Nelson Rodrigues dizia que toda unanimidade é burra. Eu digo que ela simplesmente não existe. É pura ilusão. Ninguém pode realmente agradar todo mundo. Nem mesmo um gênio como Stanley Kubrick.
Revoltado por Kubrick ter simplesmente cortado o final da obra original de 1962 – em queAlex amadurecia e começava a se questionar sobre os rumos de sua vida – Burgess inventou uma forma bastante criativa pra se vingar. Ao adaptar Laranja Mecânica como peça de teatro ele bolou uma cena que não havia no livro – e muito menos no filme – aonde a gangue de Alex espanca na rua… O CINEASTA STANLEY KUBRICK. HUAHUAHIUAHIUA!!!!!!!!!
Aliás, boa parte da genialidade de Laranja Mecânica é mérito do Anthonny Burgess, ainda que popularmente os louros muitas vezes recaiam sobre o Kubrick. O escritor não só criou a história e a crítica sócio-política como bolou toda aquele idioma singular falado pelos droogs. O longa sofreu fortes censuras em países como o Brasil – em plena ditadura militar – tendo as genitálias femininas cobertas por tarjas pretas.
Aliás, boa parte da genialidade de Laranja Mecânica é mérito do Anthonny Burgess, ainda que popularmente os louros muitas vezes recaiam sobre o Kubrick. O escritor não só criou a história e a crítica sócio-política como bolou toda aquele idioma singular falado pelos droogs. O longa sofreu fortes censuras em países como o Brasil – em plena ditadura militar – tendo as genitálias femininas cobertas por tarjas pretas.
Irritado com as críticas sobre o conteúdo violento da obra no Reino Unido, Kubrick mandou tirar o filme de cartaz decidido a que ninguém mais o visse até sua morte, coisa que felizmente não aconteceu. Isso não impediu que livro e filme se tornassem parte do folclore da cultura pop moderna. Impossível não ver influência de Laranja Mecânica em Crise de Identidade, por exemplo, a melhor HQ que eu já li sobre os heróis da Liga da Justiça.
O’Neal teve bons papéis no cinema, mas tinha limitações naquela época. Evidentemente ele não era a pessoa mais indicada pra esse projeto ou pro estilo do Kubrick e Barry Lyndon é sem dúvida a obra do diretor com a pior atuação de um protagonista. Agora imagine ver um longa extremamente lento e meditativo com o herói fazendo cara de paisagem o tempo inteiro.
Segundo o blog do Luis Carlos Merten a crítica Pauline Kael disse que se tirassem as piadas e a alegria de As Aventuras de Tom Jones o resutado seria Barry Lyndon., e que Kubrick se limitara a filmar objetos de arte para tornar seu filme chique. As Aventuras de Tom Jones é filme de época dirigido por Tony Richarson em 1963, com um tema parecido – as aventuras de um alpinista social e amante – com um ator muito melhor como protagonista,Abert Finney.
O autor do livro, Stephen King, mais uma vez não se agradou da adaptação feita por Kubrick. Acredito que o principal motivo de insatisfação do escritor é que a relação entre pai e filho foi totalmente modificada por Kubrick. Quando King pode, produziu uma mini série para a televisão em 1997 com uma versão segundo ele mais fiel ao original e essa sim é um terror… de tão ruim.
“Alguém pode me dizer do que se trata isso?”
Nesse caso, porém não ouvi conflitos com o autor do livro. Arthur C. Clarke foi co-autor do roteiro, o transformou em romance e, com o sucesso do longa metragem, escreveu outros livros continuando a história. Um deles até gerou outro filme, 2010 – O Ano em Que Faremos Contato. Mas a genialidade de 2001 em todas as suas idiossincrasias é muito mais mérito do Kubrick, tanto que boa parte da crítica considera tanto este como Dr. Fantástico de 1964 – que conta com uma interpretação arrebatadora do Peter Sellers – as maiores obra-primas dele.
Malcown Macdowell sofreu nas mãos do diretor. O ator arranhou a retina e quase ficou cego ao interpretar Alex em Laranja Mecânica – na cena do Processo Ludovico o médico que acompanha Alex era médico de verdade para zelar pelo bem-estar dele – e Kubrick só pôs uma cobra numa cena do filme porque Macdowell tinha medo do animal. Por desentendimentos com Marlon Brando o cineasta também abandonou a produção de A Face Oculta, em 1961, que seria seu único western.
“Ele não copiou ninguém, enquanto todos nós corríamos para imitá-lo.”
Confira abaixo um video mostrando o chamado “ponto de fuga”, encontrado em diferentes filmes de Kubrick, onde ele conseguia transmitir exatamente a perspectiva que queria para o público.
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