terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mesmo sem explodir cabeças, Arrow começa bem — e ainda promete um GRANDE vilão


Na última quarta-feira estreou nos Estados Unidos a série Arrow, que leva o personagem da DCArqueiro Verde para a TV. No Brasil, Arrow estreia na próxima semana, no dia 22 de outubro, mas oJUDÃO já conferiu o episódio piloto e te traz alguns dos detalhes da nova série.
Para começar, Arrow foge bastante do Arqueiro Verde tradicional dos quadrinhos. Criado em 1941, o herói era um ricaço que, após ficar perdido em uma linha deserta, aprendeu a manejar arco-e-flecha, assumindo o manto do herói. No final dos anos 60 o personagem foi reimaginado com uma personalidade mais forte, resultado do fato de ter perdido toda a fortuna que tinha. Em pouco tempo o Arqueiro se tornou um companheiro inseparável do Lanterna Verde, vivendo aventuras pelo interior dos EUA e com HQs que abordavam temas como preconceito e o vício em drogas.
Essa versão mais velha, experiente e politicamente engajada do Arqueiro Verde durou até o recente reboot da DC, quando surgiu uma encarnação mais jovem do herói, indo de encontro a versão do personagem que apareceu em Smallville. Dá para dizer que estas versões mais recentes influenciaram Arrow. No primeiro episódio conhecemos um Oliver Queen jovem e rico, que passou cinco anos em uma ilha deserta após um naufrágio que matou o pai dele e Sarah Lance, irmã da namorada de Ollie na época e que estava tendo um caso com o playboy.
Depois de tanto tempo dado como morto, Oliver é resgatado. Fica no ar os grandes perigos que ele passou por lá, principalmente nas marcas e fraturas no corpo do personagem e na máscara do vilão Exterminador, que é vista rapidamente na ilha no começo do episódio.
Máscara do Exterminador na ilha deserta
Aquela experiência mudou Oliver. Antes um playboy, agora ele acredita que deve agir contra aqueles que estavam ao lado da própria família Queen e fizeram de Starling City o caos que é hoje.
Se por um lado sai a bandeira política do Arqueiro, ele ganha essa cruzada pessoal na luta contra o crime. A série também acerta ao tentar criar uma aura de mistério sobre tudo o que aconteceu na ilha ~deserta~ e como tudo aquilo realmente mudou Ollie. Apesar disso, infelizmente, o roteiro não consegue chegar ao nível de “putaquepariu, o que aconteceu?”. É um mistério, tá lá. A história é bem honesta. Ponto.
A série também agrega muitos elementos da franquia Batman de Christopher Nolan. Talvez nem tanto quanto aparecia nos trailers iniciais, mas é perceptível que os roteiristas fizeram uma força para que o Arqueiro fosse nesse caminho, apesar de Oliver Queen ser um playboy desde que nasceu, diferente do Homem-Morcego. Também há algumas liberdades poéticas, como o fato do Oliver Queen conseguir customizar em uma tarde todo um equipamento de arco-e-flecha (apesar que pode ser revelado que tudo já estava lá, enfim) e também por ninguém perceber quem ele é apenas por usar um capuz e uma maquiagem verde ao redor dos olhos.
Ok, não é tão bizarro quanto manter a identidade secreta com um óculos, mas esse capuz e essa pintura no rosto...
Outra coisa que pesa também é que esta é uma produção para a CW. Por mais que seja um canal aberto nos EUA, a audiência não faz frente a de ABC, NBC, CBS e FOX. Isso também se reflete nos orçamentos das produções. Por isso, os efeitos especiais de Arrow não são tão legais, com algumas coisas que parecem até meio toscas. É algo que o telespectador tem que ignorar para poder curtir o programa.
Nas atuações, estão no nível das produções do tipo e da própria CW. Ou seja, não são grande coisa, mas convencem dentro do todo. Stephen Amell até que se esforça como protagonista.
Mesmo com o público principal sendo formado por aqueles que vieram de Smallville ou que curtiram os filmes do Batman, há algumas referências para os fãs de quadrinhos. Ok, o nome de Star City foi mudado para Starling City, mas os easter eggs ficam no fato da irmão de Oliver, Thea, ter o apelido de Speedy (antigo sidekick do Arqueiro Verde nas HQs, conhecido no Brasil como Ricardito) e no ~interesse amoro~ do protagonista se chamar Dinah Laurel Lance, apesar do “Dinah” ser citado apenas uma vez. Se você não ligou nome a pessoa, Dinah Lance atende também pelo nome de Canário Negro nos quadrinhos e, na antiga cronologia, se casou com o Arqueiro Verde. Outra referência é o segurança contratado para o Ollie: John Diggle, que serviu no Exército em Kahndaq, país ficcional do Universo DC.
É, Arrow não é uma série para explodir cabeças, nem nada disso. Ainda assim, é interessante, dá destaque para um super-herói bacana (mesmo sendo bem diferente da encarnação clássica) e promete para o episódio cinco a estreia do vilão Exterminador, um dos maiores motherfuckers do Universo DC.
Só pela última parte já vale para dar uma chance para Arrow nesta primeira temporada. ;)
No Brasil, Arrow estreia na próxima terça-feira, dia 22 de outubro, na Warner Channel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário