quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O retorno do regresso das Tartarugas Ninja!



Tartarugas memoráveis sem corações nos cascos!
Ausentes das bancas brasileiras desde 2007 (quando a Devir publicou um encadernado com histórias das personagens), eis que a Panini decidiu, assim, sem muito alarde, na calada da noite, publicar novas aventuras do quarteto formado por Leonardo, Donatello, Michelangelo e Raphael.
Com quatro edições lançadas até agora, cada uma focada numa das cascudas (nessa ordem: Raphael, Michelangelo, Donatello e Leonardo), a série até agora fez um pequeno apanhado no “estado da arte” envolvendo as tartarugas: cada edição serve para marcar, bem marcado, as personalidades das personagens, bem como estabelecer o mundo em que as histórias se passam.
Assim, caso você não soubesse, fica sabendo que Raphael é o esquentadinho/brigão da turma, e tem na figura de vigilante Casey Jones um amigo muito importante – talvez mais presente que seus próprios irmãos. Já Michelangelo é o brincalhão da galera, aquele que coloca a diversão à frente dos riscos, mas que não se melindra em dar com os nunchakus na cabeça do primeiro que lhe ameace. Noutro cornerDonatello é o nerd entre os irmãos, e um tanto solitário justamente por valorizar questões que as outras tartarugas não compartilham como importantes. Por fim, Leonardo, o líder, tem lá seu papel sisudo e responsável, como já estávamos acostumados, mesmo que em outros personagens (Ciclope, estou falando com você!).
Publicadas originalmente pela IDW, a série conta com roteiros de Brian Lynch e diferentes desenhistas (respectivamente, Franco Urru – edições 1 e 2, Valerio Schiti e Ross Campbell).
Cara, e aí? Então, te confesso que foi com grande surpresa que me deparei com essas HQ’s na banca, e ainda que R$ 4,90 por 24 páginas não seja o preço mais convidativo do mundo, o apelo da infância falou mais alto e me arrisquei nos primeiros quatro números. Essa série das TMNT é aquilo que muitas vezes a gente reclama que anda faltando: um gibidivertidinho, sem muito compromisso, para você ler numa…. “viagem” de ônibus até o trabalho, e esquecer logo depois. Nada aqui é memorável ou genial, são histórias rasinhas e supérfluas, ainda que, diferente do desenho animado dos anos 90, a série invista em um tantinho de violência e uma abordagem quase densa de temas densos, como a solidão que todas as tartarugas parecem sofrer em alguma medida.
Noutro lado, as revistas ainda não deixam muito evidente qual exatamente a ambientação que Lynch está usando: se por um lado a presença de protos-Bebop e Rocksteady, bem como a existência de mutantes como algo corriqueiro dá uma ideia de algo mais devedor aodesenho animado dos anos 90 (as faixas multicoloridas repetem isso), as capas das edições, um pouco do clima e a existência de uma April pós-adolescente, bem como de um ninja que se tornará o Demolidor Destruidor, fazem crer nas animações mais recentes, com pitadas mais fortes da série de quadrinhos original.
No fim, não sei o que será dessa série. As tramas ainda não conseguiram me fisgar, mas é possível que eu ainda compre a edição #5 para vê-las em ação juntas. Mas é aquele tal negócio, sabe? Sempre antes de comprar, tem de ponderar o velho: “Vale a pena?”. Não sei. Vamos descobrir uma edição de cada vez.
Tartarugas Ninja, edições 1-4. Por Brian Lynch (roteiros) e Franco Urru, Valerio Schiti e Ross Campbell (arte). Editora Panini, 24 páginas, R$ 4,90 cada.

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