domingo, 27 de maio de 2012

Remakes bom ou ruim ?

A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 2010)
Há graves diferenças entre a refilmagem e o original. O grande trunfo d’A Hora do Pesadelo de 1984 era a atuação de Robert Englund, no papel do vilão Freddy Krueger. Isso se perdeu na fita de 2010. O ator escolhido, Jackie Early Haley, não tem culpa: foi muito competente em seu trabalho. Mas o personagem ficou absolutamente descaracterizado, não pareceu em nada com o antigo. Um ótimo monstro, misterioso e assustador, mas um péssimo Freddy, sem a atitude bizarra, zombeteira e cara-de-pau do original.
Veredicto: Infelizmente, não deu conta do recado. O antigo é melhor que o novo.
Sexta-Feira 13 (Friday the 13th, 2009)

Apesar dos pesares, esta refilmagem não se distanciou muito em qualidade, em relação à obra antiga. Na verdade, não é exatamente um remake do primeiro filme da série Sexta-Feira 13 (que se iniciou em 1980 e teve 11 filmes), mas uma história que se passa em algum lugar entre a parte 2 e a parte 4. Um ponto positivo: o vilão da máscara de hockey, Jason Voorhees, está em sua melhor forma: um humano deformado e cheio de ódio (ao contrário da parte 6 em diante, quando a coisa descambou e Jason foi virando um zombie-from-hell-possuidor-de-corpos). Um pouco bombado, talvez. Mas faz sentido ele ser grande, numa época em que qualquer moleque de academia costuma ser maior que os monstros da década de 80.
Veredicto: Mais do mesmo. Não vou melhor, nem pior. Empate técnico!
Halloween – O Início (Halloween, 2007)
Aqui a coisa pega fogo. Halloween, de 1978, foi a série que praticamente atraiu os holofotes para o terror slasher (o popular terror “pega a faca e mata sem parar”). A responsabilidade em refilmar era enorme. Quem decidiu encarar o desafio foi o roqueiro e cineasta Rob Zombie, diretor do genial Rejeitados pelo Diabo (The Devil’s Rejects, 2005). E não é que o cara mandou bem? Apesar de manifestar diferenças enormes com o original, a obra de Zombie conseguiu manter um charme e deu novos enfoques no personagem Michael Myers. O maior problema, talvez, tenha sido uma insistência em explicar muito as coisas do enredo. Mas isso, acho eu, é uma tendência do cinema em geral. Novamente, temos um vilão bombado, porém isso não me incomoda.
Veredicto: Remake duvidoso, mas ótimo filme. Diria que é necessário assistir o antigo e o novo, pois ambos são bons filmes, cada um à sua maneira.
O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre, 2003)
Em 1974, Tobe Hooper rodou um filme independente, de baixo orçamento. Com pouco gore (vulgo, sangue e tripas voando por aí), mas muito terror psicológico, cenas tensas e uma violência bizarra e crua, O Massacre da Serra Elétrica (que na verdade é uma motosserra) rapidamente entrou para a lista de filmes de terror cult. Causou muito furor, e, para mim, se enquadra como um filmaço divisor de águas. Pena que o remake não deu conta. Não me levem a mal: o filme de 2003 é bom, mas é só um slasher normal. Não é uma produção independente, como o original, sendo muito mais previsível e hollywoodianizado. Leatherface não está tão diferente, mas o enfoque dado a ele tira todo o mistério que havia em 1974.
Veredicto: Não chega nem perto do original. É divertido, mas apenas isso.
Conclusões gerais!
Fazer remakes é um troço complicado. Acho que existem dois caminhos a seguir: ou se é muito fiel ao original, ou se rompe totalmente com ele, fazendo uma coisa nova e com personalidade. O meio termo normalmente não agrada os fãs, nem faz novos fãs. Uma pena: o cinema de terror autêntico precisa ganhar terreno logo, antes que as porcarias como Crepúsculo (Twilight, 2009) tomem conta da molecada.

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