A última edição mostrou bastante os cinco X-men originais e os atuais residentes da nova Escola Jean Grey, mas agora Brian Bendis quis mexer um pouco com a cabeça dos leitores ao dedicar esse número atual totalmente para Ciclope e seu grupo de mutantes revolucionários. SPOILERS MUTÁVEIS
X-men – criados por Stan Lee & Jack Kirby
“A viagem no tempo não é impossível, é apenas improvável!”
Perdidos no Espaço
A velocidade dessa edição é menor que as outras ao passo que o roteirista dedica esse momento para desenvolvimentos significantes na trama. Esses mesmos desenvolvimentos servirão para a maior história a ser contada nessa revista, mas uma determinada revelação aqui pode fazer com que os cinco originais sejam uma ameaça muito maior para o Ciclope e Cia. dos dias atuais
Ainda é algo confuso entender que um muito mais jovem e inexperiente Scott Summers possa ter alguma chance contra o homem que ele se tornou no presente, Bendis também está trabalhando com a ideia de que a Força Fênix de alguma forma modifica os poderes das pessoas que ela possui, causando aumento de força ou fraqueza. Esse é um belo conceito, mas Brian Michael também causa um “curto circuito” nos poderes de Magneto e a razão para incluí-lo nesse problema fica um pouco arbitrária, afinal ele não foi em nenhum momento hospedeiro da entidade Fênix.
A essa altura já sabemos que o Fera está tendo problemas com sua mutação e talvez possamos atribuir que isso também pode estar ligado com a Força Fênix, mas por outro lado isso parece estar sendo feito para dar para os cinco X-men originais e por extensão os X-men da Escola Jean Grey, uma chance de luta contra a revolução de Ciclope. Algumas vezes esses elementos funcionam, outras parecem um pouco forçados, como por exemplo o imediato desenvolvimento das habilidades telepáticas da senhorita Grey.
A escolha da nova base de operações de Ciclope é de uma inspiração maravilhosa por parte de Bendis. A cena do novo mutante a ir á público entre uma legião de humanos simpatizantes a ele é maravilhosa e a sequência entre Magneto e Ciclope é sólida e marcante. Esse último elemento é o que merece mais mérito, ao passo que as duas curiosidades anteriores foram escolhidas pelo autor como um gancho para um conflito maior, a terceira é realmente o melhor momento dessa terceira edição.
Apesar da caracterização de Magneto parecer um pouco inconsistente (alguns dirigiam que ele estaria sofrendo de distúrbio de personalidade bordeline) variando de passagens onde o Mestre do Magnetismo consola Scott e em seguida demonstra toda sua revolta para com ele e suas decisões questionáveis. Existe muito potencial nesse novo conflito para ser aproveitado.
Ciclope é um homem alquebrado emocionalmente, o que é compreensível por tudo o que o personagem passou nos últimos eventos. Mas ele está cada vez mais obsessivo e o roteirista não parece querer mudar isso tão cedo, o problema é não ficar chato ou perder realidade. Magia (a irmã de Colossus) tem sido a “motorista da rodada” ou de todas as “rodadas” de Ciclope e seus revolucionários, teleportando o grupo para onde quer que vão. Ser tão subserviente não condiz muito com sua personalidade e história, mas por outro lado ela está entretida com o fato de que seus poderes estão muito mais fortes após ter sido possuída pela Fênix e muitas vezes só está ali entre eles presente de corpo.
Mas é Emma Frost que Bendis inferniza mais. A fria e arrogante personagem perde toda a pose em uma explosão de ira, num diálogo para lá de emocionante com Scott Summers. Possivelmente nas edições seguintes a loira ainda vai aprontar bastante, deixando de ser a sombra de Ciclope que foi nas últimas histórias. Ninguém pode dizer que ao contrário do Jovem Ciclope e Anjo dos X-men originais, Brian Michael Bendis não conseguiu trabalhar maravilhosamente cada personalidade de todos os outros personagens dessa revista. O que provavelmente ficará mais difícil quando mais personagens participarem da trama ao mesmo tempo.
Stuart Immonem mais uma vez faz uma edição vibrante e linda. Seu estilo cinético de desenho é perfeito parar as sequências de ação desenfreada e expressiva nos momentos de diálogos e desenvolvimento da trama. Talvez por falta ainda de tempo, ela apareceu pela primeira vez agora, Emma Frost ainda não tenha sido mostrada como a mulher madura e sensual que é. Muitas vezes ela pareceu uma adolescente enfezada dando escândalo. Por fim, as cores de Marte Gracia fazem com que a revista seja uma aventura ainda mais inesquecível.
Nessa terceira parte de Novíssimos X-men, a revista parece ter seguido um novo caminho de caracterização. Com um maior aprofundamento nos conflitos dos X-men revolucionários. O Ciclope que vimos na primeira edição, seguro e forte abriu passagem para um homem desesperadamente precisando da ajuda de seus amigos.
Some a isso tudo toda a caracterização da mágoa e ira de Emma Frost para com o ex-amante que confiou e se sente traída – apesar dela mesmo nunca ter sido nenhuma santa – e um Magneto que deixou muito claro que não está satisfeito agora e de que é capaz de qualquer coisa, caso se sinta ainda mais prejudicado e essa revista comprova o sucesso que está tendo. No fim de tudo nesse mês? O confronto inevitável parece que chegou muito antes do previsto. Para quem você vai torcer?
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