quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Principe Palhaço


“11% de hidróxido de sódio, 34% de ácido sulfúrico, 5% de solução de crômio, sulfeto de zinco misturado com cobre, que dá o brilho verde”…
Misture isso com um comediante falido que acabou de perder a esposa, tempere com a sombra de um morcego e nasce o Bobo da Corte de Gotham!
Então a saga Death of the Family continua em Batman #14, com roteiros de Scott Snyder e artes de Frank Capullo, sem deixar a peteca cair.
A primeira edição da saga, que foi publicada no mês passado, surpreendeu a gente pela positiva. A “história dos sonhos”  de Scott Snyder com o Príncipe Palhaço do Crime pareceu incrivelmente assustadora e de grande qualidade. Essa linha continua na edição desse mês.
A história começa de onde nós tínhamos parado: Batman foi preso pela Arlequina em um caldeirão gigante, na mesma fábrica onde o Coringa sofreu o acidente químico que mudou a sua vida em A Piada Mortal. A mesma solução que transformou o vilão começa a encher o recipiente onde o Batman está e o Cavaleiro das Trevas corre contra o tempo para conseguir escapar.
De volta à Batcaverna e à Mansão Wayne, Bruce ouve uma fita cassete deixada pelo Coringa (que é oldschool pra cacete, né? Fita Cassete, seu Joker?). Na fita, o maluco diz que capturou Alfred porque precisava dele para “servir” em uma surpresa que ele está preparando. Além disso, também descobrimos que o Coringa queimou os olhos do mordomo com amônia. Pois é, o Alfred está cego agora.
Continuando, uma pista na fita cassete indica que o Comissário Gordon será a próxima vítima do Coringa – e ele é mesmo! Assim que o Batman chega para proteger o policial, Gordon começa a sangrar e só não morre porque Bruce consegue aplicar um coagulante à tempo.
Analisando o veneno que o Coringa usou para fazer Gordon sangrar, Bruce descobre o próximo passo do plano do Coringa. O vilão está reencenando as batalhas que travou com o Batman e a próxima será em uma ponte, enquanto ele tenta envenenar o suprimento de água da cidade.
Batman pede para o Asa-Noturna ir proteger o aqueduto enquanto ele próprio vai encontrar o Coringa. Chegando lá, o Bozo de Gotham diz que já envenenou o aqueduto, já matou quem tinha que matar e já fez tudo que tinha que fazer. Ele se adiantou para fazer uma declaração e é aí que as coisas ficam sérias:
Viu? Agora a gente pode conversar. Meu Rei e eu. [...] Sssh, não faça isso. Não finja. Não aqui. Não pra mim, seu fiel Bobo da Corte. E o que um Bobo faz, se não entregar as novidades ao Rei? Más notícias, especialmente. As piores! A frota tem buracos. O exército se tornou pacifista! As mãos das crianças apodreceram e elas não podem aplaudir as fadas!
Porque o Bobo é o único que ele irá ouvir, o único que consegue fazê-lo rir disso, de si mesmo. E é isso que eu tenho tentado fazer por você, Bats: entregar as más notícias do seu coração diretamente pra você. E rapaz, eu tenho algumas más notícias hoje. [...]
Eu vou até mesmo dizê-las para a sua pequena Bat-Família ouvir também – através da linha da polícia. Vocês estão aí? Vocês estão ouvindo, filhotinhos de Morcego? Bom… PORQUE EU SEI QUEM VOCÊS SÃO!
Todos vocês, Batman e companhia, por baixo das suas máscaras! Isso mesmo, eu sei as suas identidades secretas! Eu sei os seus nomes, seus endereços… caramba, eu até mesmo sei qual sabonete cada um de vocês usa no chuveiro (e porque você sempre cheira tão bem, Asa Noturna!). E agora que eu conheço todos vocês – quer dizer, REALMENTE conheço vocês – eu tenho de dizer: vocês são um bando de $%&#/&%”#!
[...] Mas eu vou dizer-lhes isso, passarinhos e morceguinhos: dentro de 72 horas, vocês estarão todos mortos. E aqui vem a parte engraçada… o Batman será o assassino de cada um de vocês!
Bem, o Coringa sabe mesmo a identidade de todo mundo. Pelo menos é o que ele diz. E a situação deve se complicar mais e mais daqui pra frente, já que o plano dele está funcionando à perfeição até aqui. Não acho que alguém vá morrer, mas a saga está justamente passando a sensação de que a gente não sabe o que vai acontecer. E eu estou gostando muito disso.
A arte de Greg Capullo continua bem competente. Ele usa alguns traços mais “simples” do que outros artistas da DC, um estilo quase mais estilizado, mas não chega à extremos e funciona bem.
Scott Snyder também vem muito bem, se tornando um dos escritores de séries mensais que eu mais gosto atualmente. Ele faz algumas brincadeiras bem interessantes no texto (tipo quando o Batman diz que analisa a fórmula que criou o Coringa procurando por algum “ingrediente secreto” que tenha agido ali e se vê olhando para si mesmo – ou quando ele sai da fábrica e descobre que o dano da fórmula foi “irreparável” no seu uniforme, em clara alusão ao fato do Coringa ser irreparável) e tem tido ótimas ideias no comando do Batman – talvez com a exceção de incluir o “irmão do Batman” na última saga.
Seja como for, continuarei acompanhando Death of the Family!

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