

Assim como já ocorrera no 2º episódio desta temporada, “Chupacabra” começa com um flashback dos primeiros dias subsequentes ao caos que se instaurava. Nisso, pudemos ver o grupo que então seria liderado por Shane reunindo-se por acaso numa estrada ao passo que tivemos mais uma pequena noção de toda a incerteza e do medo que tomaria conta de todos dali por diante. Levando isso em conta, ainda que seja coerente reconhecer o mérito desta abertura e as boas sequências como aquela em que Rick e Shane conversam sobre tudo que não existia mais e discutem sobre a necessidade de ter que tomar decisões difíceis para garantir a sobrevivência (leia-se abandonar a busca por Sophia como queria Shane), ou mesmo as que Hershel deixa claro seu desconforto com a presença do grupo de Rick em sua fazenda, qualquer elogio maior que “Chupacabra” possa merecer tem que passar pelas cenas envolvendo o já citado Daryl.

É até curioso tentar entender quais seriam as motivações que fizeram Daryl mudar tanto dos primeiros episódios da série para cá (talvez a compreensão de que agir de forma egoísta, como fazia Merle, seria a pior alternativa?), mas é fato que essa nova contextualização fez muito bem para o personagem e, por tabela, para a série. Nesse episódio, Daryl teve e fez um pouco de tudo: sozinho na floresta, sofreu um acidente e teve que cuidar da ferida sem ajuda; matou um zumbi com um cajado enquanto tirava uma flecha do próprio corpo para usá-la como arma para derrubar outro; alucinou uma conversa com o irmão desaparecido e, por fim, antes de trazer uma suposta prova de que Sophia continuava viva em algum lugar, acaba confundido com um zumbi quando retorna para a fazenda e quase morre com um tiro disparado por Andrea.
Considerando o potencial, The Walking Dead ainda não é a série que poderia ser, mas é justo dizer que de pouco a pouco ela vai ganhando mais corpo ao introduzir conflitos e dilemas que traduzem de forma expressiva a diferença entre ser humano (na atitude e no comportamento moral) antes e depois do apocalipse zumbi. E isso, pelo menos para mim, está longe de ser pouca coisa para uma série de tv que, na essência, deveria ser puro entretenimento descompromissado. E para vocês?
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