terça-feira, 18 de setembro de 2012
CRÍTICA - “Resident Evil 5: Retribuição” tem bom visual, mas falta história
Resident Evil é de longe a série cinematográfica baseada nos videogames de maior sucesso do cinema. Com seu quinto capitulo ele consagra a fórmula de utilizar os personagens dos games mais como uma referência ou homenagem do que uma adaptação propriamente dita, criando assim um universo próprio muito mais apocalíptico e exagerado do que o da série original, que no começo era calcado apenas no terror e aos poucos foi migrando para a ação.
Resident Evil 5: Retribuição começa exatamente de onde o anterior terminou: com um ataque da Umbrela a um dos poucos focos de sobrevivência humana. E após uma bela sequência inicial de créditos o filme recapitula todos os acontecimentos dos episódios anteriores para deixar o público a par da história, algo parecido com o que acontece nas séries para a televisão. E dessa vez conhecemos um pouco mais das motivações da empresa e quem de fato está por trás de todo o apocalipse que a humanidade enfrenta. A explicação para a volta de alguns personagens do primeiro longa também é justa e não ofende a lógica da série. Dizer mais do que isso é entregar partes importantes da já pouquíssima história do filme.
Se por um lado essa história se distancia vertiginosamente dos videogames, o mesmo não se pode falar da estética. O cuidado em retratar fisicamente alguns personagens do jogo é louvável. A personagem Ada Wong, por exemplo, está perfeita e o próprio Leon lembra muito sua participação nos jogos mais recentes.
É claro que esse cuidado fica só na estética, pois as personalidades deles estão completamente deturpadas, principalmente a do Leon. Mas esse cuidado estético vai além dos personagens. Algumas cenas são homenagens a importantes passagens da história da franquia. E a própria mídia videogame é homenageada pela forma com que a “nova vilã” interage com os personagens principais, que é muito semelhante aos games, expandindo o que já era usado nos outros longas da série. O destaque nesse sentido é o uso do efeito de raio-X tirado diretamente do novo Mortal Kombat.
Ao final da sessão fica claro que o diretor Paul W. S. Anderson aprendeu a lição com os filmes anteriores. Ele sabe que não é um bom roteirista e não se esforça muito para criar uma trama complexa, seguindo uma linha simples e direta, sem desenvolvimento de personagens nem nenhuma dessas firulas que definitivamente não fazem falta numa produção desse calibre. Por outro lado, ele aprimora e refina suas qualidades como artista audiovisual, criando sequências de ação incríveis e emocionantes. O resultado disso é como se o filme fosse um apanhado de cenas cinematográficas de um jogo de ação. A história fica capenga, mas não menos empolgante.
Um choque de adrenalina do início ao fim, Resident Evil 5 – Retribuição é um filme de ação visualmente perfeito, o efeito 3D é muito bem aplicado e vale o preço pago por ele. De fato, esse é o tipo de produção que precisa ser visto numa sala IMAX 3D. E esse pode não ser o melhor filme da série, mas com certeza é uma ótima diversão de final de semana. Menos para os fãs mais ardorosos da série de jogos. Esses vão continuar não gostando das versões cinematográficas, e com razão.
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