quinta-feira, 31 de maio de 2012
A hora do pesadelo - A Saga de Freddy Krueger
- A HORA DO PESADELO (A NIGHTMARE ON ELM STREET)
Wes Craven dirigiu e roteirizou o primeiro filme da série, lançado em 1984. Craven levou a sério a criação de Freddy Krueger, tendo como inspiração um fenômeno acontecido nos anos 1970, quando refugiados do Camboja sofreram distúrbios do sono nos EUA, tendo terríveis pesadelos e se recusando a dormir depois disso. Claro, por mais que se esforce ninguém fica sem dormir muito tempo, e este foi o caso, com o agravante de que vários deles morreram durante o sono.
Tendo a ideia para o filme a partir daí, Craven depois pesquisou vários elementos religiosos e usou experiências de sua própria vida para construir a trama. O nome de Krueger veio de sua experiência pessoal, já que era atormentado na escola por um garoto de mesmo nome. O suéter verde e vermelho foi criado inspirado no herói Homem-Borracha (cujas cores predominantes são vermelho e amarelo) e num dado importante que afirma que tais cores são as que causam maior choque à retina humana. Ou seja, não bastasse o rostinho “bonito” de Freddy, Craven se certificou que todo seu visual fosse realmente marcante.
Este primeiro A Hora do Pesadelo abre com uma cena de Freddy montando sua famosa luva com lâminas, para em seguida já apresentar o assassino atormentando uma de suas vítimas. Logo fica claro que todas as vítimas são adolescentes, que dividem o mesmo tipo de pesadelo, sempre seguidos por um homem de chapéu, luva com garras e o famoso suéter.
Neste filme o grupo é bem pequeno, composto de quatro pessoas: Nancy (Heather Langenkamp), seu namorado Glen (Johnny Depp em sua estreia nas telas), sua melhor amiga Tina (Amanda Wyss) e o namorado desta, Rod (Jsu Garcia, que voltaria a trabalhar com Craven anos depois em Um Vampiro no Brooklyn). Nancy é o alvo principal, mas é a morte de Depp que mais marcou toda a franquia, numa cena que mostra o personagem sendo tragado para dentro de sua cama, de onde depois é liberado um forte jorro de sangue. Depp, aliás, foi fazer o teste para o papel apenas para acompanhar seu amigo Jackie Earle Haley, que acabou por se tornar o novo Freddy Krueger no atual remake.
De vítima em vítima, vamos descobrindo bem pouco sobre a história de Freddy, conforme Nancy vai questionando sua mãe sobre o homem em seus pesadelos. Marge (Ronee Blakley), a mãe de Nancy, acaba revelando que Freddy foi um assassino de crianças que atacou a cidade de Springwood anos atrás e que saiu livre das acusações. Mas os pais dos jovens da vizinhança não gostaram nada disso, seguiram o assassino e lhe atearam fogo, o matando. Marge até mesmo guardou em sua casa a luva de Freddy.
A casa, aliás, fica na Rua Elm do título original, que traduzindo se torna Um Pesadelo na Rua Elm. Na época aparentemente ninguém percebeu o quão limitador o título seria, ou pode ser que nunca esperassem por continuações. O fato é que o nome da rua passa praticamente despercebido no decorrer da trama.
John Saxon é outro elemento importante da história, vivendo o pai de Nancy, o Tenente Thompson, que inicialmente acredita que Rod, com histórico de prisões e uso de drogas, é o assassino.
O roteiro consegue surpreender bastante (ainda mais na época), criando situações onde realidade e sonho se misturam de forma ordenada, nada que pareça forçado demais. É interessante notar que Freddy ainda não tinha muito de seu histórico estabelecido, embora já apresentasse seu jeito cínico e cruel imortalizado pela interpretação de Robert Englund. Este primeiro filme é de fato um filme de terror bem conduzido, não caindo no humor negro que dominou a franquia posteriormente.
As queimaduras de Freddy eram um tanto mais realistas, o deixando com um visual com menos identidade, já que não tinha uma face bem formada. O próprio nome do personagem sofre variações. Embora chamado de Freddy praticamente todo o filme, nos créditos encontramos o nome Fred, algo cordial demais para o personagem. A trilha sonora e a cantiga das meninas pulando corda, elementos quase sempre presentes, surgem já neste primeiro capítulo.
Como é marca registrada de quase todo filme de terror, os jovens vão morrendo um a um, até que sobre apenas a heroína da vez, neste caso Nancy, que acredita que pode trazer Freddy ao mundo real o agarrando no mesmo momento em que acorda. O plano não dá certo, e é aí que ela recorre a uma ideia de seu namorado, que afirma que na ilha de Bali, na Indonésia, o povo acredita que os sonhos são o fruto da imaginação para criar músicas, livros e outras obras, acreditando também que os sonhos ruins se alimentam de sua crença neles, bastando não acreditar neles para tirar sua energia, os tornando ineficientes. Nancy decide aplicar esse conceito em sua luta contra Freddy, que simplesmente se desfaz no ar.
Acreditando ter vencido Freddy, Nancy desperta num mundo perfeito, onde sua alcoólatra mãe decide parar de beber e seus amigos estão vivos. Ela então parte com eles no carro de seu namorado. Mas logo notamos que Freddy ainda está firme e forte, quando a capota do carro, das mesmas cores do suéter do monstro, se fecha e o carro ganha vida os aprisionando e levando para longe. Ao mesmo tempo, a mãe de Nancy é atacada por Freddy e assim o filme chega ao fim, já estabelecendo a invencibilidade de Freddy.
Este desfecho serve também para explicar como o Homem-Borracha serviu de inspiração para o suéter de Freddy. O herói dos quadrinhos tem poderes elásticos e com eles consegue assumir diversas formas, mas sempre mantendo as mesmas cores. E isso acontece também com Freddy, ao menos inicialmente, o que serve para o espectador perceber as artimanhas do vilão.
Ao contrário da maioria dos filmes de terror, A Hora do Pesadelo foi muito bem recebido não só pelo público, mas também pela crítica, que apreciou o lado psicológico da trama, que serviu para criar uma atmosfera mais pesada e diferente dos serial killers que existiam no cinema até então.
De baixo custo, o filme arrecadou em seu final de semana de estreia mais do que custou. Isso foi mais do que determinante para que Freddy cravasse suas garras no imaginário popular, se tornando logo em seu primeiro filme o mais bem sucedido assassino dos anos 1980.
- A HORA DO PESADELO 2: A VINGANÇA DE FREDDY (A NIGHTMARE ON ELM STREET PART 2: FREDDY´S REVENGE)
Em 1985 Freddy ganhou sua primeira continuação, sem a participação de Craven. David Chaskinassumiu o roteiro, enquanto a direção ficou por conta de Jack Sholder. Fora Robert Englund, nenhum ator do original retornou. Englund chega a aparecer sem maquiagem na cena de abertura, quando Freddy se passa pelo motorista de um ônibus escolar.
A trama se passa cinco anos depois do filme anterior, mostrando a família Walsh se mudando para a antiga casa de Nancy, que é citada na história, quando descobrimos que ela ainda está viva, mas enlouqueceu. Jesse (Mark Patton), o adolescente da família, encontra o diário de Nancy no quarto que agora é dele, e lendo os relatos de Nancy vai descobrindo mais sobre Freddy.
Este segundo capítulo da saga é considerado de maneira justa por muitas pessoas como um dos piores da série. Ao invés de continuar a matar as pessoas através dos sonhos, Freddy se concentra em atormentar apenas Jesse em seus pesadelos, pedindo para que o garoto mate por ele. No fim das contas, Freddy na verdade possui Jesse de uma maneira nunca explicada. Num primeiro momento pensamos que Freddy toma o corpo de Jesse quando este cai no sono, mas logo Freddy assume o controle mesmo com Jesse acordado. Até a possessão é duvidosa, pois em algumas cenas Freddy literalmente sai de dentro de Jesse.
Seus ataques são da mesma forma inexplicáveis, com Freddy manipulando o mundo real da mesma maneira que controla os pesadelos, e em muitos momentos sem nem mesmo estar controlando Jesse. E, em todo momento, o vilão eleva o calor de maneira insuportável para todos, no que aparenta ser uma citação ao modo que Freddy morreu.
A conclusão do filme é piegas toda vida, com a namorada de Jesse, Lisa (Kim Myers, que mais tarde encararia os Cenobitas em Hellraiser: A Herança Maldita), lutando contra Freddy e tentando libertar Jesse ao mesmo tempo. O jovem, é claro, se liberta graças ao poder do amor, e o casal se une novamente. Seria um final feliz, se no fim das contas essa continuação não copiasse a ideia do filme anterior, com todos caindo novamente nas garras de Freddy, desta vez dentro de um ônibus escolar, remetendo à primeira cena do filme.
A Hora do Pesadelo 2 tentou inovar em algumas coisas, mas falhou miseravelmente. De marcante só teve a primeira visita no mundo real ao local de trabalho de Freddy quando vivo, o mesmo local onde levava suas vítimas.
A maquiagem de Englund foi alterada não alcançando um bom resultado, em alguns momentos deixando claro demais que se tratava de uma máscara, sendo poeticamente ineficaz justamente no filme onde Freddy usa a pele de outra pessoa para voltar à ativa.
Outro elemento alterado de maneira desnecessária foram as garras de Freddy. Jesse acha a luva no mesmo local onde a mãe de Nancy a guardava. Em certo momento, Jesse a joga longe, e Freddy acaba fazendo com que garras cresçam em sua mão em substituição à luva. O problema é que durante o filme Freddy várias vezes se manifesta sem que Jesse estivesse com a luva próxima, e mesmo assim o assassino aparecia com ela. Ou seja, uma mudança sem sentido algum.
- A HORA DO PESADELO 3: GUERREIROS DOS SONHOS (A NIGHTMARE ON ELM STREET 3: DREAM WARRIORS)
Wes Craven voltou para produzir e roteirizar o terceiro filme da série, que acabou se tornando o melhor de todos. Ele escreveu a trama junto de Bruce Wagner, Frank Darabont (o responsável pelo vindouro seriado de Os Mortos-Vivos) e Chuck Russell (diretor de O Máskara), que também dirigiu o filme.
Lançado em 1987 e se passando um ano depois dos acontecimentos do capítulo anterior, o filme começa nos apresentando Kristen Parker (a então estreante Patricia Arquette, hoje em dia a estrela da série Medium), jovem que vem sonhando com Freddy e com a casa na Rua Elm. Além de aterrorizada, ela se torna obcecada com a casa, inclusive montando uma miniatura dela.
Ao sobreviver a um ataque de Freddy por muito pouco, Kristen é mandada para uma instituição mental, já que todos acreditam que ela tentou se matar. Durante todo o filme, cenas rápidas demonstram que Freddy vem fazendo a festa em Springwood, já que todos estão preocupados com a crescente onda de suicídios entre os jovens, claramente vítimas de Freddy.
Enquanto em tratamento, Kristen conhece vários outros jovens também internados: o briguento Kincaid(Ken Sagoes), o mudo Joey (Rodney Eastman), a ex-viciada em drogas Taryn (Jennifer Rubin), o escultor sonâmbulo Phillip (Bradley Gregg), o paraplégico e fanático por RPG Will (Ira Heiden) e a aspirante a atrizJennifer (Penelope Sudrow).
No hospital psiquiátrico estão também o médico Neil Gordon (Craig Wasson, de Dublê de Corpo) e o enfermeiro Max (Laurence Fishburne, aqui creditado como Larry Fishburne, e mais lembrado pela trilogia Matrix). Enquanto Neil é um dos personagens mais importantes da trama, Max pouco aparece.
Tudo começa a ficar realmente interessante com a chegada da nova médica: Nancy Thompson (Heather Langenkamp), que ainda lembra muito bem de seu confronto anterior com Freddy, e toma pílulas que a ajudam a não sonhar. Nancy logo reconhece a situação dos jovens e decide ajudá-los, convencendo Neil da verdade.
Neil, por sua vez, cruza várias vezes o caminho da Irmã Mary Helena (Nan Martin), uma freira que lhe conta as origens de Freddy, revelando que o prédio abandonado ao lado do hospital detinha criminosos insanos décadas atrás. Uma voluntária ficou presa no local durante vários dias, sendo estuprada por uma centena de maníacos seguidas vezes. Foi desta traumatizante experiência que Freddy nasceu.
Para combater Freddy, Nancy tira proveito da habilidade especial de Kristen, que consegue arrastar outras pessoas para seus sonhos. Já Neil descobre através da freira que a saída pode ser enterrar os restos mortais de Freddy em solo sagrado.
Sendo assim, mesmo perdendo muitos dos jovens pelo caminho, Nancy ataca Freddy no mundo dos sonhos, enquanto Neil se une ao pai dela (novamente John Saxon), o único que sabe onde está o corpo de Freddy, já que foi um dos pais que participaram da morte do assassino. O conceito de vingança é retomado neste episódio da saga, dando a entender que Freddy ataca apenas os jovens filhos das pessoas que o mataram. Os pacientes do hospital seriam os últimos sobreviventes da Rua Elm.
E já que este filme foi o mais dedicado a explorar e desenvolver a mitologia, é aqui que vemos Freddy pela primeira vez afirmar com todas as letras que se alimenta das almas de suas vítimas, ficando cada vez mais forte.
Embora Nancy e seu pai sejam mortos por Freddy, o vilão é enfim detido por Neil, que consegue localizar seu corpo, mesmo tendo que combater o defunto reanimado inexplicavelmente no mundo real, conseguindo enfim enterrá-lo.
Ao final do filme ficamos sabendo de duas coisas. Freddy não é a única força sobrenatural em Springwood, já que Neil descobre que a freira que o ajudou é na verdade o espírito de Amanda Krueger, a mãe de Freddy. A outra “revelação” é de que Freddy realmente é mais resistente do que se pensa, já que a cena final mostra a miniatura da casa da Rua Elm tendo suas luzes acesas, um claro sinal de que Freddy continua na ativa.
A Hora do Pesadelo 3 tem apenas dois defeitos: mostra novamente Freddy manipulando o mundo real sem explicações, algo que a partir de então se repetiu em quase todos os filmes; e desperdiça com a ponta no final a melhor trama montada para a possível derrota de Freddy.
Mesmo com estes pontos negativos, o filme é o mais forte da franquia, sendo o primeiro em que todo o poder de Freddy é realmente explorado, com cenas cheias de efeitos especiais, permitindo que a perversa criatividade de Freddy alce novos vôos. Robert Englund pela primeira vez se sobressai no papel, se mostrando mais à vontade na interpretação do que nos filmes anteriores, e criando a identidade sádica pela qual o personagem seria conhecido a partir de então, torturando, xingando e se divertindo muito fazendo isso. Até mesmo o visual de Freddy é mais marcante aqui, suas queimaduras passariam apenas por mudanças sutis nos filmes que se seguiram, mantendo basicamente o mesmo visual (com exceção do sétimo capítulo).
- A HORA DO PESADELO 4: O MESTRE DOS SONHOS (A NIGHTMARE ON ELM STREET 4: THE DREAM MASTER)
Mostrando que não podia ficar muito tempo longe dos cinemas, Freddy ganhou seu quarto filme em 1988, dirigido por Renny Harlin (de Exorcista: O Início) e escrito por William Kotzwinkle, Brian Helgeland(roteirista do novo Robin Hood) e os irmãos Jim e Ken Wheat, criadores do personagem Riddick, vivido por Vin Diesel nos cinemas. O diretor faz também uma ponta como um estudante na escola.
Kincaid, Joey e Kristen, o trio de adolescentes que sobreviveram no filme anterior, retornam, só que Kristen troca de atriz, desta vez sendo interpretada por Tuesday Knight (do seriado Heroes). Kristen começa a ter sonhos que indicam o retorno de Freddy, puxando seus dois amigos para lhe proteger. Eles não gostam da ideia e tampouco acreditam no retorno do vilão, até que Kincaid tem um sonho no local onde Freddy foi enterrado. Lá, seu cachorro Jason (com certeza uma homenagem ao vilão da cinessérieSexta-Feira 13) acha o local onde está o corpo de Freddy e desta vez o vemos literalmente se erguendo da cova.
Kincaid e Joey morrem rapidamente e Freddy parte para cima de Kristen, a última criança da Rua Elm. Ele a mata, mas não antes que ela passe sua habilidade para Alice (Lisa Wilcox) sua melhor amiga e irmã de seu namorado, Rick (Andras Jones).
A mudança na trama é que tendo matado os alvos de sua vingança, Freddy aparentemente não pode entrar nos sonhos dos outros, apenas nos de Alice, que herdou os poderes de Kristen. Mas isso não é problema para o maníaco, que obriga Alice a usar sua habilidade, matando seu irmão e amigos.
Porém, enquanto Freddy se alimenta das almas de suas vítimas, Alice também ganha vantagens a cada morte, acumulando habilidades e características de seus falecidos companheiros. Ao final, conseguindo salvar Dan (Danny Hassel), com quem começa um namoro ao final do filme, Alice ataca Freddy com um espelho (parece que os roteiristas decidiram dar a Freddy a fraqueza da Medusa), o que faz com que as almas aprisionadas com ele se rebelem, o destruindo de dentro para fora. Ao final, é claro, uma pequena ponta está presente, com Alice vendo o reflexo de Freddy brevemente em uma fonte.
Novamente Englund ganha ainda mais espaço, principalmente graças ao humor negro intensificado nas mortes. O ator chega a aparecer sem sua maquiagem de Freddy, quando o vilão se traveste de enfermeira em uma cena.
- O TERROR DE FREDDY KRUEGER (FREDDY´S NIGHTMARE)
Ainda em 1988, Freddy Krueger trocou a telona pela telinha, estrelando o seriado de televisão O Terror de Freddy Krueger, novamente interpretado por Robert Englund, que não se
O programa seguia um pouco a premissa de Contos da Cripta, com Freddy apresentando as histórias, onde aparece em raríssimas ocasiões. No geral as tramas mostravam as vítimas de praxe, mas na maioria das vezes enfrentando pesadelos mais longos e inicialmente mais psicológicos, até encontrarem alguma morte violenta.
Os primeiros episódios exploraram a origem de Freddy, mostrando sua morte pelas mãos dos pais da Rua Elm e até seu julgamento. O grupo de diretores reuniu vários nomes famosos do terror, com destaque para Tobe Hooper, de O Massacre da Serra Elétrica, que dirigiu o piloto. O próprio Englund fez sua estreia como diretor na série.
O seriado durou apenas duas temporadas, totalizando 44 episódios, que foram exibidos nos EUA até 1990. Fora Englund, o elenco não tinha nenhum ator fixo, sendo constituindo quase exclusivamente por desconhecidos. Mas pelo menos um nome alcançou o estrelado anos depois: Brad Pitt.
No Brasil o seriado foi exibido tarde da noite pelo SBT e teve também alguns episódios lançados em VHS.
- A HORA DO PESADELO 5: O MAIOR HORROR DE FREDDY (A NIGHTMARE ON ELM STREET 5: THE DREAM CHILD)
Com menos da metade do orçamento de seu predecessor, A Hora do Pesadelo 5 chegou aos cinemas em 1989, com direção de Stephen Hopkins (de Predador 2 e vários episódios de 24 Horas) e roteiro deJohn Skipp, Craig Spector e Leslie Bohem.
Alice e Dan estão de volta, vividos pelos mesmos atores. Acabando de se formar e com novos amigos, o casal está bem feliz, até que Alice começa a sentir o retorno de Freddy. O maníaco mata Dan enquanto Alice está acordada, o que logo mostra que as regras mudaram, já que obviamente ele não usa mais os sonhos de Alice para atingir suas vítimas.
Conforme o filme segue, vemos que Alice está grávida e os sonhos do feto são o novo meio de acesso de Freddy. Paralelamente, Alice sonha também com a mãe de Freddy, Amanda (desta vez vivida porBeatrice Boepple), aprendendo que o espírito da atormentada freira ainda está no asilo onde supostamente ela se matou.
Com a ajuda da amiga Yvonne (Kelly Jo Minter, de Os Garotos Perdidos), Alice vai para cima de Freddy para salvar seu filho ainda não nascido. Enquanto Yvonne liberta o espírito de Amanda, Alice tenha salvar a manifestação de seu filho Jacob (Whit Hertford) em uma cena muito parecida com a das escadas de ponta cabeça presente em Labirinto: A Magia do Tempo.
Já livre, Amanda instrui Jacob na batalha e juntos conseguem derrotar Freddy, que é em seguida aprisionado por sua mãe, embora a situação se demonstre logo de cara precária, ficando óbvio que ela não conseguirá deter o assassino por muito tempo. Isso fica mais aparente ao final do filme, quando mais uma vez as crianças pulando corda aparecem acompanhadas pela famosa cantiga de Freddy.
Também considerado um dos piores filmes da franquia, este capítulo não é elogiado nem pelo próprio Robert Englund, que o considera o mais fraco junto do segundo filme. O ator, aliás, aparece novamente sem a maquiagem de Freddy numa cena que mostra todos os potenciais pais de Freddy no hospício, sendo Englund um deles.
Embora fraco, o filme tem algumas cenas interessantes, inclusive uma em que uma das vítimas entra numa revista em quadrinhos, com direito ao surgimento de Super Freddy (que nesta versão é interpretado por Mike Smith, de Homens de Preto 2). Nesta parte da saga o humor negro começa a se transformar num humor mais leviano, por vezes até bobo, o que funciona em poucos momentos, e na maioria das vezes contribui para a baixa qualidade da produção.
Se junta a isso o exagero no tema da relação entre pais e filhos abordado em quase todos os personagens, além do principal defeito: uma descarada regressão nos efeitos especiais, os piores até aqui.
- A HORA DO PESADELO 6: PESADELO FINAL - A MORTE DE FREDDY (FREDDYS´S DEAD: THE FINAL NIGHTMARE)
Em 1991, a decisão foi tomada: Freddy enfim iria morrer. A notícia não foi trágica apenas para o personagem, mas também para os fãs. E não só pelo fato de perderem seu personagem, mas principalmente por terem de aguentar um filme tão ruim.
Dirigido pela estreante Rachel Talalay, que mais tarde “cometeria” a adaptação de Tank Girl para os cinemas, o filme tem roteiro da própria Talahay, juntamente de Michael De Luca, que escreveu também seis episódios do seriado de Freddy, além do filme O Juiz, adaptação de Juiz Dredd.
A trama tem início de uma maneira que de cara torna difícil levar a produção a sério. Situando os eventos em 10 anos no futuro, é dito que toda população jovem de Springwood está morta. Isso mesmo, Freddy matou TODOS os jovens da cidade! Para piorar, os adultos estão traumatizados, paranóicos e mais do que loucos, vivendo numa cidade em constante depressão. As cenas que mostram o povo agindo como lunáticos, com ruas vazias e sujas, demonstram bem a (falta de) seriedade com que criaram a história.
Shon Greenblatt vive o último adolescente vivo, que é atacado por Freddy e literalmente jogado para fora da cidade. É neste momento que percebemos que, mesmo agindo no mundo dos sonhos, Freddy tem limitações físicas, só podendo atacar quem estiver dentro de Springwood. O personagem de Greenblatt é tão perdido quanto o roteiro, batendo a cabeça e ficando amnésico. Nunca ficamos sabendo seu nome, e ele mesmo não recupera a memória antes que seja morto por Freddy, de quem acha que é filho.
Freddy na verdade usou o garoto para seus fins. Numa daquelas coincidências exageradas ao extremo, o jovem vai parar num abrigo onde trabalha Maggie (Lisa Zane), a verdadeira filha de Freddy, que tem memórias reprimidas de sua infância.
Conforme o filme avança cheio de tropeços, atuações mais sofríveis do que o normal e furos do tamanho de um planeta, vemos Freddy usar sua filha para deixar Springwood, se alojando em sua mente. Porém, com a ajuda do especialista em sonhos chamado simplesmente de Doc (Yaphet Kotto, de Alien: O 8º Passageiro), ela arma uma armadilha para derrotar Freddy de uma vez por todas.
Convenientemente, Doc revela uma lenda sobre demônios que assombram os sonhos da humanidade em busca de uma pessoa incrivelmente má para ser usada por eles. Freddy foi essa pessoa e esses demônios são a fonte de seu poder, mantendo-o imortal no mundo dos sonhos. Nada na cinessérie jamais indicou tal fonte de poder e, para piorar, Freddy afirma a história com uma facilidade e sinceridade simplesmente contrárias ao seu caráter.
O ataque de Maggie a Freddy é igualmente ridículo, com direito a ela usar óculos 3D para ter a “visão dos sonhos”. Na verdade, uma desculpa esfarrapada que serve de aviso para que o espectador nos cinemas saiba quando colocar e tirar os óculos, já que o terrível clímax da trama foi exibido em 3D.
Inexplicavelmente entrando na mente de Freddy, Maggie consegue puxá-lo para o mundo real, repetindo a mesma ideia do primeiro filme. Só que desta vez Freddy realmente morre, sofrendo vários ferimentos e por fim sendo explodido por sua filha. E sem nenhuma ponta no final!
Embora os últimos filmes mostrem uma crescente tendência para o humor, este é o que verdadeiramente se entrega ao “terrir”, e faz isso de uma maneira pobre, não sendo nada parecido com filmes divertidos como Uma Noite Alucinante. A produção é simplesmente relaxada, ineficiente e cheia de cenas forçadas, mas nunca engraçadas.
Os efeitos especiais pioram ainda mais, sendo dignos de produções baratas para a televisão. Johnny Depp retorna para uma rápida ponta. Quem também faz uma breve aparição é o ator Tom Arnold (de True Lies). Robert Englund tem sua maior participação sem maquiagem, já que Freddy é mostrado em sua forma humana em flashback, convivendo com sua filha e matando sua esposa.
- O NOVO PESADELO (NEW NIGHTMARE)
Com a morte de Freddy, se fez necessária uma ótima desculpa para trazê-lo de volta. E essa desculpa foi o retorno de seu criador, Wes Craven, à série, roteirizando, produzindo e dirigindo o sétimo filme, lançado em 1994.
Craven usa uma ideia recusada pelo estúdio na época em que escreveu o terceiro filme da saga. Desta vez Freddy invade o mundo real e seu alvo não são os jovens de Springwood, mas sim os atores e técnicos que realizaram seus filmes.
A intenção de Craven com essa ideia bem original era retomar o suspense e a seriedade de Freddy, resgatando muito do clima do primeiro filme. E não foi só o clima que voltou.
Heather Langenkamp e John Saxon retornam, desta vez interpretando versões deles mesmos. Jsu Garcia e Tuesday Knight também aparecem, mas em participações quase imperceptíveis. O próprio Craven participa da trama, bem como os produtores Robert Shaye, Marianne Maddalena e Sara Risher, que aparecem numa cena nos próprios escritórios da New Line Cinema, a empresa “mãe” da série. Robert Englund, além de viver Freddy novamente, também interpreta a si mesmo.
A história é simples, porém genial. Wes Craven tem uma ideia para trazer Freddy de volta, mas ele não conta detalhes do roteiro para ninguém. Enquanto, isso Heather sofre vários problemas: uma sequência de terremotos assola a cidade, um fã parece atormentá-la por telefone e correspondência, e ela começa a ter pesadelos suspeitos.
A coisa piora quando as pessoas envolvidas com a criação da nova luva de Freddy começam a morrer, incluindo o marido de Heather, Chase (David Newsom). Completando o quadro, o filho do casal, Dylan(Miko Hughes, de Código Para o Inferno), vai ficando cada vez mais transtornado, sofrendo de sonambulismo e repetindo falas dos filmes de Freddy.
O clima da história é de suspense e paranóia, com Freddy aparecendo muito pouco. Diversas cenas remetem diretamente aos momentos chave do filme original. A trama começa a pegar mais ritmo quando Heather desvenda a verdade, revelada pelo próprio Craven: Freddy é na realidade um demônio antigo, um grande mal que pode ser preso dentro de histórias. Este mal foi preso na série A Hora do Pesadelo, mas com a morte de Freddy no sexto filme, começou a se libertar. Para invadir de vez o mundo real, ele deve derrotar uma guardiã, que é a própria Heather, condição imposta pelo fato dela ter interpretado a primeira personagem a derrotar Freddy nos filmes.
Infelizmente, O Novo Pesadelo não é tão bom quanto se esperava. Com uma trama básica fantástica, tem ainda o mérito de ser um filme muito mais sério do que os anteriores, explorando temas interessantes como o efeito do terror na vida de quem realiza esses filmes, criando situações promissoras, como o conceito de um guardião para guardar os sonhos de uma pessoa, que no caso de Dylan é seu tiranossauro de pelúcia. Porém, tal conceito é apenas citado, nunca efetivamente mostrado.
O maior destaque é o próprio Freddy, com queimaduras de outro tom, num visual e atitude mais sóbrios e sombrios. Seu traje é mais escuro e ganha o reforço de um sobretudo, além da nova luva, que não tem o charme da antiga, mas tem a vantagem de ter uma garra também no dedão.
Todo o suspense criado vai por água abaixo num confronto final totalmente anticlímax, com o novo Freddy sendo derrotado fácil demais. Para piorar, a maior parte dos efeitos especiais é péssima, mais uma vez.
Embora a crítica tenha gostado do filme, o público não o aprovou e todo o esforço de Craven em recuperar a faceta mais séria da saga foi jogado no lixo.
Uma curiosidade: Craven pretendia convidar Johnny Depp para participar deste filme, mas não o fez por pura timidez injustificada. Ironicamente, pouco depois da estreia, ele encontrou Depp, que lhe disse que teria ficado muito feliz em participar.
- FREDDY VS. JASON (FREDDY VS. JASON)
Em 1993, outro astro do terror encontrou sua morte: Jason foi enfim exterminado em Sexta-Feira 13 - Parte 9: Jason Vai Para o Inferno, A Última Sexta-Feira. Parecia que as franquias clássicas de terror estavam todas chegando ao fim, afinal A Hora do Pesadelo e Sexta-Feira 13 sempre foram as mais populares. Mas o último filme de Jason trouxe uma ponta inesperada e muito interessante: depois de Jason ser literalmente sugado para o Inferno, somente sua máscara fica no chão, até que a clássica luva de Freddy a agarra e a puxa para debaixo da terra. O filme fecha com a famosa gargalhada do vilão queimado.
Essa ponta só foi dar resultado em 2003, com Freddy vs. Jason, dirigido por Ronny Yu (que também realizou A Noiva de Chucky) e roteirizado por Damian Shannon e Mark Swift. Ignorando os eventos de O Novo Pesadelo, a trama tem início com Freddy nas profundezas do Inferno, incapaz de voltar a aterrorizar os sonhos das pessoas. Isso até que toma conhecimento da existência de Jason (Ken Kirzinger) e, se passando por Pamela Voorhees (Paula Shaw), a mãe do assassino de máscara de hockey, o manipula, enviando-o até Springwood para iniciar uma nova onda de terror.
Embora não seja explicado como Springwood tem novamente centenas de jovens, é dada uma explicação para a perda do poder de Freddy. Conforme fomos acompanhando suas matanças, ficou claro que ele se alimenta não só da alma de suas vítimas, mas também do terror delas. Os adultos da cidade enfim se dão conta disso e começam a administrar remédios que reprimem os sonhos nos jovens, enviando os poucos que resistem ao tratamento a uma clínica mental.
A chegada de Jason à cidade resulta em mortes e o terror cresce, dando força a Freddy. Porém, ele logo percebe que Jason é incontrolável quando, ao tentar matar uma pessoa num pesadelo, Jason a mata antes no mundo real.
Freddy então tenta dar cabo de Jason, obviamente sem sucesso. Contudo, os jovens unidos logo percebem que terão problemas para se livrarem dos dois vilões, e decidem que devem arranjar uma luta entre eles.
Se encaminhando para o Campo Crystal Lake, o lar de Jason, eles conseguem trazer Freddy ao mundo real, e o que se segue é a maior sequência de ação da franquia, com Freddy e Jason se digladiando, mas não se esquecendo de matar mais alguns jovens pelo caminho. A feroz luta entre os dois invencíveis personagens causa enormes danos a ambos, mas nada parece pará-los.
A heroína da vez é Lori (Monica Keena), que teve sua mãe morta por Freddy anos antes. Ela decapita o vilão usando o machete de Jason. Ao final, Jason novamente sai do lago onde morreu quando criança, carregando a cabeça de Freddy. Quando todos pensam que Jason saiu triunfante do confronto, Freddy olha em direção ao espectador e dá uma piscadinha, deixando uma ponta nunca aproveitada, ao menos nos cinemas, já que nos quadrinhos o encontro já teve duas continuações.
Lori pode até ser a heroína da história, mas Freddy, mais do que nunca, é o astro, aparecendo muito mais do que em todos os exemplares da série, voltando ao humor negro nem sempre exagerado e desta vez enfim acompanhado de efeitos especiais adequados. O filme foi o maior sucesso de bilheteria de ambas as franquias e conseguiu balancear muito bem a carnificina, os clichês esperados do gênero e a divertida crueldade de Freddy.
Parecia um final digno para a saga do personagem, ou pelo menos muito superior à sua morte no sexto filme. E esse foi o final de Freddy, de certo modo. Esta versão do maníaco, imortalizada por Robert Englund de tal modo que o ator por vezes se confunde com o personagem, nunca mais ressurgiu nas telas, ainda que continue aparecendo de tempos em tempos nos quadrinhos.
A HORA DO PESADELO Remake
A trama é a mesma do original: Freddy Krueger (Jackie Earle Haley) é morto queimado pelos pais dos jovens da cidade fictícia de Springwood, voltando depois, deformado e com sua luva com garras, para atacar os filhos dessas pessoas em seus pesadelos, causando suas mortes durante o sono.
Talvez o maior problema deste filme seja exatamente a semelhança com o original. Quase toda a trama é igual, e muitas cenas específicas também, repetindo até mesmo a vítima principal de Freddy, Nancy, interpretada por Rooney Mara, do terceiro Lenda Urbana. Além de seu sobrenome, a personagem tem mudada a única coisa que não deveria mudar, a eficiência na trama, já que nesta nova versão ela não tem nem 10% da importância da Nancy original, do mesmo modo que Mara não tem um pingo de talento.
O fraco roteiro sequer lembra de dar grande destaque para a Rua Elm, o local mais importante da franquia e presente no título original. Nenhum personagem ganha espaço o bastante para ser desenvolvido, incluindo o próprio Freddy. Ainda assim, algumas ideias interessantes são desenvolvidas: Freddy, antes de morto é colocado numa posição mais próxima às crianças da cidade, e enfim é retratado não só como um assassino, já que a história deixa bem claro que ele também abusou das crianças, um conceito que estava presente no roteiro do filme original, mas que foi deixado de lado por ser considerado pesado demais na época. Outro elemento com grande potencial foi a possibilidade de Freddy ser inocente das acusações. Se o filme seguisse essa linha de narrativa, com certeza a trama se tornaria mais atrativa, com um vilão que teria certa razão em querer se vingar.
O elenco reúne alguns atores com talento já comprovado, como o próprio Haley, que demonstrou saber muito bem interpretar personagens ensandecidos em diversas oportunidades, principalmente no papel do vigilante Rorschach em Watchmen. Mas desta vez ele não brilha sequer em uma cena, já que seu Freddy não tem praticamente nada do sadismo divertido e por vezes assustador do Freddy original, criado com o passar dos anos de maneira soberba por Robert Englund.
Para piorar, a retratação física do personagem o deixa totalmente sem identidade, optando por uma abordagem mais realista das queimaduras. O resultado é um vilão que raramente aparece fora das sombras e que, quando aparece, não faz diferença, já que praticamente não tem rosto. Seria isso a busca por realismo de fato, ou o medo de colocar outro rosto no lugar do de Englund? Afinal, Freddy, ao contrário dos assassinos das cinesséries Halloween, Sexta-Feira 13 e O Massacre da Serra Elétrica; sempre mostrou seu rosto, mesmo que queimado. Para fãs em todo mundo, Englund ainda É Freddy Krueger.
As vítimas do vilão são mais uma decepção. Os personagens são tão vazios que não conseguem sequer alcançar o status dos estereótipos adolescentes tão comuns em produções de terror. Todos são amigos, ou ao menos é o que dizem durante o filme, pois não temos essa impressão em nenhum momento, tamanha é a artificialidade com que são mostrados os relacionamentos.
Mesmo no que deveria ser o cerne do filme, o fracasso prevalece. Os sustos são inexistentes. Invariavelmente, Freddy surge do lugar mais óbvio possível, normalmente atrás daquela vítima que já deu várias voltas sem sair do lugar procurando pelo vilão. O suspense também não existe, já que não há nada novo que possa criar algum clima, todos os elementos são reciclagem mal feita do original, fazendo com que qualquer um que assistiu ao primeiro filme ao menos uma vez deduza tudo rapidamente, inclusive o modo como Freddy será derrotado e a ponta no final.
O longa poderia ao menos ter nos presenteado com algumas mortes criativas como as presentes nos filmes mais fantasiosos da franquia original. Mas não, Freddy usa suas garras, e só. Nada das transformações divertidas e bem elaboradas, nada de armadilhas mentais, nada de qualquer característica que marcou a cinessérie no passado.
Vou ler com calma cada linha. Sempre gostei da série, embora em dado momento não tenha tomado um bom rumo... muito bom o material postado. Parabéns!!!!
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