Com a entrada (e o sucesso) da Marvel Studios nos cinemas, a FOX percebeu o enorme potencial que estava jogando no lixo. Afinal, o estúdio tem nada menos que os direitos de adaptação dos mutantes da Marvel, que foram o carro-chefe da Casa das Ideias nos quadrinhos entre a década de 80 e 90, fora o Quarteto Fantástico e o Demolidor, que são personagens bem estabelecidos…
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Em entrevista ao SFX, Millar comentou que um dos trabalhos dele na FOX é justamente criar esse “universo coeso” dentro das produções do estúdio — e entre as produções de DIFERENTES estúdios. “Seria legal se os universos não se contradissessem, então se você vai ver o Aranha, Os Vingadores, os X-Men, etc., como um espectador você não teria ideia de que todos eles estão vindo de estúdios diferentes. Eu adoraria fazer com que parecesse que tudo isso está acontecendo em um só lugar”.
Legal, Millar, mas não acho que, até hoje, um filme contradiga o outro. Por outro lado, as produções de estúdios diferentes não parecem se conectar. Aliás, nem o que é feito dentro da própria FOX parece se conectar. Você nunca viu, sei lá, Reed Richards comentando sobre a questão mutante nos filmes do Quarteto. Por isso, é bom o estúdio da Raposa se preocupar PRIMEIRO com a própria cozinha, algo que, pelo jeito, o roteirista já está fazendo.
“Seguindo o modelo da Marvel, nós queremos estabelecer as coisas primeiro. Se você tivesse um relaunch do Quarteto Fantástico, e Wolverine e os X-Men estão nele, eu acho que isso poderia te distrair do Quarteto Fantástico. Você pode fazer as pessoas notarem que eles existem no mesmo universo sem fazer disso um grande crossover, afinal seria uma injustiça para o Quarteto Fantástico não fazer o primeiro filme sobre eles”, disse o cara na mesma entrevista.
Claro, não vamos exagerar. Você não precisa ter todos os heróis em um só filme para perceber que está tudo dentro do mesmo universo. Há outras sacadas. Como haverá um reboot do Quarteto Fantástico, é só colocar uma pergunta do Johnny Storm ao Reed após o acidente que dá poderes para eles, algo como “agora nós somos mutantes?”. Taca um “não, Johnny, nós não temos o gene X, nós nos transformamos, mas não somos homo superior, não somos mutantes como os X-Men” na resposta do Reed. Pronto, o público já saberia que os X-Men existem nesse universo.
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Também não é apenas isso. Criar um universo coeso passa por um plano maior. É necessário que as produções do Wolverine, X-Men e Quarteto Fantástico se conectem de alguma forma com algum personagem menor ou por uma parte do enredo. Além disso, a galeria de personagens mutantes e equipes é enorme. X-Factor, X-Force, Novos Mutantes e tantas outras podem ser encaixadas para ampliar de forma mais interessante este universo.
Um exemplo dessa falta de planejamento é o próprio Deadpool. A FOX queria fazer um filme com o personagem, colocando o Mercenário Tagarela em X-Men Origens: Wolverine e… O resultado foi um personagem que NÃO cabe em um filme próprio. Agora, se o Deadpool voltar, vai ter que ser em uma produção que contradiz a anterior. Cadê o planejamento coeso?
É, a FOX ainda precisa caminhar MUITO até construir algo do jeito que a Marvel faz, como eles dizem que querem. Vamos esperar que tenham sucesso –- e que façam o principal: BONS filmes. O resto é consequência…
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