Olá
a todos, hoje vou postar uma entrevista que foi publicada no Jornal
Correio da Paraíba, com niquem menos que Mort Walker o criador do
personagem que tem mais de 60 anos, o Recruta Zero,.
O
exército americano é uma grande piada - ao menos nas tiras do Recruta
Zero, um dos mais populares personagens dos quadrinhos, que tem mais 60
anos este mês. Criação do cartunista Mort Walker, hoje com 86 anos, o
soldado folgado e preguiçoso é publicado atualmente em 1.800 jornais ao
redor do mundo. E Walker, um dos principais nomes da história das HQs
conversou por e-mail com o CORREIO sobre o Personagem.
Mas
poderia ter sido bem diferente. Zero (Beetle Bailey, no original)
estreou em 4 de setembro de 1950 não como um recruta, mas estrelando uma
tira ambientada em uma universidade. Como tal, era claudicante: quando
uma tira precisava ser publicada em pelo menos cem jornais para ser um
sucesso, Zero chegava a 40 com esforço. Sob o risco de ser cancelada, a
Guerra da Coreia acabou sendo motivo para Mort Walker fazer o malandro
estudante se alistar.
“O
editor de um grande jornal escreveu para o syndicate (que distribui as
tiras nos EUA) e disse que Zero deveria se alistar, como todos os jovens
da idade dele na América”, conta o quadrinista. “Eu não queria, mas
eles insistiram. Foi imediatamente um sucesso e eu comecei a ganhar mais
jornais”.
Os militares,
evidentemente, torceram o nariz. “No começo, o exército não gostou de me
ver fazendo graça deles e não deixou Zero ser publicado nos jornais
militares”, lembra Walker. “Então, os leitores deles reclamaram e eles
começaram a usar minha tira. E ela se provou tão popular que eles,
afinal, me deram um prêmio e houve uma grande parada em minha homenagem
no gramado da Casa Branca”.
Começou a surgir uma galeria de outros
tipos impagáveis: Zero ganhou a companhia do tão violento quanto
infantil Sargento Tainha, do tão molenga quanto vaidoso General Dureza,
do inocente Dentinho e outros. “Todos os meus personagens são baseados
em pessoas que conheci, com diferentes personalidades”, diz. “Isto
mantém os personagens consistentes. Alguns são mais engraçados que
outros. Eu gosto do Zero, do sargento e do general. A Dona Tetê (a
secretária bonita do general) não é engraçada, mas eu a adoro”.
A
tira se mantém em alta com a mesma filosofia e poucas mudanças. “Não
acho que ela mudou muito. Tento mantê-la em dia com as mudanças, mas
evito comentar assuntos políticos ou a guerra. Zero permanece em
treinamento básico, o treinamento simples que cada soldado tem que
fazer”, conta Mort Walker, que hoje escreve junto com três colaboradores
e faz o lápis de todas as tiras - um de seus filhos, Greg, faz a
artefinal.
“Nós
passamos nossas ideias para o papel e uma vez por mês nos encontramos
para selecionar as melhores”, diz Mort Walker sobre o sistema de criação
das tiras do Recruta Zero. “Juntos, temos 120 esboços e usamos cerca de
30 - temos milhares em estoque. É difícil dizer quantas das ideias que
uso são minhas, mas gosto de usar meu próprio trabalho, então diria que
cerca de metade das que uso são minhas”.
Walker
criou outras tiras. A principal foi Zezé & Cia. (Hi and Lois, no
original), um derivado com a família de Zero que ganhou vida própria.
“Vários quadrinhos americanos fizeram sucesso durante a II Guerra, mas
morreram depois. Minhas guerras (Coreia e Vietnã) continuavam e fiquei
preocupado se a tira sobreviveria quando acabassem. Foi por isso que
criei Zezé & Cia.”.
Hoje,
porém, ele não tem mais relação com a tira. “Eu costumava escrever, mas
passei para dois dos meus filhos, Greg e Brian, e o filho de Dik Browne
(criador de Hagar, o Horrível), Chance. Dik é quem desenhava a tira,
escrita por Walker.
Um de seus
principais trabalhos é a criação do National Cartoon Museum, em 1974,
cujo acervo está atualmente na Ohio State University - um novo museu
deve abrir no ano que vem. Ele sempre foi um defensor da valorização da
profissão e acha que os quadrinistas são mais respeitados hoje em dia,
mas em termos. “Eles não têm qualquer respeito quando syndicates os
jogam fora como se não tivessem valor”, afirma.
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