
Pois bem, Batman #13. A revista tem sido anunciada, badalada e divulgada há bastante tempo, já que marca a volta do maior vilão do Batman (quiçá dos quadrinhos) à Gotham City. O Coringa andava desaparecido desde Detective Comics #1, publicada em setembro do ano passado, quando teve o rosto arrancado por um novo vilão do Batman dentro do Asilo Arkham.

De lá pra cá, nenhuma informação sobre o Palhaço foi divulgada, ele nunca apareceu e o mistério continuou. Agora, ele volta com um plano e inicia a saga Death of the Family, mirando em cada um dos ajudantes do Batman. E, se eu posso dizer, começa com os dois pés-direitos.
Tudo começa com um fim de expediente na Delegacia de Polícia de Gotham. Gordon e Bullock aproveitam uma folguinha pra fumar um cigarro e comentam sobre os acontecimentos dos últimos dias. A chuva em Gotham é tanta que chega a inverter o curso do rio da cidade. Uma leoa tem um filhote com duas cabeças. Sinais de que tem alguma coisa errada.
Fim de pausa, os dois voltam ao batente quando o Coringa ataca pela primeira vez, naquela cena que vimos no preview da revista. O vilão invade a Delegacia atrás do seu rosto, que havia sido guardado lá como evidência. No caminho, várias mortes de policiais e uma cena bem assustadora. Scott Snyder constrói o medo em torno do Coringa de maneir abem competente. Detalhes na fala do vilão assustam. Por exemplo, em um momento ele diz para o Comissário Gordon que ele esconde coisas (cigarros, já que ele anda fumando escondido) e diz que “deita debaixo da cama do Comissário e ouve as coisas tristes que ele diz durante o sono”. IMAGINA o Coringa debaixo da sua cama. Boa sorte tentando dormir hoje.
Outra coisa assustadora que vem em um detalhe: durante a cena, o vilão começa a contar várias piadas, sempre no estilo “Fulano entra num bar…”. Ele nunca completa nenhuma delas. Uma das piadas, por exemplo, é “Um palhaço com uma camisa havaiana bate na porta”. Pois é.

A piada do Coringa é uma referência à essa cena de A Piada Mortal, onde ele atira em Barbara GordonBem, Coringa vem e vai e aí chega uma das sacadas interessantes de Snyder. Ele não foca o tempo todo na presença do Coringa em cena. Ele deixa os outros personagens de Gotham reagirem à presença do vilão, aumentando o medo no próprio leitor. Asa Noturna, Robin Vermelho, Batgirl e Robin reagem de maneiras diversas ao retorno do Coringa.
Depois disso, o Coringa aparece na TV com um sósia, anunciando que o prefeito vai morrer. A cena é uma “releitura” do primeiro assassinato do Coringa, quando ele também apareceu na TV dizendo que um magnata qualquer iria morrer à meia-noite. Detalhe: o “sósia” que ele mata ao vivo é filho desse magnata que ele matou anos atrás.
Avançando, Batman e Gordon salvam o prefeito, mas todo o resto dos policiais morrem com uma nova variação do veneno do Coringa. Dentro da fórmula, havia uma pista para o Batman. O vilão se encontra na velha fábrica onde ele se encontrou com o Batman pela primeira vez. Lá, o herói é preso em uma espécie de barril pela Arlequina e a promessa é feita: o Coringa vai quebrar cada membro da Batfamília, culpados pelo Batman ter ficado “fraco”, “mole”…
As últimas páginas da edição são assustadoras. Alfred caminha pela Mansão Wayne quando…
O Coringa sabe que o Batman é Bruce Wayne?? O Alfred vai morrer? É sério que eu tenho que esperar UM MÊS pela continuação?
Bem, já deu pra sacar que eu adorei a revista, certo? Incrivelmente macabra, desafiadora… o roteiro de Scott Snyder realmente envolve o leitor e é difícil não gostar de histórias contadas por ele. A interpretação do Coringa nessa saga está MUITO parecida com a de Heath Ledger nos cinemas. Ele está menos “Looney Toones”, mas muito mais macabro. Ele ainda tem as piadas, o toque de humor, mas é muito mais doente e menos engraçado. Confesso que eu já ri com o Coringa em algumas revistas anteriores, mas não dá pra rir em Batman #13. Nós sentimos que é o Coringa de sempre, mas ao mesmo tempo tem alguma coisa errada. Por exemplo, o veneno dele que mata os policiais, não os deixa sorrindo (como o habitual). Pelo contrário, deixa-os com uma carranca zangada. O próprio Coringa diz mais pra frente que está zangado.
Além disso, existem muitas referências à histórias passadas do Batman. A Piada Mortal é citada muitas vezes. Algumas, literalmente, como na piada da camisa havaiana. Outras, é visualmente (há um quadrinho onde o Batman ataca o Coringa que lembra bastante uma cena da graphic novel de Alan Moore). Snyder já havia dito que essa saga era “a sua Piada Mortal”. Ele levou isso bem a sério. Outra referência interessante é a maneira como o Coringa ataca Alfred, que lembra muito (o ângulo, a arma) a cena em que o próprio Coringa mata o segundo Robin, Jason Todd.
Bem, pra concluir, revista ótima. Justificou o hype em torno do começo da saga e me deixou com muita vontade de ler o resto. Scott Snyder mandou muito bem e a arte de Greg Capullo está ótima. Além da história “normal”, ainda há uma espécie de história back-up, onde o Coringa assusta (e muito!) a Arlequina. Ele está muito macabro. Ele está muito nervoso. Ele está muito perigoso. Dá pra sentir o medo de todos os personagens. Se fosse pra escolher um tema, eu diria que Batman #13 é uma revista sobre o medo que o Coringa inspira.
Sem mais, só dá pra dizer: Bem-vindo de volta, Coringa!
Fonte: O Excelente Supernovo
Equipe Técnica
Roteirista: Scott Snyder
Artista: Greg Capullo
Colorista: Jonathan Glapion
Editora: DC Comics
Onde comprar?
Tudo começa com um fim de expediente na Delegacia de Polícia de Gotham. Gordon e Bullock aproveitam uma folguinha pra fumar um cigarro e comentam sobre os acontecimentos dos últimos dias. A chuva em Gotham é tanta que chega a inverter o curso do rio da cidade. Uma leoa tem um filhote com duas cabeças. Sinais de que tem alguma coisa errada.
Fim de pausa, os dois voltam ao batente quando o Coringa ataca pela primeira vez, naquela cena que vimos no preview da revista. O vilão invade a Delegacia atrás do seu rosto, que havia sido guardado lá como evidência. No caminho, várias mortes de policiais e uma cena bem assustadora. Scott Snyder constrói o medo em torno do Coringa de maneir abem competente. Detalhes na fala do vilão assustam. Por exemplo, em um momento ele diz para o Comissário Gordon que ele esconde coisas (cigarros, já que ele anda fumando escondido) e diz que “deita debaixo da cama do Comissário e ouve as coisas tristes que ele diz durante o sono”. IMAGINA o Coringa debaixo da sua cama. Boa sorte tentando dormir hoje.
Outra coisa assustadora que vem em um detalhe: durante a cena, o vilão começa a contar várias piadas, sempre no estilo “Fulano entra num bar…”. Ele nunca completa nenhuma delas. Uma das piadas, por exemplo, é “Um palhaço com uma camisa havaiana bate na porta”. Pois é.

A piada do Coringa é uma referência à essa cena de A Piada Mortal, onde ele atira em Barbara GordonBem, Coringa vem e vai e aí chega uma das sacadas interessantes de Snyder. Ele não foca o tempo todo na presença do Coringa em cena. Ele deixa os outros personagens de Gotham reagirem à presença do vilão, aumentando o medo no próprio leitor. Asa Noturna, Robin Vermelho, Batgirl e Robin reagem de maneiras diversas ao retorno do Coringa.
Depois disso, o Coringa aparece na TV com um sósia, anunciando que o prefeito vai morrer. A cena é uma “releitura” do primeiro assassinato do Coringa, quando ele também apareceu na TV dizendo que um magnata qualquer iria morrer à meia-noite. Detalhe: o “sósia” que ele mata ao vivo é filho desse magnata que ele matou anos atrás.
Avançando, Batman e Gordon salvam o prefeito, mas todo o resto dos policiais morrem com uma nova variação do veneno do Coringa. Dentro da fórmula, havia uma pista para o Batman. O vilão se encontra na velha fábrica onde ele se encontrou com o Batman pela primeira vez. Lá, o herói é preso em uma espécie de barril pela Arlequina e a promessa é feita: o Coringa vai quebrar cada membro da Batfamília, culpados pelo Batman ter ficado “fraco”, “mole”…
As últimas páginas da edição são assustadoras. Alfred caminha pela Mansão Wayne quando…

Bem, já deu pra sacar que eu adorei a revista, certo? Incrivelmente macabra, desafiadora… o roteiro de Scott Snyder realmente envolve o leitor e é difícil não gostar de histórias contadas por ele. A interpretação do Coringa nessa saga está MUITO parecida com a de Heath Ledger nos cinemas. Ele está menos “Looney Toones”, mas muito mais macabro. Ele ainda tem as piadas, o toque de humor, mas é muito mais doente e menos engraçado. Confesso que eu já ri com o Coringa em algumas revistas anteriores, mas não dá pra rir em Batman #13. Nós sentimos que é o Coringa de sempre, mas ao mesmo tempo tem alguma coisa errada. Por exemplo, o veneno dele que mata os policiais, não os deixa sorrindo (como o habitual). Pelo contrário, deixa-os com uma carranca zangada. O próprio Coringa diz mais pra frente que está zangado.
Além disso, existem muitas referências à histórias passadas do Batman. A Piada Mortal é citada muitas vezes. Algumas, literalmente, como na piada da camisa havaiana. Outras, é visualmente (há um quadrinho onde o Batman ataca o Coringa que lembra bastante uma cena da graphic novel de Alan Moore). Snyder já havia dito que essa saga era “a sua Piada Mortal”. Ele levou isso bem a sério. Outra referência interessante é a maneira como o Coringa ataca Alfred, que lembra muito (o ângulo, a arma) a cena em que o próprio Coringa mata o segundo Robin, Jason Todd.
Bem, pra concluir, revista ótima. Justificou o hype em torno do começo da saga e me deixou com muita vontade de ler o resto. Scott Snyder mandou muito bem e a arte de Greg Capullo está ótima. Além da história “normal”, ainda há uma espécie de história back-up, onde o Coringa assusta (e muito!) a Arlequina. Ele está muito macabro. Ele está muito nervoso. Ele está muito perigoso. Dá pra sentir o medo de todos os personagens. Se fosse pra escolher um tema, eu diria que Batman #13 é uma revista sobre o medo que o Coringa inspira.
Sem mais, só dá pra dizer: Bem-vindo de volta, Coringa!
Fonte: O Excelente Supernovo
Equipe Técnica
Roteirista: Scott Snyder
Artista: Greg Capullo
Colorista: Jonathan Glapion
Editora: DC Comics
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