quarta-feira, 30 de maio de 2012

American Pie: O Reencontro – Crítica


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O primeiro American Pie não foi só um sucesso inesperado de bilheteria, ele tornou-se a referência das comédias adolescentes da década de 90. Assim como Porkys fez no passado, Jim, Stifler e cia. nos apresentam a uma mistura de humor escatológico, toques de besteirol e nenhum pudor, mostrando um grupo de adolescentes fazendo um pacto para perderem a virgindade até a formatura. Obviamente, essa fórmula não funcionaria por muito tempo – prova disso são os resultados inferiores das suas continuações –, e é exatamente nesse ponto que reside a maior qualidade de American Pie – O Reencontro.
                                  
Assim como o público que os assistiu em 1999, o elenco e seus respectivos personagens envelheceram. Sabendo disso, a dupla de diretores Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg – mesmos das aventuras de Harold & Kumar – investe seu humor exatamente na transição para a vida adulta, nas responsabilidades, no emprego, na família e no simples fato de que eles não têm mais idade para ficar festejando a noite inteira. Isso, claro, não impede que a turma se meta em confusões cada vez mais absurdas, envolvendo adolescentes nuas e rixas com os valentões da escola.
A trama gira em torno da reunião de 12 anos dos formados na turma de 1999. Adultos e cheios de responsabilidades, os amigos se reencontram para matar a saudade e rever os colegas. Jim (Jason Biggs) continua casado com Michelle (Alyson Hannigan), e no momento passa por um período de “seca” após o nascimento do seu primeiro filho; Oz (Chris Klein) mantém a fama de apresentador esportivo e é casado com uma bela modelo, mas nunca conseguiu esquecer Heather (Mena Suvari), seu primeiro amor; problema similar ao que passa Kevin (Thomas Ian Nicholas), que, mesmo com um casamento feliz, não consegue esconder a excitação ao ver Vicky (Tara Reid) novamente; Finch (Eddie Kaye Thomas) continua se aventurando pelo mundo procurando um verdadeiro amor que o faça esquecer a Mãe de Stifler (Jennifer Coolidge); enquanto Stifler (Seann William Scott) quer a todo custo manter as coisas exatamente como eram nos tempos de escola.
                                   
Estruturando o seu roteiro por meio de esquetes, com um fiapo de histórias interligando as cenas, o texto de Hurwitz e Schlossberg procura aproveitar ao máximo o humor dos personagens, porém, tal estrutura impossibilita desenvolvimento das situações e acaba apelando para diálogos explicativos e desnecessários (“Ah, então você passou os últimos 10 anos em Nova Iorque trabalhando com arquitetura?”). Além do mais, o roteiro insere diversas cenas desnecessárias que nada acrescentam à história, como a sequência em que o Pai de Jim (Eugene Levy) faz um cadastro em um site de namoros.
Entretanto, American Pie nunca foi famoso por causa de seus roteiros bem elaborados, mas sim por seus personagens cativantes. E isso O Reencontro tem de sobra: Jim continua o desastrado de sempre, Kevin e Oz continuam inseguros, Finch é o mesmo estranho com cara de Mr. Bean, e Stifler… bem, ele continua sendo o Stifmeister. Em meio a risadas e situações embaraçosas (a cena do Pai do Jim na festa é a melhor), American Pie – O Reencontro termina a sua projeção cumprindo o que promete: uma reunião daqueles velhos amigos que não víamos há muito tempo. Vale pela nostalgia.
                                       
AMERICAN PIE – O REENCONTRO(American Reunion – Comédia – 2012 – EUA – 113 min.)

Direção: Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg
Roteiro: Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg
Elenco: Jason Biggs, Alyson Hannigan, Chris Klein, Thomas Ian Nicholas, Tara Reid, Seann William Scott, Mena Suvari, Eddie Kaye Thomas, Jennifer Coolidge e Eugene Levy.

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