Faleceu hoje de manhã em Los Angeles um dos pilares da ficção científica, Ray Bradbury. Ele tinha 91 anos.
Ray Bradbury sempre foi apaixonado pelo tema, já o trabalhava em fanzines quando era mais novo. Mais tarde começou a publicar contos em jornais e revistas pulp, refinando seu trabalho a ponto de mesclar a ficção científica com terror e suspense.
Ele fez parte de um seleto grupo de autores do século XX que levou o gênero aonde ninguém poderia imaginar até então. Está eternamente no panteão do sci fi junto com Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Philip K. Dick, Harlan Ellison, Richard Matherson, Douglas Adams, Rod Serling, Gene Rodenberry e outros gênios.
Suas obras mais famosas foram três histórias (todas publicadas na década de 50) com alguma relação com o futuro: As Crônicas Marcianas, contos inteligados sobre a saga da colonização humana em Marte, o romance Fahrenheit 451, sobre um futuro sombrio onde a humanidade é impedida de ler e a função dos bombeiros é queimar livros nas ruas e Uma Sombra Passou Por Aqui (também conhecido como O Homem Ilustrado ou Recordações do Futuro) onde as tatuagens feitas por um mulher do futuro num homem ganham vida em cada conto do livro.
Atuou também em outras áreas. Fez roteiros pro cinema como a adaptação de Moby Dick do diretor John Huston, baseada na obra de Herman Melville. Trabalhou na concepção de cenários e brinquedos da Disney World e da Euro Disney. Criou a animação Icarus Montgolfier Wright, que concorreu ao Oscar e foi premiado com o Emmy pelo filme animado The Halloween Tree (A Árvore do Halloween), produção infantil da Hanna-Barbera baseado em sua obra homônima, e da qual participou como roteirista e narrador.
Aliás, os contos e romances do autor inspiraram inúmeras adaptações desde os quadrinhos de terror da EC Comics, passando por episódios de séries como Além da Imaginação, Contos da Escuridão, Suspense e Alfred Hithcock Apresenta, uma minissérie pra televisão sobre As Crônicas Marcianas, até versões cinematográficas como o clássico Fahrenheit 451 (dirigido por François Truffautt) e Uma Sombra Passou Por Aqui ou o mais recente O Som do Trovão.
Já o longa-metragem que virou a franquia de sucesso Efeito Borboleta é derivado da mesma idéia apresentada no conto homônimo de O Som do Trovão. Também apresentou um programa de TV, The Ray Radbury Theater, que adaptou 65 histórias suas de 1985 até 1992.
Fora do campo criativo, onde era considerado um humanista, Bradbury tinha opiniões políticas tidas como polêmicas e até retrógradas. Apoiou o ataque das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki e a Guerra do Iraque na gestão Bush. Ficou mesmo incomodado com o cineasta Michael Moore ter entitulado seu documentário de crítica ao então governo como Fahrenheit 9/11, ainda que alegasse uma motivação artística e não política. Moore se desculpou com o escritor, mas não pode modificar o nome, dizendo já havia um trabalho avançado de publicidade com o título do documentário.
O escritor brasileiro Mario Quintana certa vez homenageou o colega norte-americano com o poema "Ray Bradbury" que você pode ler aqui. E a cantora Rachel Bloom também prestou sua homenagem ao autor no inusitado clip Fuck Me Ray Bradbury. HUAHAIUHAUHAIHAUAHA!!!!!!!!!!!
Aguardem mais um post sobre a obra do autor em breve.
"Qualquer coisa que você sonha é ficção e qualquer coisa que você conseguir é uma ciência. Toda a história da humanidade nada mais é que ficção científica."
Ray Bradbury
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