quarta-feira, 30 de maio de 2012

Heróis e (a avida real) consequências


Nos quadrinhos uma coisa que chama atenção de muitos, é a reação da população aos atos dos heróis. Muitas histórias relatam os atos de heroísmo de forma a demonstrar apenas o contentamento da população. Porem muitas vezes, os atos chamados heroicos, podem acabar causando danos à população e a imagem pública de certos heróis e isso quando ocorre, e acaba sendo bem desenvolvida pelos roteiristas, pode acabar por gerar ótimas histórias paralelas e que complementam, e muito, na complexidade da criação do universo desses super-heróis e os tornam mais críveis.
Vou tomar como exemplo, para ajudar na análise, algumas das Mega sagas da Marvel lançadas há alguns anos, a “Guerra Civil”, “Guerra Mundial do Hulk” e a “Invasão Secreta”. Nessas sagas temos problemas diretamente ligados as escolhas de alguns dos heróis mais renomados no universo Marvel. Essas escolhas acabam por separar não apenas os heróis, como na “Guerra Civil”, mas também a população em seu universo, que se veem em meio a conflitos gerados por erros dos heróis. Em “Guerra Mundial do Hulk” temos um dos maiores problemas da Marvel que é a destruição causada pelo Hulk. Durante anos o Hulk causou destruição e a população clamava por uma atitude por parte dos heróis, que o enviaram para outro planeta. Porém ao retornar e revelar esse plano de exilá-lo ao mundo, muitas pessoas se mostraram a favor do Hulk, mas o que aconteceu para essa mudança de opinião?
Parece-me que foi a transposição da realidade para os quadrinhos, pois o que mais vemos é essa mudança de opinião pública no nosso dia-a-dia, como aconteceu anos atrás com o BOPE no Rio de Janeiro, onde bastou um filme para que toda a opinião pública mudasse sobre eles. Com certeza se a incursão televisionada ao morro do Alemão de dois anos atrás tivesse acontecido antes do primeiro filme do “Tropa de Elite”, a opinião pública teria sido contra o BOPE e teria condenando suas atitudes, alegando serem ríspidas demais.
Assim como na vida real, nos quadrinhos basta uma boa ou má ação para que a opinião publica mude e se torne a favor ou contra determinada atitude. Nessas três sagas citadas a cima temos uma grande responsabilidade de Tony Stark, na primeira por ter sido um dos idealizadores do Ato de Registro, na segunda por ter sido um dos responsáveis pelo exilio imposto ao Hulk e na terceira por ter omitido a invasão Skrull. Graças a esses erros um personagem que vinha sendo bem visto pela opinião publica no universo Marvel, passa a ser quase um “vilão” na sociedade, apenas por conta de más escolhas. Assim como bastou uma boa ação para que Norman Osborn fosse redimido pelos seus atos vilanescos e tivesse recebido o convide para ser o novo protetor do mundo.
Talvez essas questões sejam pouco abordadas nas histórias, mas mesmo o pouco que são utilizadas parece que o são para complementar essas sagas de forma a passar realmente a sensação de caos e de inquietação de que algumas destas necessitam para que se tornem sagas rentáveis e que causem uma boa impressão ao público que não quer ver apenas conflitos, mas também quer uma certa profundidade e credibilidade para as histórias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário