quarta-feira, 16 de novembro de 2011

The Walking Dead-Daryl

Quem os textos sobre The Walking Dead certamente já notou que sou muito fã da HQ dadas as comparações que sempre faço entre uma mídia e outra. Dito isso, ainda que eu queira ver os grandes temas da história criada por Robert Kirkman ganhando vida no formato live action, eu sinceramente não acharia tão interessante se a série simplesmente replicasse tudo que podemos encontrar nas revistas. Sendo assim, por pura sorte ou talento da equipe responsável pela série, a inserção e, sobretudo, o desenvolvimento de Daryl, um personagem que não existe na HQ, revela-se cada vez mais indispensável para a produção, visto que não é exagero algum enxergá-lo como o personagem mais interessante do atual momento da trama, que se ainda não empolga como um todo (algo que, espero eu, deve mudar radicalmente em função do gancho deixado por este 5º episódio), traz alguns bons momentos isolados aqui e ali.
Assim como já ocorrera no 2º episódio desta temporada, “Chupacabra” começa com um flashback dos primeiros dias subsequentes ao caos que se instaurava. Nisso, pudemos ver o grupo que então seria liderado por Shane reunindo-se por acaso numa estrada ao passo que tivemos mais uma pequena noção de toda a incerteza e do medo que tomaria conta de todos dali por diante. Levando isso em conta, ainda que seja coerente reconhecer o mérito desta abertura e as boas sequências como aquela em que Rick e Shane conversam sobre tudo que não existia mais e discutem sobre a necessidade de ter que tomar decisões difíceis para garantir a sobrevivência (leia-se abandonar a busca por Sophia como queria Shane), ou mesmo as que Hershel deixa claro seu desconforto com a presença do grupo de Rick em sua fazenda, qualquer elogio maior que “Chupacabra” possa merecer tem que passar pelas cenas envolvendo o já citado Daryl.
É até curioso tentar entender quais seriam as motivações que fizeram Daryl mudar tanto dos primeiros episódios da série para cá (talvez a compreensão de que agir de forma egoísta, como fazia Merle, seria a pior alternativa?), mas é fato que essa nova contextualização fez muito bem para o personagem e, por tabela, para a série. Nesse episódio, Daryl teve e fez um pouco de tudo: sozinho na floresta, sofreu um acidente e teve que cuidar da ferida sem ajuda; matou um zumbi com um cajado enquanto tirava uma flecha do próprio corpo para usá-la como arma para derrubar outro; alucinou uma conversa com o irmão desaparecido e, por fim, antes de trazer uma suposta prova de que Sophia continuava viva em algum lugar, acaba confundido com um zumbi quando retorna para a fazenda e quase morre com um tiro disparado por Andrea.
Considerando o potencial, The Walking Dead ainda não é a série que poderia ser, mas é justo dizer que de pouco a pouco ela vai ganhando mais corpo ao introduzir conflitos e dilemas que traduzem de forma expressiva a diferença entre ser humano (na atitude e no comportamento moral) antes e depois do apocalipse zumbi. E isso, pelo menos para mim, está longe de ser pouca coisa para uma série de tv que, na essência, deveria ser puro entretenimento descompromissado. E para vocês?

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