos com negatividade pelos gamers. Os reais motivos para tantas reclamações, porém, muitas vezes acabam ocultos.
A pirataria, por exemplo, é um fator que, para muitos, impede o download mesmo de conteúdos gratuitos. Muitos dos adeptos dessa prática sabem que ela não é justificável e, sendo assim, criticam o fato de estarem sendo deixados de lado utilizando argumentos periféricos que, muitas vezes, passam longe de ter pé no bom senso. Desculpe, mas dizer que DLCs são ruins por que nem todos possuem consoles conectados à internet não é nada válido.

Por que odiamos tanto os DLCs?

Uma prova desse fenômeno foi o lançamento de Resident Evil 5 Gold Edition. A chegada da versão estendida do game foi comemorada por usuários de Xbox 360 – que alegavam uma suposta dificuldade de acesso aos conteúdos online -  para logo depois, perceberem que ainda assim teriam de fazer um download para ter acesso aos extras. Não foram poucos os emails revoltados que de donos do console da Microsoft que não teriam acesso aos novos capítulos mesmo comprando o game original.
O alto preço dos jogos, por outro lado, é sim um argumento que pode ser usado com propriedade, principalmente para criticar a política de DLCs já inclusos no disco. O câmbio entre o dólar e o real faz com que, muitas vezes, certos extras custem até um quarto do valor de um game novo e, caso muitos deles sejam lançados, não há carteira que aguente.
Há ainda aqueles que gosto de chamar de “turma de mimimi”, o grupo de fãs da série que gostam mesmo é de reclamar de tudo. Para esse pessoal, o anúncio de DLCs é um prato cheio para destilar todo tipo de veneno contra a Capcom, acusando-a de mercenária sempre que há a oportunidade. O problema é que essas mesmas pessoas reclamonas acabam comprando o conteúdo no dia do lançamento, incentivando a prática.

Futuro em partes (e o que fazer com relação a isso)

Por mais que a gente reclame, os DLCs estão aí para ficar. Para as empresas, eles são uma prática que dá certo e uma grande ajuda para ampliar o faturamento dos títulos. Até aí, até mesmo os gamers têm a ganhar, já que o sucesso de um game é garantia de que sequências serão produzidas.
O problema, de verdade, são as ofertas gananciosas, voltadas simplesmente à obtenção de lucro e com pouco valor real. É claro, o principal interesse das empresas não é a arte, e sim o dinheiro. Mas cabe a nós mostrar a elas que não aprovamos as práticas adotadas.
O posicionamento contra políticas abusivas de DLC é feito por meio de um boicote a elas, mostrando às desenvolvedoras que não estamos interessados em conteúdos sem substância e que foram feitos apenas para caçar níqueis. Apenas assim é possível mostrar insatisfação. Sua reclamação, mesmo que baseada em argumentos sólidos, tem um efeito minúsculo nesse aspecto.
O mimimi em comentários de sites e fóruns oficiais de nada adianta caso os conteúdos digitais continuem vendendo bem. No momento em que uma empresa tem em uma das mãos relatórios financeiros mostrando que seus DLCs foram um sucesso e em outra um bando de adolescentes reclamando sobre os conteúdos lançados, quem vocês acham que eles vão ouvir?
 Autor- Evil Shady

PATRIOTA DE FERRO EM HOMEM DE FERRO 3?



Há muitos rumores e segredos cercando a produção de Homem de Ferro 3
Fotos mostram a armadura do Patriota de Ferro nos bastidores das filmagens na Carolina do Norte


Quem a veste é James Badge Dale que no filme viverá  Eric Savin ( alter ego nos quadrinhos do ciborgue Coldblood) . 

Coldblood
Ao menos que você seja Oliver Queen ou algum personagem de Lost e tenha vivido os últimos 10 anos em uma ilha deserta, todo mundo que seja leitor regular de quadrinhos sabe que o Patriota de Ferro é nada mais nada menos que Norman Osborn . 
Sim ..ele mesmo : o magnata esquizofrênico que deu muita dor de cabeça para o Homem Aranha na pele do vilão Duende Verde.
Ou seja , para o filme provavelmente reinventaram o vilão juntando dois personagens do universo Marvel.  Com a presença de Ben Kingsley cotado para ser o Mandarim a produção deve apostar naquilo que deu certo nos outros dois filmes : o herói enfrentando inimigos obcecados na tecnologia singular criada por Tony Stark .
E a Marvel Studios e a Disney mostram que não medem esforços para tornar essa nova aventura com o Homem de Ferro um novo e lucrativo filme . Alguém dúvida?

Ferro Patriot Homem de Ferro 3 Defina Fotos
Ferro Patriot Homem de Ferro 3 Defina FotosFerro Patriot Homem de Ferro 3 Defina FotosFerro Patriot Homem de Ferro 3 Defina Fotos

A hora do pesadelo - A Saga de Freddy Krueger






- A HORA DO PESADELO (A NIGHTMARE ON ELM STREET)

Wes Craven dirigiu e roteirizou o primeiro filme da série, lançado em 1984. Craven levou a sério a criação de Freddy Krueger, tendo como inspiração um fenômeno acontecido nos anos 1970, quando refugiados do Camboja sofreram distúrbios do sono nos EUA, tendo terríveis pesadelos e se recusando a dormir depois disso. Claro, por mais que se esforce ninguém fica sem dormir muito tempo, e este foi o caso, com o agravante de que vários deles morreram durante o sono.

Tendo a ideia para o filme a partir daí, Craven depois pesquisou vários elementos religiosos e usou experiências de sua própria vida para construir a trama. O nome de Krueger veio de sua experiência pessoal, já que era atormentado na escola por um garoto de mesmo nome. O suéter verde e vermelho foi criado inspirado no herói Homem-Borracha (cujas cores predominantes são vermelho e amarelo) e num dado importante que afirma que tais cores são as que causam maior choque à retina humana. Ou seja, não bastasse o rostinho “bonito” de Freddy, Craven se certificou que todo seu visual fosse realmente marcante.

Este primeiro A Hora do Pesadelo abre com uma cena de Freddy montando sua famosa luva com lâminas, para em seguida já apresentar o assassino atormentando uma de suas vítimas. Logo fica claro que todas as vítimas são adolescentes, que dividem o mesmo tipo de pesadelo, sempre seguidos por um homem de chapéu, luva com garras e o famoso suéter.

Neste filme o grupo é bem pequeno, composto de quatro pessoas: Nancy (Heather Langenkamp), seu namorado Glen (Johnny Depp em sua estreia nas telas), sua melhor amiga Tina (Amanda Wyss) e o namorado desta, Rod (Jsu Garcia, que voltaria a trabalhar com Craven anos depois em Um Vampiro no Brooklyn). Nancy é o alvo principal, mas é a morte de Depp que mais marcou toda a franquia, numa cena que mostra o personagem sendo tragado para dentro de sua cama, de onde depois é liberado um forte jorro de sangue. Depp, aliás, foi fazer o teste para o papel apenas para acompanhar seu amigo Jackie Earle Haley, que acabou por se tornar o novo Freddy Krueger no atual remake.

De vítima em vítima, vamos descobrindo bem pouco sobre a história de Freddy, conforme Nancy vai questionando sua mãe sobre o homem em seus pesadelos. Marge (Ronee Blakley), a mãe de Nancy, acaba revelando que Freddy foi um assassino de crianças que atacou a cidade de Springwood anos atrás e que saiu livre das acusações. Mas os pais dos jovens da vizinhança não gostaram nada disso, seguiram o assassino e lhe atearam fogo, o matando. Marge até mesmo guardou em sua casa a luva de Freddy.

A casa, aliás, fica na Rua Elm do título original, que traduzindo se torna Um Pesadelo na Rua Elm. Na época aparentemente ninguém percebeu o quão limitador o título seria, ou pode ser que nunca esperassem por continuações. O fato é que o nome da rua passa praticamente despercebido no decorrer da trama.

John Saxon é outro elemento importante da história, vivendo o pai de Nancy, o Tenente Thompson, que inicialmente acredita que Rod, com histórico de prisões e uso de drogas, é o assassino.

O roteiro consegue surpreender bastante (ainda mais na época), criando situações onde realidade e sonho se misturam de forma ordenada, nada que pareça forçado demais. É interessante notar que Freddy ainda não tinha muito de seu histórico estabelecido, embora já apresentasse seu jeito cínico e cruel imortalizado pela interpretação de Robert Englund. Este primeiro filme é de fato um filme de terror bem conduzido, não caindo no humor negro que dominou a franquia posteriormente.

As queimaduras de Freddy eram um tanto mais realistas, o deixando com um visual com menos identidade, já que não tinha uma face bem formada. O próprio nome do personagem sofre variações. Embora chamado de Freddy praticamente todo o filme, nos créditos encontramos o nome Fred, algo cordial demais para o personagem. A trilha sonora e a cantiga das meninas pulando corda, elementos quase sempre presentes, surgem já neste primeiro capítulo.

Como é marca registrada de quase todo filme de terror, os jovens vão morrendo um a um, até que sobre apenas a heroína da vez, neste caso Nancy, que acredita que pode trazer Freddy ao mundo real o agarrando no mesmo momento em que acorda. O plano não dá certo, e é aí que ela recorre a uma ideia de seu namorado, que afirma que na ilha de Bali, na Indonésia, o povo acredita que os sonhos são o fruto da imaginação para criar músicas, livros e outras obras, acreditando também que os sonhos ruins se alimentam de sua crença neles, bastando não acreditar neles para tirar sua energia, os tornando ineficientes. Nancy decide aplicar esse conceito em sua luta contra Freddy, que simplesmente se desfaz no ar.

Acreditando ter vencido Freddy, Nancy desperta num mundo perfeito, onde sua alcoólatra mãe decide parar de beber e seus amigos estão vivos. Ela então parte com eles no carro de seu namorado. Mas logo notamos que Freddy ainda está firme e forte, quando a capota do carro, das mesmas cores do suéter do monstro, se fecha e o carro ganha vida os aprisionando e levando para longe. Ao mesmo tempo, a mãe de Nancy é atacada por Freddy e assim o filme chega ao fim, já estabelecendo a invencibilidade de Freddy.

Este desfecho serve também para explicar como o Homem-Borracha serviu de inspiração para o suéter de Freddy. O herói dos quadrinhos tem poderes elásticos e com eles consegue assumir diversas formas, mas sempre mantendo as mesmas cores. E isso acontece também com Freddy, ao menos inicialmente, o que serve para o espectador perceber as artimanhas do vilão.

Ao contrário da maioria dos filmes de terror, A Hora do Pesadelo foi muito bem recebido não só pelo público, mas também pela crítica, que apreciou o lado psicológico da trama, que serviu para criar uma atmosfera mais pesada e diferente dos serial killers que existiam no cinema até então.

De baixo custo, o filme arrecadou em seu final de semana de estreia mais do que custou. Isso foi mais do que determinante para que Freddy cravasse suas garras no imaginário popular, se tornando logo em seu primeiro filme o mais bem sucedido assassino dos anos 1980.

- A HORA DO PESADELO 2: A VINGANÇA DE FREDDY (A NIGHTMARE ON ELM STREET PART 2: FREDDY´S REVENGE)

Em 1985 Freddy ganhou sua primeira continuação, sem a participação de Craven. David Chaskinassumiu o roteiro, enquanto a direção ficou por conta de Jack Sholder. Fora Robert Englund, nenhum ator do original retornou. Englund chega a aparecer sem maquiagem na cena de abertura, quando Freddy se passa pelo motorista de um ônibus escolar.

A trama se passa cinco anos depois do filme anterior, mostrando a família Walsh se mudando para a antiga casa de Nancy, que é citada na história, quando descobrimos que ela ainda está viva, mas enlouqueceu. Jesse (Mark Patton), o adolescente da família, encontra o diário de Nancy no quarto que agora é dele, e lendo os relatos de Nancy vai descobrindo mais sobre Freddy.

Este segundo capítulo da saga é considerado de maneira justa por muitas pessoas como um dos piores da série. Ao invés de continuar a matar as pessoas através dos sonhos, Freddy se concentra em atormentar apenas Jesse em seus pesadelos, pedindo para que o garoto mate por ele. No fim das contas, Freddy na verdade possui Jesse de uma maneira nunca explicada. Num primeiro momento pensamos que Freddy toma o corpo de Jesse quando este cai no sono, mas logo Freddy assume o controle mesmo com Jesse acordado. Até a possessão é duvidosa, pois em algumas cenas Freddy literalmente sai de dentro de Jesse.

Seus ataques são da mesma forma inexplicáveis, com Freddy manipulando o mundo real da mesma maneira que controla os pesadelos, e em muitos momentos sem nem mesmo estar controlando Jesse. E, em todo momento, o vilão eleva o calor de maneira insuportável para todos, no que aparenta ser uma citação ao modo que Freddy morreu.

A conclusão do filme é piegas toda vida, com a namorada de Jesse, Lisa (Kim Myers, que mais tarde encararia os Cenobitas em Hellraiser: A Herança Maldita), lutando contra Freddy e tentando libertar Jesse ao mesmo tempo. O jovem, é claro, se liberta graças ao poder do amor, e o casal se une novamente. Seria um final feliz, se no fim das contas essa continuação não copiasse a ideia do filme anterior, com todos caindo novamente nas garras de Freddy, desta vez dentro de um ônibus escolar, remetendo à primeira cena do filme.

A Hora do Pesadelo 2 tentou inovar em algumas coisas, mas falhou miseravelmente. De marcante só teve a primeira visita no mundo real ao local de trabalho de Freddy quando vivo, o mesmo local onde levava suas vítimas.

A maquiagem de Englund foi alterada não alcançando um bom resultado, em alguns momentos deixando claro demais que se tratava de uma máscara, sendo poeticamente ineficaz justamente no filme onde Freddy usa a pele de outra pessoa para voltar à ativa.

Outro elemento alterado de maneira desnecessária foram as garras de Freddy. Jesse acha a luva no mesmo local onde a mãe de Nancy a guardava. Em certo momento, Jesse a joga longe, e Freddy acaba fazendo com que garras cresçam em sua mão em substituição à luva. O problema é que durante o filme Freddy várias vezes se manifesta sem que Jesse estivesse com a luva próxima, e mesmo assim o assassino aparecia com ela. Ou seja, uma mudança sem sentido algum.

                                            
- A HORA DO PESADELO 3: GUERREIROS DOS SONHOS (A NIGHTMARE ON ELM STREET 3: DREAM WARRIORS)
Wes Craven voltou para produzir e roteirizar o terceiro filme da série, que acabou se tornando o melhor de todos.  Ele escreveu a trama junto de Bruce Wagner, Frank Darabont (o responsável pelo vindouro seriado de Os Mortos-Vivos) e Chuck Russell (diretor de O Máskara), que também dirigiu o filme.

Lançado em 1987 e se passando um ano depois dos acontecimentos do capítulo anterior, o filme começa nos apresentando Kristen Parker (a então estreante Patricia Arquette, hoje em dia a estrela da série Medium), jovem que vem sonhando com Freddy e com a casa na Rua Elm. Além de aterrorizada, ela se torna obcecada com a casa, inclusive montando uma miniatura dela.

Ao sobreviver a um ataque de Freddy por muito pouco, Kristen é mandada para uma instituição mental, já que todos acreditam que ela tentou se matar. Durante todo o filme, cenas rápidas demonstram que Freddy vem fazendo a festa em Springwood, já que todos estão preocupados com a crescente onda de suicídios entre os jovens, claramente vítimas de Freddy.

Enquanto em tratamento, Kristen conhece vários outros jovens também internados: o briguento Kincaid(Ken Sagoes), o mudo Joey (Rodney Eastman), a ex-viciada em drogas Taryn (Jennifer Rubin), o escultor sonâmbulo Phillip (Bradley Gregg), o paraplégico e fanático por RPG Will (Ira Heiden) e a aspirante a atrizJennifer (Penelope Sudrow).

No hospital psiquiátrico estão também o médico Neil Gordon (Craig Wasson, de Dublê de Corpo) e o enfermeiro Max (Laurence Fishburne, aqui creditado como Larry Fishburne, e mais lembrado pela trilogia Matrix). Enquanto Neil é um dos personagens mais importantes da trama, Max pouco aparece.

Tudo começa a ficar realmente interessante com a chegada da nova médica: Nancy Thompson (Heather Langenkamp), que ainda lembra muito bem de seu confronto anterior com Freddy, e toma pílulas que a ajudam a não sonhar. Nancy logo reconhece a situação dos jovens e decide ajudá-los, convencendo Neil da verdade.

Neil, por sua vez, cruza várias vezes o caminho da Irmã Mary Helena (Nan Martin), uma freira que lhe conta as origens de Freddy, revelando que o prédio abandonado ao lado do hospital detinha criminosos insanos décadas atrás. Uma voluntária ficou presa no local durante vários dias, sendo estuprada por uma centena de maníacos seguidas vezes. Foi desta traumatizante experiência que Freddy nasceu.

Para combater Freddy, Nancy tira proveito da habilidade especial de Kristen, que consegue arrastar outras pessoas para seus sonhos. Já Neil descobre através da freira que a saída pode ser enterrar os restos mortais de Freddy em solo sagrado.

Sendo assim, mesmo perdendo muitos dos jovens pelo caminho, Nancy ataca Freddy no mundo dos sonhos, enquanto Neil se une ao pai dela (novamente John Saxon), o único que sabe onde está o corpo de Freddy, já que foi um dos pais que participaram da morte do assassino. O conceito de vingança é retomado neste episódio da saga, dando a entender que Freddy ataca apenas os jovens filhos das pessoas que o mataram. Os pacientes do hospital seriam os últimos sobreviventes da Rua Elm.

E já que este filme foi o mais dedicado a explorar e desenvolver a mitologia, é aqui que vemos Freddy pela primeira vez afirmar com todas as letras que se alimenta das almas de suas vítimas, ficando cada vez mais forte.

Embora Nancy e seu pai sejam mortos por Freddy, o vilão é enfim detido por Neil, que consegue localizar seu corpo, mesmo tendo que combater o defunto reanimado inexplicavelmente no mundo real, conseguindo enfim enterrá-lo.

Ao final do filme ficamos sabendo de duas coisas. Freddy não é a única força sobrenatural em Springwood, já que Neil descobre que a freira que o ajudou é na verdade o espírito de Amanda Krueger, a mãe de Freddy. A outra “revelação” é de que Freddy realmente é mais resistente do que se pensa, já que a cena final mostra a miniatura da casa da Rua Elm tendo suas luzes acesas, um claro sinal de que Freddy continua na ativa.

A Hora do Pesadelo 3 tem apenas dois defeitos: mostra novamente Freddy manipulando o mundo real sem explicações, algo que a partir de então se repetiu em quase todos os filmes; e desperdiça com a ponta no final a melhor trama montada para a possível derrota de Freddy.

Mesmo com estes pontos negativos, o filme é o mais forte da franquia, sendo o primeiro em que todo o poder de Freddy é realmente explorado, com cenas cheias de efeitos especiais, permitindo que a perversa criatividade de Freddy alce novos vôos. Robert Englund pela primeira vez se sobressai no papel, se mostrando mais à vontade na interpretação do que nos filmes anteriores, e criando a identidade sádica pela qual o personagem seria conhecido a partir de então, torturando, xingando e se divertindo muito fazendo isso. Até mesmo o visual de Freddy é mais marcante aqui, suas queimaduras passariam apenas por mudanças sutis nos filmes que se seguiram, mantendo basicamente o mesmo visual (com exceção do sétimo capítulo).

                                                  
- A HORA DO PESADELO 4: O MESTRE DOS SONHOS (A NIGHTMARE ON ELM STREET 4: THE DREAM MASTER)

Mostrando que não podia ficar muito tempo longe dos cinemas, Freddy ganhou seu quarto filme em 1988, dirigido por Renny Harlin (de Exorcista: O Início) e escrito por William Kotzwinkle, Brian Helgeland(roteirista do novo Robin Hood) e os irmãos Jim e Ken Wheat, criadores do personagem Riddick, vivido por Vin Diesel nos cinemas.  O diretor faz também uma ponta como um estudante na escola.

Kincaid, Joey e Kristen, o trio de adolescentes que sobreviveram no filme anterior, retornam, só que Kristen troca de atriz, desta vez sendo interpretada por Tuesday Knight (do seriado Heroes). Kristen começa a ter sonhos que indicam o retorno de Freddy, puxando seus dois amigos para lhe proteger. Eles não gostam da ideia e tampouco acreditam no retorno do vilão, até que Kincaid tem um sonho no local onde Freddy foi enterrado. Lá, seu cachorro Jason (com certeza uma homenagem ao vilão da cinessérieSexta-Feira 13) acha o local onde está o corpo de Freddy e desta vez o vemos literalmente se erguendo da cova.

Kincaid e Joey morrem rapidamente e Freddy parte para cima de Kristen, a última criança da Rua Elm. Ele a mata, mas não antes que ela passe sua habilidade para Alice (Lisa Wilcox) sua melhor amiga e irmã de seu namorado, Rick (Andras Jones). 

A mudança na trama é que tendo matado os alvos de sua vingança, Freddy aparentemente não pode entrar nos sonhos dos outros, apenas nos de Alice, que herdou os poderes de Kristen. Mas isso não é problema para o maníaco, que obriga Alice a usar sua habilidade, matando seu irmão e amigos.

Porém, enquanto Freddy se alimenta das almas de suas vítimas, Alice também ganha vantagens a cada morte, acumulando habilidades e características de seus falecidos companheiros. Ao final, conseguindo salvar Dan (Danny Hassel), com quem começa um namoro ao final do filme, Alice ataca Freddy com um espelho (parece que os roteiristas decidiram dar a Freddy a fraqueza da Medusa), o que faz com que as almas aprisionadas com ele se rebelem, o destruindo de dentro para fora. Ao final, é claro, uma pequena ponta está presente, com Alice vendo o reflexo de Freddy brevemente em uma fonte.

Novamente Englund ganha ainda mais espaço, principalmente graças ao humor negro intensificado nas mortes. O ator chega a aparecer sem sua maquiagem de Freddy, quando o vilão se traveste de enfermeira em uma cena.

                                   
- O TERROR DE FREDDY KRUEGER (FREDDY´S NIGHTMARE)

Ainda em 1988, Freddy Krueger trocou a telona pela telinha, estrelando o seriado de televisão O Terror de Freddy Krueger, novamente interpretado por Robert Englund, que não se
O programa seguia um pouco a premissa de Contos da Cripta, com Freddy apresentando as histórias, onde aparece em raríssimas ocasiões. No geral as tramas mostravam as vítimas de praxe, mas na maioria das vezes enfrentando pesadelos mais longos e inicialmente mais psicológicos, até encontrarem alguma morte violenta.

Os primeiros episódios exploraram a origem de Freddy, mostrando sua morte pelas mãos dos pais da Rua Elm e até seu julgamento. O grupo de diretores reuniu vários nomes famosos do terror, com destaque para Tobe Hooper, de O Massacre da Serra Elétrica, que dirigiu o piloto. O próprio Englund fez sua estreia como diretor na série.

O seriado durou apenas duas temporadas, totalizando 44 episódios, que foram exibidos nos EUA até 1990. Fora Englund, o elenco não tinha nenhum ator fixo, sendo constituindo quase exclusivamente por desconhecidos. Mas pelo menos um nome alcançou o estrelado anos depois: Brad Pitt.

No Brasil o seriado foi exibido tarde da noite pelo SBT e teve também alguns episódios lançados em VHS.

                                                 
- A HORA DO PESADELO 5: O MAIOR HORROR DE FREDDY (A NIGHTMARE ON ELM STREET 5: THE DREAM CHILD)

Com menos da metade do orçamento de seu predecessor, A Hora do Pesadelo 5 chegou aos cinemas em 1989, com direção de Stephen Hopkins (de Predador 2 e vários episódios de 24 Horas) e roteiro deJohn Skipp, Craig Spector e Leslie Bohem.

Alice e Dan estão de volta, vividos pelos mesmos atores. Acabando de se formar e com novos amigos, o casal está bem feliz, até que Alice começa a sentir o retorno de Freddy. O maníaco mata Dan enquanto Alice está acordada, o que logo mostra que as regras mudaram, já que obviamente ele não usa mais os sonhos de Alice para atingir suas vítimas.

Conforme o filme segue, vemos que Alice está grávida e os sonhos do feto são o novo meio de acesso de Freddy. Paralelamente, Alice sonha também com a mãe de Freddy, Amanda (desta vez vivida porBeatrice Boepple), aprendendo que o espírito da atormentada freira ainda está no asilo onde supostamente ela se matou.

Com a ajuda da amiga Yvonne (Kelly Jo Minter, de Os Garotos Perdidos), Alice vai para cima de Freddy para salvar seu filho ainda não nascido. Enquanto Yvonne liberta o espírito de Amanda, Alice tenha salvar a manifestação de seu filho Jacob (Whit Hertford) em uma cena muito parecida com a das escadas de ponta cabeça presente em Labirinto: A Magia do Tempo.

Já livre, Amanda instrui Jacob na batalha e juntos conseguem derrotar Freddy, que é em seguida aprisionado por sua mãe, embora a situação se demonstre logo de cara precária, ficando óbvio que ela não conseguirá deter o assassino por muito tempo. Isso fica mais aparente ao final do filme, quando mais uma vez as crianças pulando corda aparecem acompanhadas pela famosa cantiga de Freddy.

Também considerado um dos piores filmes da franquia, este capítulo não é elogiado nem pelo próprio Robert Englund, que o considera o mais fraco junto do segundo filme. O ator, aliás, aparece novamente sem a maquiagem de Freddy numa cena que mostra todos os potenciais pais de Freddy no hospício, sendo Englund um deles.

Embora fraco, o filme tem algumas cenas interessantes, inclusive uma em que uma das vítimas entra numa revista em quadrinhos, com direito ao surgimento de Super Freddy (que nesta versão é interpretado por Mike Smith, de Homens de Preto 2). Nesta parte da saga o humor negro começa a se transformar num humor mais leviano, por vezes até bobo, o que funciona em poucos momentos, e na maioria das vezes contribui para a baixa qualidade da produção.

Se junta a isso o exagero no tema da relação entre pais e filhos abordado em quase todos os personagens, além do principal defeito: uma descarada regressão nos efeitos especiais, os piores até aqui.

                                           
- A HORA DO PESADELO 6: PESADELO FINAL - A MORTE DE FREDDY (FREDDYS´S DEAD: THE FINAL NIGHTMARE)

Em 1991, a decisão foi tomada: Freddy enfim iria morrer. A notícia não foi trágica apenas para o personagem, mas também para os fãs. E não só pelo fato de perderem seu personagem, mas principalmente por terem de aguentar um filme tão ruim.

Dirigido pela estreante Rachel Talalay, que mais tarde “cometeria” a adaptação de Tank Girl para os cinemas, o filme tem roteiro da própria Talahay, juntamente de Michael De Luca, que escreveu também seis episódios do seriado de Freddy, além do filme O Juiz, adaptação de Juiz Dredd.

A trama tem início de uma maneira que de cara torna difícil levar a produção a sério. Situando os eventos em 10 anos no futuro, é dito que toda população jovem de Springwood está morta. Isso mesmo, Freddy matou TODOS os jovens da cidade! Para piorar, os adultos estão traumatizados, paranóicos e mais do que loucos, vivendo numa cidade em constante depressão. As cenas que mostram o povo agindo como lunáticos, com ruas vazias e sujas, demonstram bem a (falta de) seriedade com que criaram a história.

Shon Greenblatt vive o último adolescente vivo, que é atacado por Freddy e literalmente jogado para fora da cidade. É neste momento que percebemos que, mesmo agindo no mundo dos sonhos, Freddy tem limitações físicas, só podendo atacar quem estiver dentro de Springwood. O personagem de Greenblatt é tão perdido quanto o roteiro, batendo a cabeça e ficando amnésico. Nunca ficamos sabendo seu nome, e ele mesmo não recupera a memória antes que seja morto por Freddy, de quem acha que é filho.

Freddy na verdade usou o garoto para seus fins. Numa daquelas coincidências exageradas ao extremo, o jovem vai parar num abrigo onde trabalha Maggie (Lisa Zane), a verdadeira filha de Freddy, que tem memórias reprimidas de sua infância.

Conforme o filme avança cheio de tropeços, atuações mais sofríveis do que o normal e furos do tamanho de um planeta, vemos Freddy usar sua filha para deixar Springwood, se alojando em sua mente. Porém, com a ajuda do especialista em sonhos chamado simplesmente de Doc (Yaphet Kotto, de Alien: O 8º Passageiro), ela arma uma armadilha para derrotar Freddy de uma vez por todas.

Convenientemente, Doc revela uma lenda sobre demônios que assombram os sonhos da humanidade em busca de uma pessoa incrivelmente má para ser usada por eles. Freddy foi essa pessoa e esses demônios são a fonte de seu poder, mantendo-o imortal no mundo dos sonhos. Nada na cinessérie jamais indicou tal fonte de poder e, para piorar, Freddy afirma a história com uma facilidade e sinceridade simplesmente contrárias ao seu caráter.

O ataque de Maggie a Freddy é igualmente ridículo, com direito a ela usar óculos 3D para ter a “visão dos sonhos”. Na verdade, uma desculpa esfarrapada que serve de aviso para que o espectador nos cinemas saiba quando colocar e tirar os óculos, já que o terrível clímax da trama foi exibido em 3D.

Inexplicavelmente entrando na mente de Freddy, Maggie consegue puxá-lo para o mundo real, repetindo a mesma ideia do primeiro filme. Só que desta vez Freddy realmente morre, sofrendo vários ferimentos e por fim sendo explodido por sua filha. E sem nenhuma ponta no final!

Embora os últimos filmes mostrem uma crescente tendência para o humor, este é o que verdadeiramente se entrega ao “terrir”, e faz isso de uma maneira pobre, não sendo nada parecido com filmes divertidos como Uma Noite Alucinante. A produção é simplesmente relaxada, ineficiente e cheia de cenas forçadas, mas nunca engraçadas.

Os efeitos especiais pioram ainda mais, sendo dignos de produções baratas para a televisão. Johnny Depp retorna para uma rápida ponta. Quem também faz uma breve aparição é o ator Tom Arnold (de True Lies). Robert Englund tem sua maior participação sem maquiagem, já que Freddy é mostrado em sua forma humana em flashback, convivendo com sua filha e matando sua esposa.



- O NOVO PESADELO (NEW NIGHTMARE)
                                           
Com a morte de Freddy, se fez necessária uma ótima desculpa para trazê-lo de volta. E essa desculpa foi o retorno de seu criador, Wes Craven, à série, roteirizando, produzindo e dirigindo o sétimo filme, lançado em 1994.

Craven usa uma ideia recusada pelo estúdio na época em que escreveu o terceiro filme da saga. Desta vez Freddy invade o mundo real e seu alvo não são os jovens de Springwood, mas sim os atores e técnicos que realizaram seus filmes.

A intenção de Craven com essa ideia bem original era retomar o suspense e a seriedade de Freddy, resgatando muito do clima do primeiro filme. E não foi só o clima que voltou. 

Heather Langenkamp e John Saxon retornam, desta vez interpretando versões deles mesmos.  Jsu Garcia e Tuesday Knight também aparecem, mas em participações quase imperceptíveis. O próprio Craven participa da trama, bem como os produtores Robert Shaye, Marianne Maddalena e Sara Risher, que aparecem numa cena nos próprios escritórios da New Line Cinema, a empresa “mãe” da série. Robert Englund, além de viver Freddy novamente, também interpreta a si mesmo.

A história é simples, porém genial. Wes Craven tem uma ideia para trazer Freddy de volta, mas ele não conta detalhes do roteiro para ninguém. Enquanto, isso Heather sofre vários problemas: uma sequência de terremotos assola a cidade, um fã parece atormentá-la por telefone e correspondência, e ela começa a ter pesadelos suspeitos.

A coisa piora quando as pessoas envolvidas com a criação da nova luva de Freddy começam a morrer, incluindo o marido de Heather, Chase (David Newsom). Completando o quadro, o filho do casal, Dylan(Miko Hughes, de Código Para o Inferno), vai ficando cada vez mais transtornado, sofrendo de sonambulismo e repetindo falas dos filmes de Freddy.

O clima da história é de suspense e paranóia, com Freddy aparecendo muito pouco. Diversas cenas remetem diretamente aos momentos chave do filme original. A trama começa a pegar mais ritmo quando Heather desvenda a verdade, revelada pelo próprio Craven: Freddy é na realidade um demônio antigo, um grande mal que pode ser preso dentro de histórias. Este mal foi preso na série A Hora do Pesadelo, mas com a morte de Freddy no sexto filme, começou a se libertar. Para invadir de vez o mundo real, ele deve derrotar uma guardiã, que é a própria Heather, condição imposta pelo fato dela ter interpretado a primeira personagem a derrotar Freddy nos filmes.

Infelizmente, O Novo Pesadelo não é tão bom quanto se esperava. Com uma trama básica fantástica, tem ainda o mérito de ser um filme muito mais sério do que os anteriores, explorando temas interessantes como o efeito do terror na vida de quem realiza esses filmes, criando situações promissoras, como o conceito de um guardião para guardar os sonhos de uma pessoa, que no caso de Dylan é seu tiranossauro de pelúcia. Porém, tal conceito é apenas citado, nunca efetivamente mostrado.

O maior destaque é o próprio Freddy, com queimaduras de outro tom, num visual e atitude mais sóbrios e sombrios. Seu traje é mais escuro e ganha o reforço de um sobretudo, além da nova luva, que não tem o charme da antiga, mas tem a vantagem de ter uma garra também no dedão.

Todo o suspense criado vai por água abaixo num confronto final totalmente anticlímax, com o novo Freddy sendo derrotado fácil demais. Para piorar, a maior parte dos efeitos especiais é péssima, mais uma vez.

Embora a crítica tenha gostado do filme, o público não o aprovou e todo o esforço de Craven em recuperar a faceta mais séria da saga foi jogado no lixo.

Uma curiosidade: Craven pretendia convidar Johnny Depp para participar deste filme, mas não o fez por pura timidez injustificada. Ironicamente, pouco depois da estreia, ele encontrou Depp, que lhe disse que teria ficado muito feliz em participar.

                        
- FREDDY VS. JASON (FREDDY VS. JASON)
Em 1993, outro astro do terror encontrou sua morte: Jason foi enfim exterminado em Sexta-Feira 13 - Parte 9: Jason Vai Para o Inferno, A Última Sexta-Feira. Parecia que as franquias clássicas de terror estavam todas chegando ao fim, afinal A Hora do Pesadelo e Sexta-Feira 13 sempre foram as mais populares. Mas o último filme de Jason trouxe uma ponta inesperada e muito interessante: depois de Jason ser literalmente sugado para o Inferno, somente sua máscara fica no chão, até que a clássica luva de Freddy a agarra e a puxa para debaixo da terra. O filme fecha com a famosa gargalhada do vilão queimado.

Essa ponta só foi dar resultado em 2003, com Freddy vs. Jason, dirigido por Ronny Yu (que também realizou A Noiva de Chucky) e roteirizado por Damian Shannon e Mark Swift. Ignorando os eventos de O Novo Pesadelo, a trama tem início com Freddy nas profundezas do Inferno, incapaz de voltar a aterrorizar os sonhos das pessoas. Isso até que toma conhecimento da existência de Jason (Ken Kirzinger) e, se passando por Pamela Voorhees (Paula Shaw), a mãe do assassino de máscara de hockey, o manipula, enviando-o até Springwood para iniciar uma nova onda de terror.

Embora não seja explicado como Springwood tem novamente centenas de jovens, é dada uma explicação para a perda do poder de Freddy. Conforme fomos acompanhando suas matanças, ficou claro que ele se alimenta não só da alma de suas vítimas, mas também do terror delas. Os adultos da cidade enfim se dão conta disso e começam a administrar remédios que reprimem os sonhos nos jovens, enviando os poucos que resistem ao tratamento a uma clínica mental.

A chegada de Jason à cidade resulta em mortes e o terror cresce, dando força a Freddy.  Porém, ele logo percebe que Jason é incontrolável quando, ao tentar matar uma pessoa num pesadelo, Jason a mata antes no mundo real.

Freddy então tenta dar cabo de Jason, obviamente sem sucesso. Contudo, os jovens unidos logo percebem que terão problemas para se livrarem dos dois vilões, e decidem que devem arranjar uma luta entre eles. 

Se encaminhando para o Campo Crystal Lake, o lar de Jason, eles conseguem trazer Freddy ao mundo real, e o que se segue é a maior sequência de ação da franquia, com Freddy e Jason se digladiando, mas não se esquecendo de matar mais alguns jovens pelo caminho. A feroz luta entre os dois invencíveis personagens causa enormes danos a ambos, mas nada parece pará-los.

A heroína da vez é Lori (Monica Keena), que teve sua mãe morta por Freddy anos antes. Ela decapita o vilão usando o machete de Jason. Ao final, Jason novamente sai do lago onde morreu quando criança, carregando a cabeça de Freddy. Quando todos pensam que Jason saiu triunfante do confronto, Freddy olha em direção ao espectador e dá uma piscadinha, deixando uma ponta nunca aproveitada, ao menos nos cinemas, já que nos quadrinhos o encontro já teve duas continuações.

Lori pode até ser a heroína da história, mas Freddy, mais do que nunca, é o astro, aparecendo muito mais do que em todos os exemplares da série, voltando ao humor negro nem sempre exagerado e desta vez enfim acompanhado de efeitos especiais adequados. O filme foi o maior sucesso de bilheteria de ambas as franquias e conseguiu balancear muito bem a carnificina, os clichês esperados do gênero e a divertida crueldade de Freddy.

Parecia um final digno para a saga do personagem, ou pelo menos muito superior à sua morte no sexto filme. E esse foi o final de Freddy, de certo modo. Esta versão do maníaco, imortalizada por Robert Englund de tal modo que o ator por vezes se confunde com o personagem, nunca mais ressurgiu nas telas, ainda que continue aparecendo de tempos em tempos nos quadrinhos.

                                            
A HORA DO PESADELO Remake
A trama é a mesma do original: Freddy Krueger (Jackie Earle Haley) é morto queimado pelos pais dos jovens da cidade fictícia de Springwood, voltando depois, deformado e com sua luva com garras, para atacar os filhos dessas pessoas em seus pesadelos, causando suas mortes durante o sono.
Talvez o maior problema deste filme seja exatamente a semelhança com o original. Quase toda a trama é igual, e muitas cenas específicas também, repetindo até mesmo a vítima principal de Freddy, Nancy, interpretada por Rooney Mara, do terceiro Lenda Urbana. Além de seu sobrenome, a personagem tem mudada a única coisa que não deveria mudar, a eficiência na trama, já que nesta nova versão ela não tem nem 10% da importância da Nancy original, do mesmo modo que Mara não tem um pingo de talento.
O fraco roteiro sequer lembra de dar grande destaque para a Rua Elm, o local mais importante da franquia e presente no título original. Nenhum personagem ganha espaço o bastante para ser desenvolvido, incluindo o próprio Freddy. Ainda assim, algumas ideias interessantes são desenvolvidas: Freddy, antes de morto é colocado numa posição mais próxima às crianças da cidade, e enfim é retratado não só como um assassino, já que a história deixa bem claro que ele também abusou das crianças, um conceito que estava presente no roteiro do filme original, mas que foi deixado de lado por ser considerado pesado demais na época. Outro elemento com grande potencial foi a possibilidade de Freddy ser inocente das acusações. Se o filme seguisse essa linha de narrativa, com certeza a trama se tornaria mais atrativa, com um vilão que teria certa razão em querer se vingar.
O elenco reúne alguns atores com talento já comprovado, como o próprio Haley, que demonstrou saber muito bem interpretar personagens ensandecidos em diversas oportunidades, principalmente no papel do vigilante Rorschach em Watchmen. Mas desta vez ele não brilha sequer em uma cena, já que seu Freddy não tem praticamente nada do sadismo divertido e por vezes assustador do Freddy original, criado com o passar dos anos de maneira soberba por Robert Englund.
Para piorar, a retratação física do personagem o deixa totalmente sem identidade, optando por uma abordagem mais realista das queimaduras. O resultado é um vilão que raramente aparece fora das sombras e que, quando aparece, não faz diferença, já que praticamente não tem rosto. Seria isso a busca por realismo de fato, ou o medo de colocar outro rosto no lugar do de Englund? Afinal, Freddy, ao contrário dos assassinos das cinesséries Halloween, Sexta-Feira 13 e O Massacre da Serra Elétrica; sempre mostrou seu rosto, mesmo que queimado. Para fãs em todo mundo, Englund ainda É Freddy Krueger.
As vítimas do vilão são mais uma decepção. Os personagens são tão vazios que não conseguem sequer alcançar o status dos estereótipos adolescentes tão comuns em produções de terror. Todos são amigos, ou ao menos é o que dizem durante o filme, pois não temos essa impressão em nenhum momento, tamanha é a artificialidade com que são mostrados os relacionamentos.
Mesmo no que deveria ser o cerne do filme, o fracasso prevalece. Os sustos são inexistentes. Invariavelmente, Freddy surge do lugar mais óbvio possível, normalmente atrás daquela vítima que já deu várias voltas sem sair do lugar procurando pelo vilão. O suspense também não existe, já que não há nada novo que possa criar algum clima, todos os elementos são reciclagem mal feita do original, fazendo com que qualquer um que assistiu ao primeiro filme ao menos uma vez deduza tudo rapidamente, inclusive o modo como Freddy será derrotado e a ponta no final.
O longa poderia ao menos ter nos presenteado com algumas mortes criativas como as presentes nos filmes mais fantasiosos da franquia original. Mas não, Freddy usa suas garras, e só. Nada das transformações divertidas e bem elaboradas, nada de armadilhas mentais, nada de qualquer característica que marcou a cinessérie no passado.