Mas o interessante sobre o Batman, é que ele pensa em tudo.
ATENÇÃO: Este artigo revela todos os segredos.
Esta é a trajetória do retorno de Bruce Wayne de volta ao manto do Batman, após os eventos cataclísmicos da CRISE FINAL.
O Santuário investigou os acontecimentos e ordenou cronologicamente o
quebra-cabeças maluco do Grant Morrison. Esse é retorno do Batman
original. E começou assim…
A
Mansão Wayne foi projetada por Nathan Van Derm para Darius Wayne em
1795. Vista de cima, ela forma a letra “W”. Porém, se juntássemos a
trilha da cripta de Alan Wayne com o caminho para o jardim fúnebre, a
imagem que se forma é a de um morcego.
Na planta da construção da mansão existe uma sala secreta escondida sob
um macabro jardim cuja sombra se projetaria ao longo do tempo e além dos
mortos. A mansão existe há mais de duzentos anos, e o sistema de
cavernas é usado desde a idade da pedra. O ambiente perfeito para se
deixar uma mensagem através das gerações. O terreno da mansão foi
construído sobre um labirinto de cavernas associados a tesouros
enterrados e personagens como Jeremy Coe – o Pirata Negro, seitas
satânicas e o antigo povo morcego.
No interior da mansão existe um corredor com uma galeria de quadros com
as pinturas da linhagem Wayne, mas há um espaço vazio entre eles. O
quadro que foi retirado, pertencia ao Thomas Wayne de 1760, a ovelha
negra da família. Ele liderava uma seita de adoradores do demônio
Barbatos, o antigo demônio morcego da tribo dos Miagani. Esse Thomas fez
um pacto profano, que lhe concedeu vida eterna, e nos dias de hoje
atende pelo nome de Simon Hurt. E a seita de adoradores do demônio
Barbatos agora é conhecida como a Luva Negra.
Dentro da mansão, algumas pistas passaram despercebidas por muito anos,
simplesmente porque ainda não era o momento de serem percebidas. A
constelação de Órion no quadro de Darius Wayne, e o olhar fixo da
pintura de Joshua Wayne para a biblioteca. Joshua aparece nesse retrato
carregando um livro que se observado de perto, tem o símbolo de um
morcego estampado na capa. Na biblioteca, é possível encontrar uma
lareira com as três estrelas do cinturão de Órion, em ordem de
magnitude. Através da lareira, há uma passagem para uma “Batcaverna
secreta”. Em seu interior, há um altar ritualístico. Morcegos pintados
em toda a parte, a palavra “Thomas” repetida várias vezes pelas paredes e
no centro e em destaque a palavra “Barbatos”. Existe também uma
horrenda escultura de um homem morcego de ponta cabeça, numa ala que
ficou totalmente preservada apesar do terremoto que ocorreu em Gotham.
No centro da sala, existe uma caixa com um entalhe de morcego. E no fim
da sala… está o traje que Batman usava quando foi atingido por
Darkseid. Sempre esteve lá. Aguardando o momento certo de ser
encontrado…
A última anotação do arquivo de casos inexplicáveis:
“Em minhas tentativas para ver claramente na escuridão mais profunda, em meus esforços para chegar até o olho da tempestade da loucura, terei me aberto para algumafonte do mal absoluto? Eu finalmente alcancei os limites da razão? E encontrei o demônio esperando? E aquilo eram lágrimas em seus olhos”?
Tempos atrás, Bruce Wayne se submeteu a ancestral técnica do Thorgal,
onde o iniciado, em termos leigos, aprende o que os mortos sabem. O
indivíduo é levado de volta ao seu centro negro e radiante. O Thorgal é
uma prévia da morte. Uma oportunidade de extinguir todos os traços de
medo e dúvida da mente.
O Batman pensa em tudo. Ele quis se certificar de que havia
experimentado cada eventualidade. Não por acaso, há alguns anos ele
aceitou ser voluntário como cobaia em um experimento de total isolamento
e privação de sentidos, simulando os efeitos da solidão em voos
espaciais. O médico responsável se comprometeu a manter a identidade
dele estritamente em segredo. Doutor Simon Hurt.
O Dr. Hurt tinha planos e motivos que até então Bruce nem sonhava. Ele
organizou uma onda de eventos que levaram Batman ao seu limite físico e
mental. Ele desconstruiu a mente de Bruce, enquanto ao mesmo tempo, o
Coringa desconstruía os planos do Dr. Hurt, a quem via como um
adversário. O Coringa agiu de forma aleatória, guiado por uma extrema
Apofenia.
“Apofenia” é um termo proposto em 1959 por Klaus Conrad para o fenômeno
cognitivo de percepção de padrões ou conexões em dados aleatórios. É um
importante fator na criação de crenças supersticiosas, da crença no
paranormal e em ilusão de ótica. Inicialmente descrita como sintoma de
psicose, a apofenia ocorre no entanto em indivíduos perfeitamente
saudáveis mentalmente. Do ponto de vista da estatística é um Erro de
tipo I, ou seja, tirar conclusões de dados inconclusivos. Em que um
exame pode levar a um resultado falso positivo. Psicologicamente é um
exemplo de viés cognitivo. Ocorrências de apofenia frequentemente são
investidas de significado religioso e/ou paranormal ocasionalmente
ganhando atenção da mídia, como a impressão de ver Jesus em uma torrada.
No teste projetivo de manchas Rorschach a
apofenia é estimulada com o objetivo de identificar padrões
significativos na vida do indivíduo que ele projeta sobre a mancha.
No caso do Coringa, é uma aguda psicose. E tudo envolve morcegos.
Levado
ao limite máximo de suas forças, vitima de várias drogas e toxinas
alucinógenas e diversos transtornos de várias naturezas, Batman adquiriu
uma nova identidade que o protegesse do colapso mental. Surgiu assim o
Batman de ZUR EM ARRH, uma “persona de segurança”, elaborada por ele
através da experiência com o Thorgal e ativada pela palavra gatilho
criada pelo próprio Dr. Hurt durante a experiência de isolamento.
“O Zorro no Arkham”
Vagando pelas ruas, traído pela Jezebel Jet, a super modelo por quem se
apaixonou e que na verdade estava mancomunada com Hurt. Atravessando uma
onda de crimes. Mentalmente desequilibrado. Tudo parte do plano
diabólico de Hurt e sua organização, a Luva Negra. Exaustão da mente.
Perda de personalidade. Difamação de entes queridos. Segredos do
passado. Mudanças na estrutura do tempo. Entropia. Paradoxo. Enterrado
vivo.
Descanse em paz.
Anos de treinamento. Autocontrole. Desaceleração da respiração e metabolismo. Experiência de privação dos sentidos. Thorgal.
Ele saiu da cova renovado. E furioso.
Caçando Hurt até o Inferno se preciso, o inimigo, a peça que nunca se
encaixa desde o começo. O buraco nas coisas. Nas palavras dele: “Eu
amaldiçoo a capa e o capuz, como você fará em breve! A próxima vez que
você os vestir será a última”!
Perseguição. Helicóptero fora de controle. Queda no mar. Explosão.
Não descanse.
Bruce sobrevive a queda do helicóptero, mas não encontra Hurt.
Começa a Crise final.
Intervalo de tempo entre “Descanse em Paz” e “Sanção Ômega”: 30 dias.
Batman
saiu para investigar um deicídio – a morte de um deus. Órion, filho de
Darkseid foi atingido em cheio por uma bala de rádion, a única
substância capaz de matar os novos deuses de Nova Genesis e Apokolips.
Ele recolheu a bala para análise, mas foi atacado e subjugado pela
Lanterna Alfa Kraken, que no momento servia de avatar para a Vovó
Bondade, dona do orfanato de treinamento e tortura de Apokolips. Ele é
aprisionado e levado para a Fábrica do Mal, onde é colocado em uma
máquina que o conecta a uma criatura chamada deTumor,
um parasita telepático, que infiltra-se em sua mente roubando
lembranças e material biológico. A máquina controlada pelos cientistas
de Apokolips, Sr. Simyam e o Dr. Mokkari gera
diversos clones de Bruce Wayne e começa a produzi-los em massa, mas
Bruce resiste, gerando uma retroalimentação de energia emocional crua,
fazendo os clones arrancarem os próprios olhos, dentro de seus tubos de
produção.
“Que tipo de homem pode transformar suas lembranças de vida em uma arma”?
Batman consegue escapar e recolhe seu cinto com a bala de rádion. Ele
vai ao encontro de um enfraquecido Darkseid, ainda debilitado após
vencer a guerra contra Nova Genesis, e habitando o corpo do humano Dan Turpin, já transmutado para sua aparência tétrica.
Não
existem meias palavras. Batman dispara a bala de rádion no deus do mal,
ao mesmo tempo em que ele lhe atinge com a sanção ômega. Sinos são
ouvidos.
“Acertei”.
Ao ser atingido pela Sanção ômega, Batman foi arremessado ao passado, e
seu corpo foi sobrecarregado com a energia ômega. Suas memórias foram
embaralhadas. Restaram apenas algumas pistas e vestígios de quem ele era
e será.
O Robin Vermelho nunca deixou de procurar seu mentor. O clone de Bruce
estava na base do Comando D, que era usada como uma Fábrica do Mal
durante a Crise. Esse clone foi encontrado pelo Superman que acreditou
se tratar do verdadeiro Bruce.
A Sanção ômega é por definição uma maldição pior do que a morte. Ela
arremessa sua vítima ao passado, obrigando-a a viver diversas vidas de
dor e sofrimento, sempre morrendo e renascendo em outra época para
sofrer uma vez mais. Uma armadilha infinita que nesse caso, teve um
agravante: Darkseid usou a “Caixa Ancestral”, de onde libertou uma criatura horrenda, repleta de tentáculos. Um “Hiperadaptador”,
programado para ligar-se à sua vitima e aprender tudo sobre ela,
criando a armadilha perfeita através do tempo, sobrecarregando-a ainda
com radiação ômega, a qual se acumula cada vez mais a cada nova vida
amaldiçoada.
Batman é lançado na pré-história, onde se depara com Anthro,
“o primeiro menino da Terra”, já idoso e com a marca de Metron pintada
em seu rosto, o que lhe confere proteção contra a antivida e que foi
útil a Kamandi, “o último menino da Terra”, que voltou no tempo e pegou
com ele essa vantagem para enfrentar a antivida no futuro distante (que
não se sabe de qual linha temporal se refere). Bruce está confuso e com
suas memórias falhando. Ele encontra uma sonda espacial,
com alguns objetos que se deterioram ao menor toque. Mas alguns
equipamentos ainda funcionam. Ele grava uma mensagem com suas conclusões
para Superman: “Eu
sei que você procurará por mim quando tudo isso acabar. Você pode ouvir
moléculas se unindo. Sei que ouvirá isso de alguma forma...”. A
sonda espacial se torna então, possivelmente a primeira e mais longínqua
cápsula do tempo feita pelo homem. Mas de onde veio essa sonda?
Continue lendo…
Bruce
faz contato com a tribo humana mais próxima. Ele lidera os guerreiros
contra uma tribo inimiga, e acaba se tornando o “Homem dos Morcegos”.
Nascem assim os Miaganis – O Povo do Morcego – descendentes diretos de
Anthro. Mas o Hiperadaptador continua em seu encalço, e o arrasta para a
era seguinte, algo próximo da idade média, onde conhece a “bruxa”
Annie, conhecedora dos rituais dos Miagani, ela o leva até a caverna do
povo oculto, e ele já com a memória bem variada, assume a identidade de Mordecai.
Enquanto cuidava de seus ferimentos, Annie jurou que amaria Mordecai
até o fim dos tempos. Mas quando foi presa e sentenciada a morte por Nathaniel Wayne, amaldiçoou a ele e a toda a sua família. Até o fim dos tempos.
Bruce é arremessado para águas conturbadas, onde é encontrado pelo pirata Barba Negra – que possivelmente é Vandal Savage,
já que esse foi um dos nomes que ele usou durante sua extensa vida – .
Ele acreditava que Bruce fosse o lendário Pirata Negro que o levaria ao
tesouro escondido do Povo Morcego, mas tudo que eles encontraram foi o
manto que ele usava no momento do combate com Darkseid, emanando pura
radiação ômega.
A interferência do Hiperadaptador produz retroativamente todas as
coincidências e conexões que constituíram a vida do Batman, daquele
momento até o dia da morte de seu pai e sua mãe, e retrocedendo mais,
tocando praticamente todos os seus ancestrais.
Toda a linhagem de Bruce foi marcada, enquanto ele pontuava seu caminho
de volta deixando pistas através das gerações. Mas não com migalhas de
pão, e sim com um símbolo. Tudo tocado por ele virou um mito. Um símbolo
de morcego, pintado nas paredes das cavernas pré-históricas e viajando
nas páginas de um diário e uma caixa de conteúdo secreto que seriam
guardados e protegidos por sua linhagem. Palavras secretas, quartos
ocultos e mistérios de família. Foram encontrados símbolos-morcego
feitos por homens das cavernas na faixa de terra que liga a Sibéria à
Europa, e também em jardins do século 19, pistas que levaram a relíquia,
o manto do Batman, impregnado de radiação ômega, acumulando-se através
dos milênios até chegar ao século XXI como uma bomba do juízo final,
conforme planejou Darkseid.
O TEMPO É A SANÇÃO ÔMEGA
Superman, Lanterna Verde Hal Jornal, Rip Hunter, Gladiador Dourado e
Skeets encontram a mensagem de Bruce e partem em busca dele pelo tempo,
rastreando a radiação ômega.
“Uma agulha num palheiro cósmico”.
Em uma Gotham ainda em seus primórdios e bem ao estilo Velho Oeste, uma
caixa marcada com um morcego é encontrada, a acredita-se que ela seja a
chave para poderes além da compreensão. Mas ela só pode ser aberta por
quem conhece seu segredo. O mercenário Jonah Hex é contratado para matar
o Cavaleiro Negro, nova encarnação de Bruce, e cumpre seu objetivo,
apesar de sofrer com o remorso pelo seu ato.
Bruce ressurge como um detetive particular numa Gotham Noir, onde
investiga o assassinato de… Thomas e Martha Wayne! A Mãe de Martha,
Betsy Kane, acredita que ela foi assassinada pelo marido e que tudo não
passou de uma farsa. Segundo Betsy, Thomas teria mandado matar a esposa
e simulado a própria morte, cuidando para que seu jovem filho,
testemunha ocular do crime, fosse enviado para um colégio interno. Betsy
faz parte de um ramo da família que remete aos “Kane”, da qual fazem
parte Kathy Kane, atual Batwoman e sua prima Bette Kane, a Labareda. (Ou
“Águia Flamejante”, dependendo da tradução). Bruce descobre a fraude
da “cerimônia do morcego”, onde foram usadas imagens de Hurt disfarçado
como Thomas Wayne e uma atriz se fazendo passar por Martha realizando
rituais profanos, a fim de destruir a reputação deles. Hurt também
providencia provas documentais contra os Wayne e o mordomo, além de
fotos e cartas falsas. Segundo o enlouquecido Hurt, destruir a reputação
é destruir a alma. E tudo faz parte do ritual para alimentar Barbatos.
Bruce é aprisionado e colocado como alvo do sacrifício, onde é ateado
fogo em seu corpo. Um dos seguidores de Hurt, Carter, rejeita o ritual e
entrega a caixa a Bruce, que se liberta das cordas mas é engolfado
pelas chamas. Vê-se a sombra de um morcego gigante que eles acreditam
ser Barbatos e Bruce é arremessado para outra vida.
Batman
surge no Ponto de Fuga, e seu corpo já apresenta limites extremamente
perigosos de radiação ômega. Os robôs o recolhem e o preparam para ser
infundido à configuração biorgânica a fim de preservar sua integridade.
Eles o vestem com o traje de arquivista. Uma sonda é enviada para a
pré-história acidentalmente. Essa sonda é o dispositivo Nichols,
criado no ponto de fuga e que havia desaparecido em sua viagem
inaugural. O sonda tem toda a informação da estação, registro completo
da linha cronológica do universo zero. Nesse momento é detectada uma
infestação de hiperfauna, classificada como “Máquina Caçadora Assassina
Apokoliptika do tipo ‘Maldição’”, que nada mais é do que o
Hiperadaptador liberado da Caixa Ancestral por Darkseid para seguir
Bruce através dos tempos.
Os “robôs-cactus” conseguem conter o Hiperadaptador mas não por muito
tempo, e o tempo do Ponto de Fuga está no fim, caminhando
irremediavelmente rumo à entropia. No Ponto de Fuga tudo acontece em
sua condição limite, pela última e mais significativa vez.
Bruce pede que sua memória seja apagada para que não seja acessada pelo
Hiperadaptador quando ele se libertar, e que seja mandado de volta a sua
época, o que eles fazem ao evoluir o que restou do dispositivo Nichols,
que por sinal é a tal sonda que foi enviada à pré-história e encontrada
por Bruce.
Logo após a partida de Batman, Rip Hunter e a equipe de resgate chegam
ao Ponto de Fuga e observam os monitores que mostram o momento exato do
ataque de Darkseid a Bruce. Hunter explica que não podem impedir aquilo
que deve acontecer, mantendo a sua rígida postura de não alterar o
tempo. Além disso, a carga ômega teria deixado os momentos vivenciados
pelo Batman através dos tempos impenetráveis para qualquer viajante do
tempo, motivo pelo qual eles nunca conseguiram encontra-lo em sua busca.
Bruce volta ao seu período correto, chegando ao QG da Liga da Justiça
usando o traje robô arquivista, sem memória, repleto de radiação ômega e
com o Hiperadaptador na bagagem. Ele derruba sozinho toda a Liga, mas
hesita ao ouvir Tim Drake. Ele diz ao seu pai adotivo que Darkseid
planejou tudo para que culminasse nesse momento, quando Bruce se
libertaria da Sanção Ômega, tornando-se uma arma definitiva que abriria
um buraco pelo tempo que o engolfaria e o levaria ao completo colapso.
Bruce
pede que a Mulher Maravilha o prenda em seu laço, que o compele a dizer
somente a verdade. Ele então se lembra de quem é… se lembra de tudo e
diz que planejou tudo isso para que pudesse salvar a todos, trazendo o
Hiperadaptador ao período dos super heróis, onde seria apenas mais um
monstro a ser derrotado. Para isso, foi preciso apagar sua memória para
que a máquina não tivesse sobre o que funcionar. Ele enganou o
dispositivo mais avançado de Darkseid. Porém, ao recuperar suas
lembranças, é imediatamente possuído pelo Hiperadaptador, liberando
quantidades absurdas da radiação ômega acumulada. O próprio tempo se
contorce e começa a se desfazer. É a vingança de Darkseid em ação.
Superman e a equipe de resgate surgem nesse exato momento de sua
incursão no tempo, mas o aparelho de Darkseid avisa que somente a morte
do hospedeiro pode detê-lo. O próprio Bruce arranca o traje infestado de
seu corpo e ordena que o mesmo seja colocado na esfera cronal de Rip
Hunter, onde numa última tentativa de sobrevivência, a máquina usa deu
dom de adaptação e se transforma num morcego gigante. A esfera é
acionada e ricocheteia pelo tempo, fazendo aparições relâmpago por toda a
trajetória do Batman, desde a pré-história em diante. Assim, o
Hiperadaptador surge em determinados momentos chave, sempre com a
aparência de um morcego gigante. Ele é batizado de “Barbatos” pelos
Miagani, e torna-se alvo da adoração da seita que viria a se chamar Luva
Negra.
Eu não me surpreenderia se essa aparição fosse justamente o morcego que
Bruce viu certa vez entrando pela sua janela, e que o inspirou a criar
sua identidade!
Por fim, a esfera cronal cumpre a sua programação, arremessando a arma final de Darkseid direto para o fim dos tempos.
O tempo, no entanto, continua se desfazendo, pois Bruce ainda está
impregnado de radiação ômega. Só o fato dele respirar ameaça tudo que
existe. Delirando, ele diz que Darkseid está tentando reencarnar no
Doutor Hurt…
Os novos deuses são ideias conscientes. Usam armas conceituais, equações
antivida e metáforas assassinas. A única solução para evitar a crise
final do tempo é matando o Batman.
Depois de dois minutos clinicamente morto, a radiação ômega começa a
deixar o corpo de Bruce e se dispersar, mas eles têm pouco tempo para
reanimá-lo antes que o processo seja irreversível, coisa que não
conseguem fazer mesmo com todo o empenho e os recursos disponíveis.
Então, Tim Drake diz saber como trazê-lo de volta. Ele diz que Gotham
está com problemas e precisa do seu guardião.
Como um milagre, o coração de Bruce voltou a pulsar, e seu espírito foi restaurado. Os sinos ainda estavam tocando.
Batman estava de volta.
E
o Dr. Hurt também. Ele invade a Mansão Wayne em busca da caixa com os
segredos de Barbatos. A caixa dos mistérios, o sinal da eternidade… o
tesouro secreto dos Miagani. Ele consegue roubá-la, mas não pode abri-la
sem danificar seu conteúdo. Ao encurralar Batman (Dick Grayson) e
Robin, Hurt se prepara para novamente realizar o ritual de invocação a
Barbatos, mas um assovio é ouvido, e a caixa é aberta, para espanto de
Hurt. Barbatos não aparece, mas sim o verdadeiro Bruce Wayne, que veio
ajustar as contas com ele.
A caixa só podia ser aberta com um comando de voz específico, um assovio
– a linguagem morcego perdida dos Miagani. Dentro dela, havia um
dispositivo em forma de morcego e um bilhete que dizia “Gotcha” – em
algumas edições traduzidas pela Panini como “acertei” e em outras como
“te peguei”. Mas o que importa é que foi a última palavra dita por
Batman ao atingir Darkseid. A confirmação da sua vitória sobre o mal.
“Gotcha”.
Batman
e Robin partem numa missão de salvamento à Gotham, ameaçada pelo
Professor Porko, e Bruce fica encarregado de Hurt, mas ele havia feito
Alfred de refén numa armadilha mortal, e Bruce opta por salvar seu amigo
e o deixa escapar…
…mas Hurt dá de cara com o Coringa, nada feliz com toda a repercussão
das coisas até o momento. O Dr. Hurt acaba sendo enterrado vivo pelo
palhaço do crime que gargalha satisfeito em sua cova. Apofenia.
Com a volta de Bruce, uma nova era se inicia, e ele anuncia publicamente
que é o financiador do homem morcego…tem início a Corporação Batman…
… Mas isso é outra história.
Por Rodrigo Garrit
Originalmente publicado no Santuário.
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