quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A Balada Do Coringa - Você Não Quer Ficar Com Medo? Então Não Leia Essa Historia é Sério

                      

Pois bem, Batman #13. A revista tem sido anunciada, badalada e divulgada há bastante tempo, já que marca a volta do maior vilão do Batman (quiçá dos quadrinhos) à Gotham City. O Coringa andava desaparecido desde Detective Comics #1, publicada em setembro do ano passado, quando teve o rosto arrancado por um novo vilão do Batman dentro do Asilo Arkham.
                          
De lá pra cá, nenhuma informação sobre o Palhaço foi divulgada, ele nunca apareceu e o mistério continuou. Agora, ele volta com um plano e inicia a saga Death of the Family, mirando em cada um dos ajudantes do Batman. E, se eu posso dizer, começa com os dois pés-direitos.
Tudo começa com um fim de expediente na Delegacia de Polícia de Gotham. Gordon e Bullock aproveitam uma folguinha pra fumar um cigarro e comentam sobre os acontecimentos dos últimos dias. A chuva em Gotham é tanta que chega a inverter o curso do rio da cidade. Uma leoa tem um filhote com duas cabeças. Sinais de que tem alguma coisa errada.
Fim de pausa, os dois voltam ao batente quando o Coringa ataca pela primeira vez, naquela cena que vimos no preview da revista. O vilão invade a Delegacia atrás do seu rosto, que havia sido guardado lá como evidência. No caminho, várias mortes de policiais e uma cena bem assustadora. Scott Snyder constrói o medo em torno do Coringa de maneir abem competente. Detalhes na fala do vilão assustam. Por exemplo, em um momento ele diz para o Comissário Gordon que ele esconde coisas (cigarros, já que ele anda fumando escondido) e diz que “deita debaixo da cama do Comissário e ouve as coisas tristes que ele diz durante o sono”. IMAGINA o Coringa debaixo da sua cama. Boa sorte tentando dormir hoje.
Outra coisa assustadora que vem em um detalhe: durante a cena, o vilão começa a contar várias piadas, sempre no estilo “Fulano entra num bar…”. Ele nunca completa nenhuma delas. Uma das piadas, por exemplo, é “Um palhaço com uma camisa havaiana bate na porta”. Pois é.


A piada do Coringa é uma referência à essa cena de A Piada Mortal, onde ele atira em Barbara GordonBem, Coringa vem e vai e aí chega uma das sacadas interessantes de Snyder. Ele não foca o tempo todo na presença do Coringa em cena. Ele deixa os outros personagens de Gotham reagirem à presença do vilão, aumentando o medo no próprio leitor. Asa Noturna, Robin Vermelho, Batgirl e Robin reagem de maneiras diversas ao retorno do Coringa.
Depois disso, o Coringa aparece na TV com um sósia, anunciando que o prefeito vai morrer. A cena é uma “releitura” do primeiro assassinato do Coringa, quando ele também apareceu na TV dizendo que um magnata qualquer iria morrer à meia-noite. Detalhe: o “sósia” que ele mata ao vivo é filho desse magnata que ele matou anos atrás.
Avançando, Batman e Gordon salvam o prefeito, mas todo o resto dos policiais morrem com uma nova variação do veneno do Coringa. Dentro da fórmula, havia uma pista para o Batman. O vilão se encontra na velha fábrica onde ele se encontrou com o Batman pela primeira vez. Lá, o herói é preso em uma espécie de barril pela Arlequina e a promessa é feita: o Coringa vai quebrar cada membro da Batfamília, culpados pelo Batman ter ficado “fraco”, “mole”…
As últimas páginas da edição são assustadoras. Alfred caminha pela Mansão Wayne quando…

                        O Coringa sabe que o Batman é Bruce Wayne?? O Alfred vai morrer? É sério que eu tenho que esperar UM MÊS pela continuação?
Bem, já deu pra sacar que eu adorei a revista, certo? Incrivelmente macabra, desafiadora… o roteiro de Scott Snyder realmente envolve o leitor e é difícil não gostar de histórias contadas por ele. A interpretação do Coringa nessa saga está MUITO parecida com a de Heath Ledger nos cinemas. Ele está menos “Looney Toones”, mas muito mais macabro. Ele ainda tem as piadas, o toque de humor, mas é muito mais doente e menos engraçado. Confesso que eu já ri com o Coringa em algumas revistas anteriores, mas não dá pra rir em Batman #13. Nós sentimos que é o Coringa de sempre, mas ao mesmo tempo tem alguma coisa errada. Por exemplo, o veneno dele que mata os policiais, não os deixa sorrindo (como o habitual). Pelo contrário, deixa-os com uma carranca zangada. O próprio Coringa diz mais pra frente que está zangado.
Além disso, existem muitas referências à histórias passadas do Batman. A Piada Mortal é citada muitas vezes. Algumas, literalmente, como na piada da camisa havaiana. Outras, é visualmente (há um quadrinho onde o Batman ataca o Coringa que lembra bastante uma cena da graphic novel de Alan Moore). Snyder já havia dito que essa saga era “a sua Piada Mortal”. Ele levou isso bem a sério. Outra referência interessante é a maneira como o Coringa ataca Alfred, que lembra muito (o ângulo, a arma) a cena em que o próprio Coringa mata o segundo Robin, Jason Todd.
Bem, pra concluir, revista ótima. Justificou o hype em torno do começo da saga e me deixou com muita vontade de ler o resto. Scott Snyder mandou muito bem e a arte de Greg Capullo está ótima. Além da história “normal”, ainda há uma espécie de história back-up, onde o Coringa assusta (e muito!) a Arlequina. Ele está muito macabro. Ele está muito nervoso. Ele está muito perigoso. Dá pra sentir o medo de todos os personagens. Se fosse pra escolher um tema, eu diria que Batman #13 é uma revista sobre o medo que o Coringa inspira.
Sem mais, só dá pra dizer: Bem-vindo de volta, Coringa!
Fonte: O Excelente Supernovo

Equipe Técnica
Roteirista: Scott Snyder
Artista: Greg Capullo
Colorista: Jonathan Glapion
Editora: DC Comics
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