Novos e ilustres heróis
Tudo começou, na verdade, com a Liga da Justiça da DC Comics. Após dar início à Era de Prata dos quadrinhos com a criação das novas versões de velhos personagens; a Distinta Concorrente decidiu reunir seus principais personagens em uma mesma equipe, fazendo atuar juntos. Assim, em 1960, surgiu a Liga e foi um enorme sucesso.
Na época, a Marvel Comics ainda era uma pequena editora publicando histórias de monstros, ficção científica e faoreste. Entretanto, ao saber do estrondoso sucesso da Liga da DC, o dono da empresa, Martin Goldman, encarregou o Editor-Chefe, Stan Lee, de criar uma equipe de super-heróis.
Como não tinha como reunir “heróis famosos”, já que não publicava nenhum, Lee se uniu a Jack Kirby e criaram uma equipe totalmente original: o Quarteto Fantástico, em 1961, que deu início ao Universo Marvel que conhecemos! O sucesso imediato logo trouxe uma série de outros personagem: Hulk, Thor, Homem-Aranha, Dr. Estranho, Homem de Ferro etc.
Em 1963, a Marvel já tinha um bom punhado de personagens e Stan Lee decidiu fazer uma equipe reunindo heróis já existentes. Em setembro daquele ano, Lee e Kirby lançaram a revista The Avengers 01, que trazia uma chamada de capa anunciando a união de Thor, Homem de Ferro, Hulk, Homem-Formiga e Vespa contra o deus da trapaça, Loki.
O conto de origem é bem simples: Loki usa o Hulk para tentar destruir seu inimigo Thor, mas os outros heróis terminam se envolvendo na batalha. Ao final, o quinteto decide permanecer unido para combater grandes ameaças que nenhum poderia fazer sozinho.
A Fase de Lee e Kirby
A dupla criadora publicou inicialmente os oito primeiros números de Avengers, mas foi o suficiente para lançar a base das aventuras da equipe. Inicialmente bimestral (a Marvel era uma empresa pequena), a revista se tornou mensal a partir da 7ª edição, em agosto de 1964.
Em seus primeiros números, os Vingadores viram o Hulk se revoltar contra a própria equipe já na edição 02 e ir embora; também nessa edição, Hank Pym deixa de ser o Homem-Formiga e passa a agir como Gigante; no número seguinte, o Hulk se une a Namor, o Príncipe Submarino (um personagem da Marvel criado em 1939 e que foi trazido de volta na revista do Quarteto Fantástico como um inimigo da humanidade) contra a equipe; e, por fim, na edição 04 ocorre a clássica história em que um enfurecido Namor termina, sem querer, arrancando um bloco de gelo no qual o Capitão América está preso.
Em Avengers 04, Lee e Kirby definiram que o Capitão América (personagem criado por Kirby e Joe Simon em 1941) havia desaparecido no final da II Guerra Mundial, em 1945, imediatamente antes da rendição alemã. O Capitão América e seu jovem ajudante Bucky se agarraram a um avião experimental para impedi-lo de explodir sobre Londres, mas o avião termina explodindo antes, no Ártico, Bucky morre na explosão e o Capitão é arremessado nas águas gélidas e termina congelado.
Décadas depois, enquanto seguem Namor em um submarino, os Vingadores encontram o corpo já descongelando sobre as águas e vêem o despertar de uma lenda, imediatamente integrado ao grupo. Em Avengers 06, a equipe enfrenta a sua maior ameaça até então: um super-grupo de vilões chamados de Mestres do Terror (Masters of Evil, no original), liderados por um personagem novo: o Barão Zemo (revelado como o chefe nazista responsável pelo desaparecimento do Capitão América e a morte de Bucky) e o Cavaleiro Negro (inimigo de Gigante e Vespa), o Homem-Radioativo (inimigo de Thor) e o Derretedor (inimigo do Homem de Ferro). Sedento de vingança, um anormalmente raivoso Capitão América sai com tudo na batalha, mas os vilões conseguem fugir.
Já na edição seguinte, Barão Zemo está de volta, agora com uma nova formação dos Mestres do Terror: a dupla Encantor e Executor, inimigos de Thor. O trio combina seus talentos para transformar empresário Simon Williams num superser disposto a destruir os Vingadores chamado Wonder Man (Magnum no Brasil), que termina morrendo ao final.
O último número de Lee e Kirby introduz o viajante no tempo chamado Kang, o Conquistador, que quer tomar o controle do século XX(agora XXI) e se transformaria em um dos mais recorrentes oponentes da equipe.
As histórias de Lee e Kirby também definiram que o QG dos Vingadores fica em uma grande mansão doada por Tony Stark, que a equipe não sabia ainda ser a identidade secreta do Homem de Ferro. Kirby ainda voltaria à revista brevemente, nos números 14, 15 e 16, num momento crucial.
Don Heck e a Quadrilha do Capitão
Lee e Kirby decidiram criar aventuras solo do Capitão América, para aproveitar a sua popularidade. Assim, o desenhista saiu da revista da equipe e foi substituído por Don Heck, artista de arte muito plástica. Mas Kirby continou envolvido, pois permaneceu fazendo as capas da revista Avengers pelos próximos dois anos. O artista Bill Everett também fez uma história. Lee (que permaneceu nos roteiros) e Heck continuaram desenvolvendo a fórmula, os Mestres do Terror atacaram outra vez, culminando na morte do Barão Zemo; e vários outros vilões foram apresentados, como Immortus, outro viajante no tempo(que na verdade é oproprio Kang o conquistador no futuro(detalhe que nem o proprio Kang sabia que icialmente que ele era Immortus)); e o Conde Nefária.
Seguindo a tradição que ele próprio criou, Stan Lee também tratou de divulgar a equipe em outras revistas, de modo que os Vingadores fizeram participações especiais em Fantastic Four 26 (onde as duas equipes se unem contra o Hulk) e em X-Men 09, ambas desenhadas por Jack Kirby.
Mas uma grande mudança ocorreu em Avengers 16, de maio de 1965: os quatro membros originais da equipe (Homem de Ferro, Thor, Gigante e Vespa) decidem sair do time e deixar o Capitão América para treinar uma nova geração, formada por três ex-criminosos: Gavião Arqueiro (que lutou contra o Homem de Ferro) e os irmãos gêmeos Feiticeira Escarlate e Mercúrio (ex-membros da Irmandade de Mutantes de Magneto, inimigos dos X-Men).
Apesar de formarem um quarteto menos poderoso – Capitão América e Gavião Arqueiro não tinham superpoderes – Lee e Heck souberam dosar a nova equipe, colocá-los contra inimigos formidáveis e, mais importante, trabalhar à exaustão a caracterização, enchendo o time de conflitos internos. A dupla também explorou uma certa rejeição do público à nova equipe, apelidada de A Quadrilha do Capitão.
Em sua longa temporada conjunta, Lee e Heck criaram novos inimigos, como o Espadachim, Power Man (Poderoso, no Brasil) e o Super-Adaptóide (um ser artificial capaz de imitar as habilidades dos heróis), bem como velhas figuras da Marvel, como o Dr. Destino e o Topeira (inimigos do Quarteto Fantástico). Depois de um tempo, trouxeram a dupla Gigante e Vespa de volta, com o primeiro agora se chamando Golias. Outros membros novos também passaram pela equipe, embora por pouco tempo, como Hércules (o semideus da mitologia grega em pessoa), a Viúva Negra (outra ex-vilã) e uma versão heróica do Cavaleiro Negro (sobrinho do vilão homônimo).
Roy Thomas e John Buscema
Em 1967, Stan Lee começou a se afastar de vários títulos da Marvel, pois era o Editor-Chefe. Após testado em alguns títulos menores, Roy Thomas “ganhou” a revista dos Vingadores, estreando no número 35. Pouco depois, o veterano Don Heck também saiu do título, sendo substituído pelo fantástico John Buscema. Filho de imigrantes italianos e já trabalhando com desenhos desde os anos 1950, era dono de uma arte mais dinâmica, muito bonita. Ele sabia manusear os traços surreais criados por Kirby, por exemplo, mas acrescentava realismo.
Thomas e Buscema davam origem à segunda geração de autores da Marvel e sua fase foi muito profícua. A dupla acrescentou detalhes como o mordomo Jarvis, que se tornou peça fundamental. O Gavião Arqueiro assume uma nova identidade: Golias, usando a fórmula de Hank Pym para crescer seu tamanho.
A dupla também seguiu a tradição de sempre colocar novos membros: o Pantera Negra (primeiro super-herói negro dos quadrinhos, criado por Lee e Kirby na revista do Quarteto Fantástico) e o Visão (um andróide dotado de consciência e homenagem a um velho personagem da Marvel criado em 1940 com o mesmo nome). O leque de vilões também foi aumentado, com destaque para o robô Ultron, indestrutível e inteligente, criado por Hank Pym.
A dupla também criou o Esquadrão Supremo, uma equipe de superseres de uma outra dimensão, que na verdade era uma “homenagem” à Liga da Justiça da DC. E criaram a curiosa e improvável relação entre a Feiticeira Escarlate (uma mutante) e o Visão (um andróide).
O ponto mais alto dessa fase foi a clássica Guerra Kree-Skrull, uma épica batalha entre os dois mais famosos povos alienígenas da Marvel (ambos criados na revista do Quarteto Fantástico, por Lee e Kirby), que decidem usar a Terra como campo de batalha. Os Vingadores são derrotados e precisam da ajuda do Capitão Marvel (um novo personagem criado por Thomas, Gene Colan e Gil Kane). Publicada entre Avengers 89 e 97, em 1971, este arco de histórias é talvez o mais famoso de todos da equipe e também contou com as artes fenomenais de Sal Buscema (irmão caçula de John) e Neal Adams. Foi recentemente republicada no Brasil, no encadernado da Panini Os Maiores Clássicos dos Vingadores 01. Vale a pena!
Steve Englehart
Em 1972, Stan Lee se tornou o Publisher da Marvel, então, Roy Thomas o substituiu como Editor-Chefe. Assim, Steve Englehart se tornou o escritor dos Vingadores. Mantendo uma equipe mais variável de desenhistas – os dois Buscema, Adams e outros – a fase do autor é uma das melhores da equipe. Foi ele quem escreveu o fantástico crossover entre os Vingadores e os Defensores (grupo formado por Dr. Estranho, Hulk e Namor), disponível no Brasil em Os Maiores Clássicos dos Vingadores 04.
Além disso, Englehart regenerou o Espadachim, que virou membro da equipe; criou Mantis, uma poderosa mulher que é revelada por Immortus como sendo a Madona Celestial, entidade que dará à luz ao salvador do universo; revelou que Immortus e Kang eram a mesma pessoa, apenas em tempos diferentes; fez o Visão descobrir que seu corpo não foi criado por Ultron, mas apenas aperfeiçoado a partir do corpo do Tocha Humana original (o primeiro herói da Marvel, criado em 1939 e também um andróide); colocou a equipe contra o vilão cósmico Thanos; e, por fim, terminou casando o Visão com a Feiticeira Escalarte.
Também foi durante a fase do escritor que o desenhista George Perez iniciou sua longa trajetória relacionada aos Vingadores.
Fim dos anos 1970
Englehart saiu da Marvel em 1976 e foi escrever o Batman na DC. Seu lugar nos Vingadores foi ocupado rapidamente por Gerry Conway (famoso escritor do Homem-Aranha), mas foi Jim Shooter quem se firmou na revista. Shooter era um jovem bastante experiente que começou a vender roteiros para a DC aos 13 anos de idade, fazendo a Legião dos Super-Heróis um dos maiores sucessos do fim dos anos 1960 (a editora não sabia sua idade, pois recebia os textos pelo correio).
Shooter produziu uma série de clássicos com os Vingadores, como os arcos A Noiva de Ultron (que apresentou a personagem Jocasta); A Trilogia de Nefária; A Saga de Korvac; e a introdução de novos membros, como o ex-X-Men Fera, o ressuscitado Magnum, o parceiro do Capitão América Falcão (outro afrodescendente) e a Miss Marvel Carol Danvers. Também introduziu o irrascível Henry Peter Gyrich, o contato entre os Vingadores e o Governo dos EUA, personagem que se mostra quase um vilão.
Além de George Perez, o desenhista John Byrne também ilustrou alguns números da revista, com sua bela arte (breve um post sobre sua carreira). Em 1978, Shooter se tornou o novo Editor-Chefe da Marvel e saiu do título, sendo substituído por David Michelline, o escritor do Homem de Ferro que fazia bastante sucesso à época. Foi Michelline quem revelou que Mercúrio e Feiticeira Escarlate eram, sem saberem, filhos do vilão Magneto.
Em 1980, a revista passou ao comando de Roger Stern (que também escrevia o Homem-Aranha e o Capitão América), que produziu uma longa (e memorável) passagem. Durante a passagem de Shooter para Michelline e Stern, se desenvolveu uma trama muito interessante que explora as constantes mudanças de nome e uniforme de Hank Pym (Homem-Formiga, Gigante, Golias). Quando ele se torna um novo herói chamado Jaqueta Amerela, fica evidente o problema de identidade de Pym, que se revela esquizofrênico: ele bate na esposa, a Vespa; e trai a equipe contra Ultron, terminando preso. O escritor Stern tentou redimi-lo um pouco, mostrando que ele tentou salvar a equipe e combateu sozinho os Mestres do Terror, mas se divorcia da Vespa e não retorna à equipe.
Roger Stern e os anos 1980
Ao longo dos anos 1980, Stern desenvolveu uma série de boas histórias com os Vingadores, como seu envolvimento nas Guerras Secretas e sua continuação, Guerras Secretas II; além da criação de uma série de novos personagens: a Capitã Marvel (outra afrodescendente, que controla a luz), Tigresa, Starfox (meioirmão de Thanos) e a ex-agente da Shield Harpia, que termina por casar com o Gavião Arqueiro. O escritor também adicionou o ex-inimigo Namor como membro, o que causou certo impacto e colocou, pela primeira vez, uma mulher liderando a equipe, a fundadora Vespa, criando situações dramáticas, como o incômodo de Hércules que, tomado pelo machismo, não aceita ser liderado por uma mulher. Stern também fez a equipe adotar regras mais nítidas, como que deveriam ter um máximo de seis membros ativos e que o líder é eleito para um mandato determinado.
Stern dividiu os Vingadores em duas equipes, fazendo surgir a revista paralela West Coast Avengers (Vingadores da Costa Oeste), também escrita por Stern, e desenhada por Bob Hall, que trouxe como membros o Gavião Arqueiro (o líder), Homem de Ferro, Harpia, Magnum e Tigresa.
Outro destaque da longa passagem de Stern pelos títulos foi a volta do desenhista John Buscema, que o acompanhou na maior parte do tempo. Entre os grandes arcos desenvolvidos pela dupla, estavam Ultimate Vision, no qual o Visão tenta se apoderar de todos os computadores da Terra para manter a paz; Avengers Under Siege (Vingadores sob Cerco), no qual uma nova encarnação dos Mestres do Terror, liderados pelo filho do Barão Zemo, surpreendem os Vingadores em um ataque surpresa, destroem a mansão e terminam por quase matar vários membros, inclusive o poderoso Hércules, que concluiu em Avengers 277 de março de 1987; War on Olympus, no qual os deuses gregos querem se vingar dos Vingadores pelo o que aconteceu a Hércules; Heavy Metal, no qual um novo Super-Adaptóide quase consegue derrotar a equipe após imitar todos os seus poderes; a traição do Dr. Druída; a transformação de Marrina, a esposa de Namor, em um monstro destruidor chamado Leviatã; a revelação do Conselho de Kangs, reunindo versões de Kang de várias épocas e dimensões; por fim, a mudança dos Vingadores de sua base da Mansão para a Hidrobase, uma ilha artificial que flutuava na Baía de Manhattan.
Stern também brincou um pouco ao mudar radicalmente a formação da equipe, em 1988, deixando o Capitão América unido a membros novos, como Gilgamest e a dupla Sr. Fantástico (Reed Richards) e Mulher Invisível (à época, ex-membros do Quarteto Fantástico, revista que Stern também escreveu por um tempo).
Mas após conflitos com o editor assistente Mark Gruenwald, Roger Stern saiu da Marvel e foi escrever o Superman na DC.
John Byrne
Voltando à Marvel após algum tempo, o escritor e desenhista John Byrne assumiu as duas revistas dos Vingadores (Leste e Oeste) em 1989. Sua fase em que escreveu e desenhou os Vingadores da Costa Oeste é a única fase relevante da equipe, em um arco muito interessante na qual o Visão é atacado e desmontado pelo Governo dos EUA em represália a sua tentativa de controlar os computadores, o que termina por destruir a sua consciência. Esse ato tem um grande impacto em sua esposa, a Feiticeira Escarlate, que vai progressivamente enlouquecendo, ainda mais quando descobre que os filhos que teve com o andróide na verdade não existem, eram apenas ilusões criadas por seus poderes instáveis.
Com isso, no arco Darker Than Scarlet, publicado em Avengers West Coast 51 a 62, ela termina se transformando numa vilã que quase destrói a equipe, chegando (numa cena polêmica) a torturar o amigo Magnum porque sabia que ele era apaixonado por ela. O arco também teve relação com a megassaga Atos de Vingança, na qual Loki reúne um grupo de vilões para combater inimigos que nunca enfrentaram antes, de modo a derrotar os Vingadores.
Na revista principal, Byrne e o desenhista Paul Ryan colocaram o Capitão América como único membro fixo, reunindo aliados na medida da necessidade de cada missão. Assim, vários personagens apareceram na revista, inclusive o Homem-Aranha que se tornou um vingador ativo pela primeira vez, embora por pouco tempo.
Conflitos Éticos
No início dos anos 1990, o comando da equipe passou ao escritor Bob Harras e ao desenhista Steve Epting. A dupla investiu em uma formação não-usual dos Vingadores, com Cavaleiro Negro, Crystalis, Sersi e outros. Mas duas sagas chamaram a atenção. A primeira na qual um viajante de outra dimensão, chamado Proctor, impõe um árduo desafio à equipe.
Porém, o mais importante foi o longo arco Operação: Tempestade Galática, no qual trabalham com um conflito aberto de éticas dinstintas em meio a equipe. Uma guerra entre os impérios alienígenas de Sh’iar (tradicionais aliados dos X-Men) e os velhos Krees coloca a Terra mais uma vez na mira. Os Vingadores remontam um grande número de membros para combatê-los, mas ao final, parte deles percebe que só vencerão se matarem a Inteligência Suprema que comanda os Krees. Assim, uma facção liderada pelo Homem de Ferro decide matar aquele ser; enquanto outra, liderada pelo Capitão América é totalmente contra. O primeiro grupo cumpre sua missão e causa um “racha” nos Vingadores.
De volta à Terra, o Homem de Ferro vota pelo fim dos Vingadores da Costa Oeste (do qual faz parte) e reúne os ex-membros em uma nova equipe, chamada Força-Tarefa (Force Works, no original), que ganha aventuras próprias, repletas de violência, como era típico da época.
O Efeito Muscular
Os meados dos anos 1990 foram tomados por uma tendência estranha: histórias muito violentas, com roteiros vazios e desenhos exagerados, com muitos músculos, que se desenvolveu com sucesso na editora Image Comics, mas migrou para as outras. A Marvel aderiu ao Estilo Muscular de modo forte na megassaga Heróis Renascem, na qual criou um universo paralelo com versões naquele estilo de seus principais personagens.
A saga levou ao cancelamento da revista Avengers, no número 402, em setembro de 1996 e sua substituição pela nova Avengers (Vol. 2) 01 que trouxe roteiros de Rob Liefeld e arte de Jim Valentino. O projeto não agradou e terminou após 13 edições.
Retomada
Em fevereiro de 1998, foi lançada Avengers (Vol. 3) 01 com uma nova (e muito boa) fase nas mãos do escritor Kurt Busiek e com a volta de George Perez aos desenhos. Após voltarem a nossa realidade, os Vingadores se reagrupam, com Capitão América, Thor, Homem de Ferro, Gigante e Vespa se reunindo para escolher os novos membros. Após uma batalha contra a feiticeira Morgana, que reuniu praticamente todos os membros (vivos) da equipe, uma nova formação se cristalizou, liderada pelo Capitão América e com Feiticeira Escarlate (já recuperada), Gavião Arqueiro, Magnum e novos membros, como Justiça e Flama (Firestar, no original), dois ex-membros dos Novos Guerreiros, além de Triathlon.
Busiek e Perez investiram no aspecto clássico dos Vingadores, que deu ao título certo ar nostálgico em embates contra Ultron, Ceifador, Conde Nefária e Kang. Paralelamente, Busiek também escreveu a maxissérie Avengers Forever, em 12 capítulos desenhados por Alan Davis, que mostram uma batalha contra Kang e viagens no tempo para explorar o passado da equipe e corrigir aspectos cronológicos.
Depois, o escritor Geoff Johns o substituiu, reforçando os laços da equipe com a ONU, e trazendo Jack of the Hearts e o Homem-Formiga II para a equipe; e o escritor Chuck Austen fez uma passagem rápida, incluindo um novo Capitão Britânia no grupo.
Brian Michael Bendis
Com a chegada dos anos 2000, a Marvel decidiu tornar os Vingadores novamente o centro de seu universo. E a empreitada deu certo, liderada pelo escritor Brian Michael Bendis.
Primeiro, a editora encerrou o terceiro volume da revista no número 83, em 2004, retomando a numeração original por apenas três edições, dos números 500 a 503 e a edição especial Avengers Finale. Era o arco Avengers Disassambled ou Vingadores: A Queda, no Brasil, em que – desenhado por David Finch – os Vingadores sofrem um ataque mortal e descobrem ser liderado pela Feiticeira Escarlate, retomando elementos deixados lá trás por John Byrne.
Com mortes de alguns membros, como o Homem-Formiga II, e o desaparecimento de Gavião Arqueiro e da própria Feiticeira Escarlate. O trauma faz o Homem de Ferro e o Capitão América decidirem pelo fim da equipe.
Novos Vingadores
Seis meses depois, uma fuga em massa da prisão de superseres A Balsa termina por unir uma série de heróis e faz sentir a necessidade dos Vingadores para o mundo. O Capitão América e o Homem de Ferro decidem, então, dar reinício à equipe, agora com algumas mudanças, sem o apoio oficial do governo ou da ONU e sem a Mansão dos Vingadores (destruída), e sim, a Torre Stark no centro de Manhattan. É o início da revista New Avengers, em 2005.
A nova formação é mesmo inusual: Capitão América e Homem de Ferro (os líderes), Luke Cage, Homem-Aranha, Wolverine, Sentinela, Mulher-Aranha (a original), Eco e Ronin (a nova identidade do Gavião Arqueiro).
A nova equipe tem que lidar com uma facção escusa da Shield – agora não mais liderada por Nick Fury, que está foragido – e caçar os criminosos que fugiram da Balsa, além de uma série de ameaças, entre as quais, o próprio Sentinela, um ser misterioso e extremamente poderoso, mas também totalmente esquizofrênico.
Guerra Civil e Invasão Secreta
Uma minissérie muda os rumos da Marvel definitivamente. Escrita por Mark Millar e desenhada por Steve McNiven. Os Novos Guerreiros causam um acidente que resulta na morte de 600 pessoas (a maioria crianças de uma escola) e faz o governo votar rapidamente uma Lei de Registro de Superseres, obrigando a todo mundo que têm superpoderes ou habilidades especiais a se registrar, revelar sua identidade secreta e trabalhar para o Governo dos EUA.
Tony Stark, que agora é o Secretário de Defesa dos EUA, acata e apoia o Registro, enquanto a maioria de seus companheiros, como o Capitão América, Luke Cage e Wolverine, são contra. Infelizmente, o Homem de Ferro termina liderando um grupo de heróis a favor do Registro para perseguir a facção liderada pelo Capitão América, que se torna fora da lei, dando origem à Guerra Civil entre os super-heróis da Marvel.
Além de Stark, os favoráveis ao Registro incluem Reed Richards do Quarteto Fantástico e o ex-vingador Hank Pym, mas as ações deles excedem os limites quando criam uma prisão para prender os ex-colegas na Zona Negativa (uma outra dimensão) e tentar clonar Thor, que à época está desaparecido.
Após uma série de batalhas e traições – o Homem-Aranha apoiava o Registro, mas mudou de lado ao não concordar com os métodos antiéticos de Stark – a facção contra o Registro perde e o Capitão América é preso. Numa história publicada na revista Captain America 25, de 2007, por Ed Brubaker e Steve Epting, o Capitão América termina sendo baleado e morto às portas do tribunal, num golpe duro à comunidade de super-heróis.
De volta aos textos de Brian Michael Bendis,Tony Stark e Hank Pym montam dois novos grupos de Vingadores que são “oficiais”. Um deles, coordenado pela Miss Marvel, para as ações mais perigosas; e o outro chamado “Projeto Iniciativa dos 50 Estados”, que visa treinar superseres para atuar ao lado do Governo dos EUA.
Enquanto isso, os Novos Vingadores se convertem em uma facção fora da lei, perseguidos pelo ex-aliado Tony Stark. Entre seus adversários, está a escalada do crime promovida pelo Tentáculo, organização terrorista agora liderada por Elektra, no Japão. Em combate, a ex-heroína é morta e se revela, na verdade, um Skrull disfarçado.
O que intriga os Novos Vingadores é que nem os sentidos aguçados de Wolverine e do Homem-Aranha os avisou de que era uma falsa Elektra. Surpreendentemente, a Mulher-Aranha rouba o corpo do Skrull e o leva para Tony Stark e Reed Richards, que descobrem que não têm como identificar as novas camuflagens dos Skrulls. Logo, decobrem que os Skrulls estão infiltrados na Shield, nos heróis e nos vilões.
Em meio à paranóia e aos ataques dos Skrulls, que querem tomar a Terra, os Novos Vingadores descobrem que pessoas como Hank Pym e a Mulher-Aranha eram, na verdade, Skrulls disfarçados há meses. Na tentativa de conter um ataque em massa, todas as equipes de Vingadores se lançam contra os aliens e a Vespa é morta. Porém, na batalha final, quem consegue eliminar a Rainha Skrull é o vilão Norman Osborn – o velho Duende Verde, arquiinimigo do Homem-Aranha- que se transforma em herói nacional. Em uma louca decisão política, o Presidente dos EUA transforma Osborn no Diretor do Martelo, nova organização que substitui a Shield.
Reinado Sombrio e O Cerco
Com Norman Osborn no poder, Tony Stark se transforma em um foragido, pois a opinião pública o culpa tanto pela morte do Capitão América quanto pela invasão dos Skrulls. Com a atuação de Osborn como Diretor do Martelo, a continuação da vigência da Lei de Registro e a criação de um grupo de Vingadores “oficiais” liderados pelo próprio Osborn (que assume a identidade de Patriota de Ferro, utilizando a tecnologia de Stark), os Novos Vingadores se tornam ainda mais fora de lei e perseguidos do que antes. Os Dark Avengers de Osborn ganharam uma revista própria, também escrita por Bendis e desenhada pelo brasileiro Mike Deodato Jr., virando um dos maiores sucessos da Marvel.
Assumindo uma tática de guerrilha, os Novos Vingadores só conseguem enfraquecer Osborn lentamente até o criminoso se desesperar e tentar invadir o reino mítico de Asgard (lar dos deuses nórdicos e de Thor) para aumentar o seu poder.
Aproveitando-se do retorno do Capitão América original (resgatado do limbo do tempo onde se encontrava) e de Thor (que instalou a nova localização de Asgard na Terra), o Homem de Ferro volta a se unir aos velhos companheiros e os “três grandes” juntam uma superequipe para derrotar o Osborn antes que seja tarde demais.
Depois disso Osborn revela todoa sua insanidade diante das cameras e é deposto e preso o martelo cai e a Shield retorna
Capitão américa se torna o novo comandante da Shield
Este é o ponto em que se encontram as revistas da equipe publicadas no Brasil nos dias de hoje.
Nos últimos anos, os roteiros ousados de Brian Michael Bendis, e as colaborações ocasionais de Mark Millar e de Ed Brubaker, transformaram os Vingadores na franquia de maior sucesso da Marvel nos últimos anos. A revista New Avengers e suas correlatas estão sempre entre as 10 mais vendias do EUA e a revista Novos Vingadores no Brasil, publicada pela editora Panini, também é uma das de maior sucesso.
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