
Quando a Marvel criou o Universo Ultimate e anunciou que o Homem-Aranha participaria dele, a maioria achou que era, de certa forma, uma reinvenção moderna daquele personagem clássico que todo mundo conhece. Assim como foi com a origem de Peter Parker do Ultiverso, ele continuaria crescendo e passando por aventuras que seriam atualizações daquelas HQs clássicas. Havia até quem apostasse que, depois de algum tempo, a Casa das Ideias acabaria com o Universo Marvel 616 e colocaria o Ultimate como o principal.

Até que o Peter do Ultiverso morreu.
Agora, depois de criar toda uma comoção com a última aventura de Peter Parker, Bendis aparece no que aparenta ser o auge da forma como roteirista. Principalmente para acabar com as opiniões em contrário, o roteirista vem fazendo grandes HQs para Miles Morales, o novo Homem-Aranha do Universo Ultimate. Em Ultimate Comics Spide-Man #14 (Marvel Comics, 22 páginas, US$ 3,99), que é acessível aos estadunidenses desde a semana passada (e também aos brasileiros, via Marvel.com), Bendis dá mais uma tacada de mestre.

Aproveitando o atual momento do Ultiverso, que passa por uma grande divisão por conta da sagaDivided We Fall, o gibi confronta Miles com quatro peças importantes na vida – e no fim – de Peter Parker. De um lado está Steve Rogers, o Capitão América, que se sente culpado por ter deixado Peter morrer; de outro estão tia May, Gwen Stacy e Mary Jane, que sofreram muito com a perda do sobrinho/amigo/amor.
Um confronto único, que deixa Miles perdido, sem saber o que fazer. Afinal, ele só quer ser AWESOME como Peter foi.
Bom, não sei o Miles, mas quem consegue ser awesome no meio disso tudo é a Gwen Stacy…
Para continuar explicando os motivos pelos quais odeio o Bendis, farei dois parágrafos e uma foto com spoilers. É rápido, e você pode pular – se quiser.
No meio desse conflito, May, Gwen e MJ mostram total apoio ao Miles. Peter fazia aquilo tudo porque era uma boa pessoa, queria proteger aqueles que ele mais amava e fazer um bem para o mundo. Foi triste sim a morte dele, mas aquilo que ele lutou não deve morrer junto. Assim, em uma caixa, May Parker entrega para o jovem Miles aquilo de mais importante que Peter Parker deixou: os disparadores de teia.

Nessa hora eu (quase) chorei. Depois de toda a escalada emocional que Bendis tem promovido nos últimos meses, desde a morte do vilão (e tio de Miles) Gatuno, ver o legado de Peter chegando ao novo Aranha é algo que realmente mexe com o leitor. Afinal, o legado do Homem-Aranha deve viver.
Por isso, por essa emoção gerada em uma HQ de super-herói (algo raro), eu digo: eu te ODEIO, Brian Michael Bendis. Te odeio por ser tão bom. Sem contar que tudo isso é completado por uma arte cada vez melhor de David Marquez.
É, nós somos muito sortudos por poder acompanhar tudo isso.
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